domingo, 30 de janeiro de 2011

Disputationes Theologicae: Fraternidade São Pio X entre sectarismos, ambiguidades e declarações de cisma



“Como expliquei na Carta aos Bispos católicos, do passado dia 10 de Março, a remissão da excomunhão foi uma providência no âmbito da disciplina eclesiástica para libertar as pessoas do peso de consciência representado pela censura eclesiástica mais grave. Mas obviamente as questões doutrinais permanecem e, enquanto não forem esclarecidas, a Fraternidade não dispõe de um estatuto canônico na Igreja e os seus ministros não podem exercer de modo legítimo qualquer ministério”.



Posições contraditórias e ambíguas na Fraternidade São Pio X
pela redação de Disputationes Theologicae

Os votos do superior do distrito da França da Fraternidade São Pio X para 2011: "Não vão à Missa do motu proprio"

Com um certo escândalo, lemos as recentíssimas proposições do abbé Régis de Cacqueray (o superior do distrito da França, o maior e mais prestigioso da Fraternidade São Pio X), sobre a assistência à Missa de São Pio V, celebrada por sacerdotes canonicamente reconhecidos pela Santa Sé. O influente sacerdote, muito estimado pelos seus superiores, ao ponto de ser encarregado de um dos papéis mais importantes da instituição, exprime-se, no seu texto de votos para o ano novo de 2011, com os termos que se seguem: "Para sermos completos sobre esse assunto (falava sobre a importância de assistir à Missa tradicional, mesmo se for difícil encontrá-la), devemos ainda citar as outras Missas de São Pio V, celebradas com o favor dos indultos sucessivos, e por último com o motu proprio. É verdade que nós desaconselhamos a sua frequentação" [1]. Não se deveria, segundo ele, frequentar os sacramentos distribuídos por aqueles que estão em posições diferentes daquelas da Fraternidade, mas, neste aparente clima de acordos canônicos, se afirma até que seria oportuno que os padres diocesanos se aproximassem do rito tradicional, sem, porém, poder contar - haja vista a severa admoestação - com a presença dos fiéis da Fraternidade.

É difícil dizer o quanto há de "teológico" nessas afirmações, e quanto de "ideológico" ou de "partidarismo". Qual quer que seja a intenção do abbé de Cacqueray, o problema é aquele mesmo, como afirmado concomitantemente ao anúncio da reunião de Assis em outubro próximo, "o perigo que resultaria para as almas". Note-se que a frase do abbé de Caqueray, ainda que gravemente escandalosa, não vem acompanhada de nenhuma justificação teológica, e muito menos de uma rigorosa exposição dos pressupostos de tal afirmação, nem das suas consequências. Todavia, os contornos da "Pétite Eglise" não são ignorados pelo leitor atento.

Uma argumentação bem estruturada

Por outro lado, o pensamento de um outro teólogo da Fraternidade, o abbé Mérel (já professor na Ecône, e com cargos no distrito da França) é mais profundo especulativamente, e mais estruturado teologicamente. Num artigo [2] que ficou célebre - foi publicado em muitas ocasiões em revistas locais da Fraternidade a partir de 2008 -, e que possivelmente tenha inspirado as declarações mais vagas do seu superior, exprime-se ele em termos teológicos acessíveis, mas estritamente bem construídos. O discurso é simples: a missa de São Pio V, em si, é boa. Entretanto, assistir à Missa de São Pio V nem sempre é bom, depende das circunstâncias. Até aqui, ainda se poderia estar de acordo. Todavia, o abbé Mérel prossegue afirmando que, onde a Missa tradicional fosse celebrada por um sacerdote da Ecclesia Dei, não seria bom participar dela. De fato, pode-se fazer mal uso de uma coisa boa, diz o autor. Com o rum - o exemplo é do texto -, que é uma coisa boa em si, pode-se embriagar-se e pecar. Quais seriam, portanto, as circunstâncias que tornariam má a participação da Missa? Continua o abbé Mérel: "Não é necessário assistir à Missa dos 'ralliés' (com esse termo, entendam-se os "traidores", que dependem da Ecclesia Dei e não da Fraternidade - alusão ao "ralliement" de Leão XIII) [3], porque eles se submetem à hierarquia conciliar". Continua: "a missa de um padre 'rallié' (traduz-se "alienado" / "traidor") é a Missa de um padre que, ao menos oficialmente, obedece o bispo local e o Papa (...), um padre que, obedecendo as autoridades liberais e modernistas, tornar-se-á, necessariamente, um padre que, no fim das contas, trai tudo o que fez Mons. Lefebvre, trai as almas, engana-as".

O autor não esquece as questões pastorais, embora secundárias na economia do discurso: diz, por exemplo, que o fiel encontrará, nas igrejas dos "ralliés", publicações cheias de erros, que poderiam perturbá-lo, ou ouvirá pregações pouco ortodoxas, feitas, durante a Missa tradicional, por um padre que tradicional não é, ou conviverá com "fiéis menos formados na fé", arriscando, em contato com eles, "deixar-se arrastar". O abbé Mérel, porém, com o talento especulativo que o distingue, dá a verdadeira razão teológica, radicana num terreno mais "universal", e não numa variante ligada às circunstâncias, e fala, de modo absoluto, de todos os padres "ralliés", não apenas daqueles que pregam "mal". Sustenta que o padre "rallié", o padre canonicamente submetido a Roma, "não está numa posição justa na Igreja. Não está em regra com Deus". E conclui: "não se pode nunca desagradar a Deus, estas missas não são para nós!". Ainda que às vezes, por razões excepcionais, se devesse assistir às Missas dos Institutos "Ecclesia Dei", dever-se-ia "abster-se de comungar", diz ainda o autor, porque seria necessário permanecer em uma resistência ostensivamente passiva. Fala-se, neste caso, da mesma assistência, prevista pelos moralistas, a um rito protestante ou greco-cismático. Em resumo, comungar nas Missas ditas por um sacerdote que não adere às posições da Fraternidade é um pecado, é algo que "desagrada a Deus", e isso em razão do ministro. Não se deve, pois, participar, não apenas por causa das homilias heterodoxas, fator variável e secundário, mas em razão do fato de o celebrante estar submetido a uma autoridade à qual não se deve senão resistir, sob pena de pecado. Destaquemos que o autor não assume o risco que declarar lícita a assistência às Missas sem homilia; seria obrigado a admitir que o sacramento é válido e lícito, e não oferece perigo de contaminar a fé dos fiéis; por outro lado, não quer proibir a participação das Missas dos padres da Fraternidade que sustentam teses perigosas para a fé. É a submissão a Roma que, sozinha, faz com que não se possa receber a eucaristia.

Uma magistral declaração de cisma

O artigo do abbé Mérel é uma magistral declaração de cisma, ainda que, do ponto de vista do autor, o pecado de cisma (ou de heresia, ou ambos, o texto não o especifica) parece ser mais imputável ao Papa e àqueles que se Lhe submetem. A hierarquia católica teria, no seu conjunto, cometido o pecado de afastar-se da verdade, e, portanto, não se poderia entrar em comunhão com ela nos sacramentos, mesmo se o rito é tradicional. Esse texto foi escrito no verão de 2008, para indicar aos fiéis como comportar-se depois do motu proprio. O mesmo Motu proprio que fora pedido ao Papa pelas autoridades da Fraternidade, que ofereceram, para isso, a cruzada de um milhão de rosários.

Para sermos completos, digamos que não é completamente falso o que disse o abbé de Cacqueray, que às vezes pode ser desaconselhado assistir a uma Missa. Poderia ser o caso, ainda em missas tradicionais, quando o significado teológico da Missa de sempre é gravemente deformado ou até reduzido - como, infelizmente, às vezes acontece - a um puro fenômeno teatral, que acaba por juntar incenso, sedas preciosas e homilias heterodoxas. Mas é insustentável que o princípio deva aplicar-se universalmente a todas as Missas dos que estão canonicamente submetidos ao Papa: uma tal ruptura da communicatio in sacris, com todos aqueles que subscrevem as posições da Fraternidade, não é nada mais que a aplicação prática de uma teoria cismática. Quando São Tomás de Aquino fala de cisma, distingue dois modos de cometer esse pecado. O primeiro é a separação da autoridade eclesiástica, o segundo é a recusa de comungar "in sacris" com outras partes da Igreja submissas ao Papa [4]. Esse último também é um modo de despedaçar o Corpo Místico de Cristo.

Como se fosse necessário, afirmamos que estar submedidos a uma autoridade de direta instituição divina, como a do Papa, não significa, de modo algum, submeter publicamente a inteligência a tudo aquilo que tal autoridade sustenta, ou dá a entender, ou parece aprovar, quando fala como teólogo privado, ou age como pessoa privada. Essa não é a doutrina católica do Primado, nem o Pontífice reinante jamais reclamou semelhante submissão. De fato, ainda que se possa conceder que uma certa fatia do tradicionalismo costuma, com servilismo e escarso senso teológico, dogmatizar até às vírgular as afirmações de qualquer autoridade eclesiástica, ainda que somente local, deve-se reconhecer honestamente que esse fenômeno não é, de modo algum, universal. Pelo contrário, afirmar que, necessáriamente, em todos os casos de obediência canônica, peca-se contra a fé, por omissão de defesa da verdade revelada, é não apenas uma mentira e um engano aos fiéis, mas até um absurdo teológico. Afirmaríamos, então, ridiculamente, que a autoridade suprema tornou-se formalmente herética, e, com ela, todos os que se lhe submetem visivelmente, pelo próprio fato de submeter-se.

A Fraternidade, se não quiser ser cismática, deve reconhecer que ela já está submetida visivelmente ao Papa, tanto quanto qualquer padre diocesano. Ontologicamente, a submissão da Fraternidade à autoridade eclesiástica não difere daquela de todos os outros Institutos, tradicionais ou não. Permanece, todavia, um problema canônico, que deve ser resolvido o mais breve possível, por que, de fato, no perdurar desse estado anormal há o perigo de conduzir alguns dos seus membros a posições teológicas gravemente errôneas. Os artigos citados o confirmam.

As incoerências de uma política dupla


Acrescentemos que, se é natural e compreensível que os sacerdotes da Fraternidade queiram continuar fiéis aos princípios do próprio fundador, também é bom e moralmente necessário ser coerentes com o que se propõe nas próprias declarações públicas. Ora, a tese discutida acima, como notamos, teologicamente insustentável, denuncia um obstáculo insuperável à conclusão de um acordo canônico entre a Fraternidade e a Santa Sé, mas também uma clara vontade de continuar em dois vagões paralelos, que não comungam nem mesmo nos sacramentos celebrados em rito tradicional. De fato, se, para comungar in sacris com o Papa - como é implicitamente afirmado - será necessário atingir o acordo doutrinal, com o qual a Santa Sé fará própria a posição da Fraternidade, então será necessário ter a coerência de afirmar que, atualmente, a hierarquia católica está ao menos próxima da heresia e do cisma, tanto que se justifique uma escolha tão grave. Tertium non datur.

Mas se, pelo contrário, o acordo fosse possível e, talvez, iminente, segundo os termos do próprio Mons. Fellay, e se o Superior Geral da Fraternidade procedesse efetivamente a um acordo canônico - permanecendo as reservas expressas sobre o progeto da reunião interreligiosa de Assis e o desacordo com certas escolhas do Papa - o que fará o abbé de Cacqueray? Desaconselhará os "seus" fiéis a ir nas Missas na Fraternidade? Dir-lhes-á que não recebam a comunhão das mãos de Mons. Fellay, porque assinou com as autoridades de organizam os encontros de Assis? A coerência entre os propósitos desses dois importantes responsáveis pela obra fundada por Mons. Lefebvre é muito menos difícil de compreender: parece mais o reflexo de uma política ambígua. Por isso e por outros motivos, sempre foi expressa, nestas páginas, a firme convicção da oportunidade de um acordo canônico, que não pretenda ser "doutrinal". Do ponto de vista dogmático, de fato, é absurda a ideia de um acordo "doutrinal", que o Vigário de Cristo deveria assinar. Do ponto de vista prático, os fatos demonstram que é uma presunção querer resolver em poucas linhas - com algum episódico encontro entre especialistas - a complexidade da atual situação eclesiástica, e, com ela, os problemas levantados por alguns textos magisteriais. Não é, porém, absurdo - nem teologicamente, nem prudencialmente - reconhecer canonicamente a autoridade de Pedro, salvaguardando uma autonomia de debate teológico sobre alguns pontos de perplexidade.

Estamos prontos para publicar aqui, se necessário, qualquer correção ou precisamento que, sobre a questão, provier dos legítimos superiores da Fraternidade São Pio X, e a tornar pública uma eventual retificação, assim que, publicamente, eles quiserem dissociar-se dos conteúdos aqui expressos. Esperamos ainda, e sobretudo, um clara resposta à pergunta se se pode cumprir o preceito dominical assistindo a uma Missa da Fraternidade São Pedro, e receber a eucaristia de um sacerdote do Bom Pastor, do Cristo-Rei, ou de uma diocese qualquer.

A Fraternidade São Pio X, que não pode ser acusada de laxismo, sempre precisou, e às vezes puniu com firmeza, quando as opiniões de um membro contrastavam com as gerais. Se as opiniões da "Petite Eglise", hoje abertamente sustentadas por alguns dos seus sacerdotes, não são compartilhadas pelo Superior Geral, com a mesma firmeza deveria desmenti-las publicamente. Caso contrário, dir-se-á que o discurso é voluntariamente ambíguo.

Tradução: São Pio V

__________

[1] Le texte intégral peut être consulté sur La porte latine, site officiel de la Fraternité saint Pie X en France, à l’adresse suivante : voeux de M. l'abbé de Cacqueray pour 2011

[2] Abbé Jacques Mérel, « Discussion de parvis sur la messe des ralliés », in Le Pélican, juillet-août 2008 ; publié intégralement dans Le Sel de la Terre, n°70, Automne 2009, pp. 188-193.

[3] Com o termo "rallié" designa-se, na França, o católico "amigo do poder", "traidor". A palavra difundiu-se notavelmente sob o pontificado de Leão XIII, com o sentido de "católico alienado" e designa, nos ambientes da Fraternidade São Pio X, os institutos que dizem a Missa tradicional dependentes da Ecclesia Dei.

[4] Saint Thomas d’Aquin, Summa Theologiae, IIa-IIae, qu. 39, a. 1, corpus : “Ecclesiae autem unitas in duobus attenditur, scilicet in connexione membrorum Ecclesiae ad invicem, seu communicatione; et iterum in ordine omnium membrorum Ecclesiae ad unum caput (…). Et ideo schismatici dicuntur qui subesse renuunt summo pontifici, et qui membris Ecclesiae ei subiectis communicare recusant”.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O Crucifixo no centro do Altar na Missa “versus populum”


Il Crocifisso al centro dell’altare nella Messa “verso il popolo”


Rubrica di teologia liturgica a cura di don Mauro Gagliardi

*di don Mauro Gagliardi

Sin da tempi remoti, la Chiesa ha stabilito segni sensibili, che aiutassero i fedeli ad elevare l’anima a Dio. Il Concilio di Trento, riferendosi in particolare alla S. Messa, ha motivato questa consuetudine ricordando che «la natura umana è tale che non può facilmente elevarsi alla meditazione delle cose divine senza aiuti esterni: per questa ragione la Chiesa come pia madre ha stabilito alcuni riti [...] per rendere più evidente la maestà di un Sacrificio così grande e introdurre le menti dei fedeli, con questi segni visibili della religione e della pietà, alla contemplazione delle sublimi realtà nascoste in questo Sacrificio» (DS 1746).

Uno dei segni più antichi consiste nel volgersi verso oriente per pregare. L’oriente è simbolo di Cristo, il Sole di giustizia. «Erik Peterson ha dimostrato la stretta connessione fra la preghiera verso oriente e la croce, connessione evidente al più tardi per il periodo post costantiniano. [...] Presso i cristiani si diffuse l’uso di indicare la direzione della preghiera con una croce sulla parete orientale nell’abside delle basiliche, ma anche nelle camere private, ad esempio, di monaci ed eremiti» (U.M. Lang, Rivolti al Signore, Siena 2006, p. 32).

«Se ci si domanda verso dove guardassero il sacerdote ed i fedeli durante la preghiera, la risposta deve suonare: in alto, verso il catino absidale! La comunità orante durante la preghiera non guardava affatto davanti a sé all’altare o alla cattedra, bensì elevava in alto le mani e gli occhi. Così il catino absidale assurse all’elemento più importante della decorazione della chiesa, nel momento più intimo e santo dell’agire liturgico, la preghiera» (S. Heid, «Gebetshaltung und Ostung in frühchristlicher Zeit», Rivista di Archeologia Cristiana 82 [2006], p. 369 [mia trad.]). Quando dunque si trova rappresentato nell’abside Cristo tra gli apostoli e i martiri, non si tratta solo di una raffigurazione, bensì di una sua epifania dinanzi alla comunità orante. La comunità allora «elevava in alto le mani e gli occhi “al cielo”, guardava concretamente a Cristo nel mosaico absidale e parlava con lui, lo pregava. Evidentemente, Cristo così era direttamente presente nell’immagine. Giacché il catino absidale era il punto di convergenza dello sguardo orante, l’arte provvedeva a fornire quanto l’orante necessitava: il Cielo, dal quale il Figlio di Dio appariva alla comunità come da una tribuna» (ibid., p. 370).

Dunque, «pregare e guardare per i cristiani tardoantichi formano un tutt’uno. L’orante voleva non solo parlare, ma sperava anche di vedere. Se nell’abside si mostrava in modo meraviglioso una croce celeste o il Cristo nella sua gloria celeste, allora per ciò stesso l’orante che guardava verso l’alto poteva vedere esattamente questo: che il cielo si apriva per lui e Cristo gli si mostrava» (ibid., p. 374).

Il Crocifisso al centro dell’altare nella Messa «verso il popolo»

Dai precedenti cenni storici, si deduce che la liturgia non viene veramente compresa, se la si immagina principalmente come un dialogo tra il sacerdote e l’assemblea. Non possiamo qui entrare nei dettagli: ci limitiamo a dire che la celebrazione della S. Messa «verso il popolo» è un concetto entrato a far parte della mentalità cristiana solo in epoca moderna, come dimostrato da studi seri e ribadito da Benedetto XVI: «L’idea che sacerdote e popolo nella preghiera dovrebbero guardarsi reciprocamente è nata solo nell’epoca moderna ed è completamente estranea alla cristianità antica. Infatti, sacerdote e popolo non rivolgono l’uno all’altro la loro preghiera, ma insieme la rivolgono all’unico Signore» (Teologia della Liturgia, Città del Vaticano 2010, pp. 7-8).

Nonostante il Vaticano II non avesse mai toccato questo aspetto, nel 1964 l’Istruzione Inter Oecumenici, emanata dal Consilium incaricato di attuare la riforma liturgica voluta dal Concilio, al n. 91 prescrisse: «È bene che l’altare maggiore sia staccato dalla parete per potervi facilmente girare intorno e celebrare versus populum». Da quel momento, la posizione del sacerdote «verso il popolo», pur non essendo obbligatoria, è divenuta il modo più comune di celebrare Messa. Stando così le cose, Joseph Ratzinger propose, anche in questi casi, di non perdere il significato antico di preghiera «orientata» e suggerì di ovviare alle difficoltà ponendo al centro dell’altare il segno di Cristo crocifisso (cf. Teologia della Liturgia, p. 88). Sposando questa proposta, aggiunsi a mia volta il suggerimento che le dimensioni del segno devono essere tali da renderlo ben visibile, pena la sua scarsa efficacia (cf. M. Gagliardi, Introduzione al Mistero eucaristico, Roma 2007, p. 371).

La visibilità della croce d’altare è presupposta dall’Ordinamento Generale del Messale Romano: «Vi sia sopra l’altare, o accanto ad esso, una croce, con l’immagine di Cristo crocifisso, ben visibile allo sguardo del popolo radunato» (n. 308). Non si precisa, però, se la croce debba stare necessariamente al centro. Qui intervengono pertanto motivazioni di ordine teologico e pastorale, che nel ristretto spazio a nostra disposizione non possiamo esporre. Ci limitiamo a concludere citando di nuovo Ratzinger: «Nella preghiera non è necessario, anzi, non è neppure conveniente guardarsi a vicenda; tanto meno nel ricevere la comunione. [...] In un’applicazione esagerata e fraintesa della “celebrazione verso il popolo”, infatti, sono state tolte come norma generale – persino nella basilica di San Pietro a Roma – le Croci dal centro degli altari, per non ostacolare la vista tra il celebrante e il popolo. Ma la Croce sull’altare non è impedimento alla visuale, bensì comune punto di riferimento. È un’“iconostasi” che rimane aperta, che non impedisce il reciproco mettersi in comunione, ma ne fa da mediatrice e tuttavia significa per tutti quell’immagine che concentra ed unifica i nostri sguardi. Oserei addirittura proporre la tesi che la Croce sull’altare non è ostacolo, ma condizione preliminare per la celebrazione versus populum. Con ciò diventerebbe anche nuovamente chiara la distinzione tra la liturgia della Parola e la preghiera eucaristica. Mentre nella prima si tratta di annuncio e quindi di un immediato rapporto reciproco, nella seconda si tratta di adorazione comunitaria in cui noi tutti continuiamo a stare sotto l’invito: Conversi ad Dominum – rivolgiamoci verso il Signore; convertiamoci al Signore!» (Teologia della Liturgia, p. 536).

[Il prossimo articolo della rubrica sarà pubblicato il 9 febbraio]

*Don Mauro Gagliardi è Ordinario della Facoltà di Teologia dell’Ateneo Pontificio “Regina Apostolorum” di Roma e Consultore dell’Ufficio delle Celebrazioni Liturgiche del Sommo Pontefice e della Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti.

Dal: Zenit.it

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fotos da Posse do Card. Kurt Koch, na Diaconia de N.S. do Sagrado Coração

Por: Catholic Press Photo

A cerimônia de tomada de posse ocorreu no dia 1° de janeiro, festa da Santa Mãe de Deus, na igreja dos padres missionários do Sagrado Coração de Jesus, do título de Nossa Senhora do Sagrado Coração.






quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dando a vida pelo Papa

Retirado de: Zenit

Memórias de um ex-guarda-costas de João Paulo II


Por Edward Pentin

Durante 12 anos, o ex-capitão da guarda suíça Roman Fringeli foi treinado e preparado para dar a vida pelo Papa.


Papa recebe quadro de artista italiana, ao seu lado
está o ex-guarda costas, Fringeli.
De 1987 a 1999, ele protegeu o futuro beato João Paulo II como um de seus cinco guarda-costas pessoais nas viagens papais. Este período compreendeu 15 viagens apostólicas a Asia, Europa, África y América.

Durante três anos e meio deste período, Fringeli liderou o contingente de guardas suíços que acompanhava João Paulo II quando este viajava ao exterior. “Diante de uma necessidade das circunstâncias, eu teria dado minha vida pelo Papa”, afirmou. “Este era sempre meu pensamento quando viajávamos”.

Natural da Basileia, norte da Suíça, Fringeli deixou a força oficial há cerca de 10 anos. Mas seu entusiasmo permanece e ele está disposto a compartilhar suas felizes e às vezes angustiantes experiências.

Ele recorda vivamente como lutaram com grande trabalho para conter uma multidão em Nairobi, como gritaram com os militares em Moçambique para que evitassem que uma grande massa de gente se aproximasse demais do Papa e como enfrentaram a difícil tarefa de proteger o Papa diante de um milhão de pessoas em Seul.

“Recordo Ruanda, durante uma missa, tivemos um aviso de um ataque terrorista aéreo”, conta. “Pode imaginar? Justamente ali, havia quatro anos, tinha acontecido o genocídio”.

Em outra viagem, estando com o Papa em voo charter, o avião fez três tentativas de aterrissar, por causa da neblina. Depois de ser desviado a Johannesburgo, o contingente do Papa teve de viajar de carro para Lesotho, para chegar ali ao som de tiros das forças especiais, que tinham resgatado um grupo de reféns.

O Papa João Paulo II, que tinha ido a Maseru para beatificar o sacerdote missionário Joseph Gérard, visitou depois alguns feridos no hospital. “Foi uma viagem especial e terrível. João Paulo II queria oferecer uma mensagem de paz e o fez”, relata Fringeli.

Mas talvez sua visita mais problemática foi em Berlim, em 1996. Grupos de anarquistas protestavam de forma selvagem, lançando objetos no papa-móvel, enquanto outros desfilavam nus enquanto o Papa passava.

“De repente, essa gente começou a lançar bolas vermelhas cheias de tinta nas janelas do papa-móvel”. Fringeli recorda que estava atrás do veículo papal, tentando afastar os manifestantes. “Senti-me envergonhado da Alemanha pelo que aconteceu. A polícia permitiu que a multidão se aproximasse demais do papa-móvel”.

Bento XVI visitará Berlim em setembro e alguns estão preocupados com a possibilidade de que esse evento se repita. “Nunca se sabe o que acontecerá em Berlim”, disse Fringeli. “Pode aparecer mais uma vez gente louca, mas Bento XVI é alemão e isso pode ajudar, também talvez a polícia faça melhor o seu trabalho, controlando as multidões”.

Fringeli também disse que o surpreendeu ver que a polícia alemã parecia assustada por ter de frear a multidão. “Eles não queriam tocá-los”.

Mas na África, Fringeli viu que a segurança local pode ser excessiva. Na viagem que João Paulo II fez a Iaundé, capital de Camarões, em 1995, ele recorda ver um homem com deficiência mental que estava perambulando em frente ao papa-móvel. A polícia o arrastou “como se fosse um saco de batatas”, jogando-o na multidão.

Nem revólver nem colete

A proteção que o Vaticano dá ao Papa durante as viagens consiste em dois guardas suíços à paisana, um capitão e um cabo, além de três policiais do Vaticano. O restante da proteção fica com as autoridades locais.

Durante seu período de serviço, Fringeli não usava colete à prova de balas nem revólver. “Que você pode fazer com uma pistola na frente de uma multidão?” “Poderia matar pessoas, e o mesmo acontece na basílica da praça de São Pedro ou em uma audiência”.

Em vez disso, ele confiava muito em sua perspicácia visual e no treinamento pessoal. O ex-guarda nos mostrou uma foto sua vestido em traje preto, caminhando ao lado de João Paulo II, em uma visita à Romênia, com os olhos fixos na multidão.

“Sempre estava observando com precisão, buscando um movimento repentino, alguém correndo ou saltando por cima das linhas de segurança; essa era minha tarefa”.

Ao ser questionado sobre a falha de segurança que houve na basílica de São Pedro no Natal de 2009, quando uma mulher saltou em direção ao Papa, ele destaca o quão inesperado pode ser algo assim.

“Você precisa saber o que está acontecendo em questão de segundo”. “Normalmente, isso é responsabilidade da pessoa que está ao lado do Papa, mas nesta ocasião tudo aconteceu muito rápido”. Apesar de tudo, Fringeli afirma que a segurança do Vaticano é muito boa.

O ex-guarda tem muitas boas recordações de Wojtyla e está encantado com a notícia de sua beatificação. “Para mim, João Paulo II foi um Papa santo, como todos os papas nos dois ou três últimos séculos”, disse.

Ele conta que João Paulo II sempre dizia que Nossa Senhora o protegia e que colocou sua sobrevivência nas mãos da Virgem desde o atentado de 1981.

“Foi um mensageiro da paz”, disse. “Alguns diziam que teria sido melhor se ele tivesse estado mais tempo no Vaticano e não viajando tanto, mas para o Papa não eram viagens de lazer, ele tinha uma agenda muito apertada, que durava o dia inteiro”.

Fringeli lembra um outro episódio, em que centenas de pessoas caminharam durante vários dias, de Zâmbia até o Zimbabue, para ver Wojtyla. As 104 viagens que João Paulo II fez fora da Itália estavam dedicadas a essas pessoas, especialmente de países pobres, que nunca poderiam ir a Roma.

O ex-guarda conta com carinho como João Paulo II sempre agradecia sua equipe de segurança ao final de cada viagem. Quando era mais jovem, frequentemente realizava passeios espontâneos, que nem sempre ganhavam a simpatia dos guarda-costas. “Não era fácil viajar com o Papa, porque não sabíamos o que ele faria fora do programa”. “Mas a experiência ajudava muito”.

Apesar das obrigações das viagens papais, Fringeli se sentia muito satisfeito e seu entusiasmo nunca diminuía. “Era estranho. Durante a viagem nos cansávamos muito, mas ao final sempre pensávamos: quando será a próxima?”

Ele rende homenagem a duas figuras chave das viagens apostólicas: o cardeal Roberto Tucci, organizador das viagens longas, a quem define como “um grande, grande homem”, e Camilo Cibin, o último guarda-costas da polícia vaticana, que protegeu o Papa até este completar 80 anos.

“Sem nenhum dos dois – disse – o Papa não teria sido capaz de fazer nenhuma de suas viagens.”

CRISTÃOFOBIA ESTÁ SUBSTITUINDO O ANTI-SEMITISMO DO SÉCULO XX,ADVERTE BISPO ESPANHOL

.- O Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla, defendeu a liberdade religiosa dos cristãos nos países do Ocidente e Oriente, onde o laicismo e os fundamentalismos islâmico e hindu estão fazendo que a Cristãofobia ocupe o lugar do anti-semitismo do século XX.

Em seu artigo "De deuses e homens", publicado este 23 de janeiro, Dom Munilla afirmou que "é um fato que a liberdade religiosa não é respeitada nem por uns nem por outros (...). O laicismo do Ocidente difunde um racionalismo anti-religioso, enquanto que os fundamentalismos do Oriente impulsionam uma religiosidade irracional".

O bispo indicou que isto coloca os cristãos árabes "em meio de um perigoso “sanduíche”: suspeitos de cumplicidade com os Estados Unidos, pelo mero fato de ser cristãos; e ao mesmo tempo ignorados por um Ocidente laicista que se envergonha de suas raízes".

Entretanto, o Bispo afirmou que o diálogo inter-religioso do cristianismo com o islã e o hinduísmo é viável, pois "o verdadeiro choque de trens se produz no encontro do laicismo, por um lado, e o fundamentalismo, pelo outro, que se retroalimentam, até o extermínio".

O bispo afirmou que um exemplo é o filme francês "Dos homens e dos deuses", do diretor Xavier Beauvois, que relata a tomada do monastério cistercense de Monte Atlas (Argélia) por parte do Grupo Islâmico Armado em meados de 1996 e que terminou com a decapitação dos sete monges.

Dom Munilla afirmou que o filme "recolhe com fidelidade a boa harmonia destes monges cristãos com os habitantes muçulmanos daquela região, ao mesmo tempo que a irrupção repentina do fundamentalismo islâmico, que muda por completo o cenário de convivência pacífica”.

"Longe de ser um filme que se vale do fundamentalismo para satanizar o Islã em conjunto, este reflete de forma sobressalente o ideal do diálogo inter-religioso propugnado pela Igreja no Concílio Vaticano II", afirmou.

Dom Munilla recordou que em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, o Papa Bento XVI assinalou que a liberdade religiosa é o caminho para a paz e para encontrar a verdade, porque esta "não se impõe com a violência mas pela força da própria verdade."
       FONTE: ACI DIGITAL

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vaticano divulga agenda de Bento XVI para os próximos meses


A agenda do Papa até abril foi divulgada pela Santa Sé, nesta segunda-feira, 24. Confira o calendário de celebrações:


Fevereiro

2 - Quarta-feira
Festa da Apresentação do Senhor
Dia Mundial da Vida Consagrada
Basílica Vaticana, 17h30 (no horário de Roma, 14h30 em Brasília)
Vésperas com os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica

5 - Sábado
Basílica Vaticana, 10h (no horário de Roma, 7h em Brasília)
Santa Missa e Rito de Ordenação episcopal

21 - segunda-feira
Sala do Consistório, 12h (no horário de Roma, 8h em Brasília)
Consistório para algumas Causas de Canonização


Março

9 - Quarta-feira de Cinzas
Basílica de Santo Anselmo, 16h30 (no horário de Roma, 12h30 em Brasília)
Estação e Procissão Penitencial
Basílica de Santa Sabina, 17h (no horário de Roma, 13h em Brasília)
Santa Missa, bênção e imposição das cinzas

13 – 1º Domingo da QuaresmaPalácio Apostólico
Capela Redemptoris Mater, 18h (no horário de Roma, 14h em Brasília)
Início dos exercícios espirituais da Cúria Romana

19 - Sábado
Capela Redemptoris Mater, 9h (no horário de Roma, 5h em Brasília)
Conclusão dos exercícios espirituais da Cúria Romana


20 - Domingo
2º Domingo da Quaresma
Santa Missa e Rito de Dedicação da Nova Paróquia Romana de São Corbiniano, 9h (no horário de Roma, 5h em Brasília)

Abril

17 - Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Praça de São Pedro, 9h30 (no horário de verão de Roma, 4h30 em Brasília)
Benção dos Ramos, Procissão e Santa Missa

21 - Quinta-feira Santa
Basílica Vaticana, 9h30 (no horário de Roma, 4h30 em Brasília)
Santa Missa Crismal

Basílica de São João de Latrão, 17h30 (no horário de Roma, 12h30 em Brasília)
CAPELA PAPAL
Início do Tríduo Pascal
Santa Missa da Ceia do Senhor

22 - Sexta-feira Santa
Basílica Vaticana, 17h (no horário de Roma, 12h em Brasília)
CAPELA PAPAL
Celebração da Paixão do Senhor

Coliseu, 21h15 (no horário de Roma, 16h15 em Brasília)
Via Sacra

23 - Sábado Santo
Basílica Vaticana, 21h (no horário de Roma, 16h em Brasília)
CAPELA PAPAL
Vigília Pascal na Noite Santa


24 - Domingo de Páscoa
Praça de São Pedro, 10h15 (no horário de Roma, 5h15 em Brasília)
CAPELA PAPAL
Santa Missa do Dia

Balcão central da Basílica Vaticana, 12h (no horário de Roma, 7h em Brasília)
Benção Urbi et Orbi

Festa da Conversão de São Paulo


O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi neste ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.


Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, mas fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.

Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: "Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que me persegues?'. Saulo então diz: 'Quem és, Senhor?'. Respondeu Ele: 'Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão'. Trêmulo e atônito, disse Saulo: 'Senhor, que queres que eu faça?' respondeu-lhe o Senhor: 'Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer'".

O interessante é que o batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo.

Hoje estamos comemorando o testemunho de conversão de São Paulo. Sua primeira pregação foi feita em Damasco. Muitos não acreditaram em sua mudança, mas ele perseverou e se abriu à vontade de Deus, por isso se tornou um grande apóstolo da Igreja, modelo de todos os cristãos.

Por: Canção Nova

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Palácio de Zarzuela desmente acusações de Ussía

"Todas as audiências havidas entre Sua Majestade e o Papa Bento XVI, como com o Pontífice anterior, foram públicas e conhecidas. Não existe nenhuma audiência recôndita e não comunicada". Com palavras categóricas, a Casa Real respondeu ontem, sábado, às perguntas do diário La Gaceta sobre as declarações do escritor Alfonso Ussía no programa Lágrimas en la Lluvia da Intereconomía TV, desmentindo, portanto, as afirmações do escritor sobre um encontro privado entre o Rei e o Pontífice.


No programa televisivo apresentado por Juan Manuel de Prada, em que se debatia sobre a Monarquia ou a República, Alfonso Ussía tomou a palavra e lançou a bomba informativa da noite: "O Rei foi ver o Papa dez dias antes e o Papa lhe disse: 'Cumpre com sua obrigação. Seu dever é cumprir a Constituição'. O Rei foi pessoalmente ver o Papa e pedir-lhe um pouco a vênia".

Diante da transcendência da afirmação, Prada perguntou a Ussía se tinha "certeza" disso: "Absoluta certeza. Absoluta certeza. Tiveram uma longa conversa, o Rei expôs ao Papa seus problemas de consciência com a assinatura dessa lei e o Papa lhe disse: 'V. M. tem de cumprir com suas obrigações constitucionais'".

Participaram do programa Juan Manuel de Prada e María Cárcaba, apresentadores, assim como Miguel Ayuso, catedrático de Direito Constitucional, Dalmacio Negro, catedrático emérito de Ciência Política, Pedro González-Trevijano, reitor da Universidade Rei Juan Carlos, e o escritor Alfonso Ussía.

Origem: Religión en Libertad, traduzido e via OBLATVS.

Guarda Suíça celebra 505 anos

A Guarda Suíça celebrou seu 505° aniversário com uma Missa, celebrada no sábado, em Santa Maria da Piedade, no Vaticano.


O arcebispo Dom Fernando Filoni, substituto do secretário de Estado, presidiu à Missa, transmitindo durante a homilia a saudação de Bento XVI.

O prelado disse que “o Senhor convida cada um a segui-lo, mas chama alguns a compartilhar e colaborar em sua missão, confiando uma tarefa especial para cada pessoa”.

Assim – disse –, “servir ao Santo Padre é a maneira concreta de vocês participarem na missão universal da Igreja. Que Maria lhes dê um renovado espírito de fidelidade e serviço”.

Depois da Missa, realizou-se um desfile com bandeiras e uma banda, na praça de São Pedro, para comemorar a fundação deste corpo militar.

A Guarda Suíça, comandada pelo coronel Daniel Rudolf Anrig, está composta por 110 soldados e um capelão, monsenhor Alain Guy Raemy. Sua fundação se deve ao Papa Julio II della Rovere (1503-1513), que há 500 anos pediu aos Estados pertencentes à Confederatis Superioris Allemanniae que lhe permitissem recrutar jovens suíços para formar uma guarda papal.

No dia 22 de janeiro de 1506, este pontífice deu boas-vindas e abençoou, na praça de São Pedro, o primeiro contingente de 150 guardas suíços, liderados pelo capitão Kaspar von Silenen.

Os recrutas devem ser homens católicos suíços, solteiros, com idades entre 19 e 30 anos e ter treinamento militar.

Ainda que a tradição diga que foi Michelangelo quem desenhou seus uniformes, na realidade o atual desenho data de 1915.

A tradicional cerimônia de juramento dos novos recrutas celebra-se a 6 de maio de cada ano, dia em que se comemora o sacrifício de 147 guardas suíços, que durante o saque de Roma, em 1527, pelas tropas de Carlos V, defenderam o Papa Clemente VII com suas vidas.

De: Zenit

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Santa Inês, Virgem e Mártir, rogai por nós!

Virgem e mártir, Santa Inês se deixou transformar pelo amor de Deus que é santo. Seu nome vem do grego, que significa pura. Ela pertenceu a uma família romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma aia (uma babá) que só a deixaria após o casamento.


Santa Inês tiva cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela; segundo a tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus. De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor; e fez este compromisso. O jovem não sabia e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia 'não'. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque sob o império de Diocleciano, era correr risco de vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, se tornava um mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13 anos.

Tão conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à prova de fogo, pois diante das autoridades e do imperador, ela se disse cristã. Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que pegaram-na e a levaram para um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada pelo pecado.

Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela ignorância, mandaram, então, degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas não o coração, que ficou para sempre em Cristo.

Santa Inês tem uma basílica que foi consagrada a ela no lugar onde foi enterrada.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

São Fabião, Papa e Mártir, rogai por nós!


Sucessor de Santo Antero, foi eleito Bispo da Igreja de Roma em 236. As extraordinárias circunstâncias de sua eleição, em muito se assemelham à de São Zeferino (15º Papa da Igreja), e foram relatadas pelo historiador Eusébius.

Depois da morte do Papa Antero, havia vindo a Roma, com alguns outros de sua vila, e estava na cidade, como mero espectador, quando a nova eleição teve início. Concentrados no local, haviam nomes de várias pessoas ilustres e também muitos nobres de elevada consideração. Durante a fase preparatória e as orações para a escolha do novo Pontífice, repentinamente uma pomba desceu sobre a cabeça de Fabiano, que não gozava de fama ou qualquer consideração social. Os membros da assembléia logo associaram esta manifestação extraordinária à cena descrita no Evangelho, quando o Espírito Santo desceu sobre o Salvador da humanidade e por isto, com divina inspiração, elegeram Fabiano e o aclamaram com tal alegria que, por unanimidade o conduziram à Cadeira de Pedro.

Durante seus quatorze anos de pontificado, dirigiu a Igreja com certa tranqüilidade, já que a chama da perseguição levantou-se somente nos anos finais, quando acabou sendo martirizado por ordem do governo imperial. Dos registros contidos no Livro Pontifical, consta que São Fabiano determinou que Roma fosse dividida em sete distritos eclesiásticos, sendo cada distrito supervisionado por um diácono. Designou sete subdiáconos para recolher e preservar, juntamente com outros notários a "ata dos mártires". Instituiu as quatro ordens menores e também empreendeu grandes trabalhos de manutenção das catacumbas dos mártires.

São Fabiano morreu decapitado durante o governo do imperador Décio, no dia 20 de janeiro de 250. São Cipriano também fez referências ao seu martírio. Seu corpo foi depositado na cripta dos Papas, nas catacumbas de São Calixto, onde, em épocas recentes (1850), foi descoberta sua lápide com seu nome gravado em grego.

Retirado de: Ecclesiam Suam

São Sebastião, mártir, rogai por nós!


O santo de hoje nasceu em Narbonne; os pais oriundos de Milão, na Itália, no século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à de seus irmãos! Ao entrar para o serviço no império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do império.

Sebastião ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas do mistério da Trindade. Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito. São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. Mas um apóstata denunciou-o para o império e lá estava ele, diante de um imperador muito triste, porque era uma traição ao império. Mas ele deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o império era este serviço. Denunciou o paganismo e a injustiça.

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensar que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem. Evangelizou, testemunhou, mas, desta vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.

Retirado de: Ecclesiam Suam

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma Fortaleza em defesa da família, contra o aborto e o PNDH-3

Estou impressionado, e comigo os jovens da Caravana Terra de Santa Cruz. Já sabíamos, por experiência da Caravana de Julho de 2010, que a população é maciçamente contrária ao aborto, à lei da homofobia, à legalização da prostituição, à sovietização do Brasil, etc.

Mas quanto mais percorremos nosso imenso País, mais temos mostras incontestes de que o brasileiro não quer o PNDH-3.

O vídeo abaixo, da campanha em Juazeiro do Norte, mostra bem isso. Temos ainda diversos vídeos do interior e, sobretudo, de Fortaleza, que em breve publicaremos. O caravanista que seleciona os vídeos, Paulo Américo, acaba de me dizer que fará um esforço para tentar colocar ainda hoje alguns vídeos dos 3 dias de campanha na capital.

São tantos, e tão interessantes, que pedi ao responsável pela filmadora que parasse um pouco de filmar, pois tornaria ainda mais difícil a escolha!


Aproveito para agradecer os amigos do Instituto que tão bem acolheram a Caravana. Alojamento, alimentação e orientações teriam sido dificílimas, não fosse sua dedicação exemplar.

Domingo é dia de descanso para os caravanistas. Daqui a pouco iremos à Missa no rito romano tradicional, para a qual nos convidaram nossos amigos. Depois disso, um deles se dispôs a mostrar a cidade aos jovens.

Amanhã pegamos novamente a estrada.

Se os propugnadores do PNDH-3 não param, saibam que muito menos paramos nós!

Estamos de saída para a próxima cidade, debaixo de chuva. Não sei como os rapazes vão conseguir preparar os bagageiros, que ficam em cima das vans... Mas estamos no Brasil, e o jeitinho acabará resolvendo.

***
Enquanto isso, aproveito para publicar mais um vídeo. É o primeiro da Caravana Terra de Santa Cruz em Fortaleza-CE.

Além de termos sido muito bem recebidos pelo público, fomos cordialmente recebidos pelo Presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, o Dep. Francisco Caminha. Membro e fundador da Frente Parlamentar Contra o Aborto da Câmara Estadual do Ceará, o presidente é contrário ao PNDH-3 e acolheu com simpatia a visita de 6 membros da Caravana.

Logo após, os mesmos caravanistas foram entrevistados pela televisão da Câmara, e deram entrevistas ao vivo para a Rádio da Assembléia Legislativa.

Nada mais apropriado do que visitar os representantes, após ter conversado com os representados de todo o estado!


Abaixo fotos dos membros da Caravana Terra de Santa Cruz, na Missa em rito gregoriano:




Fonte (Texto e vídeos): Valores Inegociáveis
Fonte (Fotos): Santa Igreja

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Novo Colaborador do Blog

Olá, como vão vocês? Espero que bem. Chamo-me Paulo Roberto, resido em Fortaleza, capital do Ceará, sou o novo colaborador do Blog Santa Igreja. Sou acólito, a 6 anos, acólito nas duas formas do Rito Romano.

A pedido de meu amigo Caio, um rapaz de um conhecimento incrível, não só em liturgia, mas em outras matérias, venho a partir de hoje, passar meus conhecimentos e atualidades a todos vós. Que Deus abençõe a todos, Nossa Senhora Auxiliadora os ilumine. Viva o Santo Padre!

Vídeo da Eleição do Sumo Pontífice João Paulo II

A Doutrina das Indulgências


A doutrina das Indulgências


Por Leonardo Silva de Paula

Quem é católico certamente já teve que escutar frases acusadoras como: “Os católicos são idólatras, pois adoram Maria e os santos!”, “Os católicos se prostram para adorar ídolos de barro, são idólatras!”, “A Igreja Católica mandava prender, torturar e queimar todos os que se posicionavam contra seu poder!” ou ainda a famosa “A Igreja Católica vendia lugares no céu, ou o perdão dos pecados!”.

Não há dúvidas que essas sentenças citadas acima, além de outras tantas que somos obrigados a escutar muitas vezes são frutos de uma total falta de piedade cristã, além de um desconhecimento imenso da doutrina e da fé que baseiam a Igreja Católica e a vida de seus filhos.

Faz-se necessário entender que, em nenhum momento de sua história, a Igreja Católica tencionou ou buscou afastar-se dos Sagrados Mandamentos e Ensinamentos confiados a ela por seu Fundador, Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa do apóstolo Pedro, considerado pela cristandade católica como o primeiro bispo de Roma e o primeiro Papa.

Durante os muitos séculos de sua existência, nossa igreja enfrentou com bravura inúmeros períodos conturbados da História. Passou pelo ápice e a queda de Roma sob os bárbaros; conheceu o apogeu e o declínio do Império Bizantino; presenciou o surgimento e a organização das primeiras nações européias; acompanhou as navegações que aproximaram o “Velho Mundo” do “Novo Continente”; sofreu com toda a humanidade os horrores das Grandes Guerras, e enfrenta hoje a hostilidade, às vezes velada, escondida, de uma grande multidão que busca, sob falsos pretextos de liberdade e igualdade entre todos, difamar o nome da Igreja de Cristo, incitar o ódio e a descrença contra seus líderes e por abaixo quase dois séculos de uma bela e frutuosa história de fé e testemunho cristão, escoltados pela promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo a Pedro: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16, 18-19)

A Igreja, como uma instituição sediada na terra, é composta por homens e mulheres, todos falhos, fracos, sujeitos a equívocos, por serem pecadores, herdeiros do pecado original, fruto da desobediência dos primeiros pais, Adão e Eva.

Apesar disso, o próprio Senhor garantiu a Pedro a vitória da Igreja sobre as forças do inferno, como vimos na citação acima e, em outro momento, prometeu a seus discípulos que lhes mandaria o Espírito Santo, o Paráclito, que daria testemunho da verdade, confirmando ao mundo a Palavra de Deus, proclamada por meio d’Ele, para que todos cressem que no senhorio de Jesus sobre o mundo (cf. Jo 15, 26 – 16 ss).

Portanto, é injusto, da parte de quem quer que seja questionar ou desacreditar a santidade e a autoridade da Igreja Católica, conferida por Jesus Cristo, pelo fato de alguns entre seus membros cometerem erros, mesmo que erros considerados graves. É hipocrisia valer-se dos erros de alguns para manchar a imagem de todo um corpo, de todo um povo. O próprio Senhor nos advertiu: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o argueiro, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Lc 6, 41-42) Não estarão os críticos da Igreja esquecendo que, à frente de suas próprias denominações religiosas estão homens, tão humanos e pecadores quanto qualquer líder católico? Não estarão se esquecendo de olhar primeiro suas próprias falhas para, após tomar consciência delas e corrigi-las, apontar os erros de seus irmãos?

Sendo assim, é plenamente compreensível o fato de que, como homens, todos estamos sujeitos a errar diversas vezes durante nossa peregrinação terrestre, devendo, no entanto, evitar constantemente, as ocasiões de pecado, desenvolvendo tal horror aos erros e tal amor a Cristo e à sua Palavra, que, aqui mesmo na terra, iniciemos nossa santificação, a purificação de nossa alma, para desfrutarmos um dia da visão da Face de Nosso Deus, na eternidade.

O nosso objetivo, com esse texto, não é declarar a Igreja Católica como uma igreja melhor que as outras, sob uma análise puramente humana e infantil. Acreditamos, porém, que ao reconhecer a autoridade de Pedro como o primeiro chefe dessa Igreja e de seus sucessores, nós fazemos parte da verdadeira Igreja sonhada e fundada por Cristo, Nosso Senhor, na pessoa de Pedro, e que tem, nesse mesmo Jesus, seu Chefe, Esposo e Cabeça.

Tomaremos como tema desse artigo a última das sentenças apresentadas no início: a “venda” do perdão dos pecados, ou de lugares no céu, pela Igreja Católica. O presente texto não possui o objetivo de ser o único depositário da verdade, ou o mais explicativo, ou ainda o único local onde os cristãos católicos terão suas dúvidas satisfeitas ou esclarecidas. Não, de forma alguma é este nosso propósito. O que nos move a escrever essas linhas é a consciência da obrigação cristã que todos temos de ajudar e formar nossos irmãos na fé que se encontram ainda em início de caminhada ou aqueles cuja fé se encontra abalada, muitas vezes devido às falácias e intrigas semeadas por muitos dos irmãos de denominações protestantes.

***

“A salutar instituição das indulgências contribui, assim, por sua parte, para que a Igreja se apresente a Cristo sem mancha nem ruga, mas santa e imaculada, admiravelmente unida em Cristo pelo elo da caridade sobrenatural. De fato, por meio das indulgências são os membros da Igreja padecente mais rapidamente agregados à Igreja triunfante. Daí resulta que por essas mesmas indulgências o Reino de Cristo se instaura muito mais rapidamente ‘até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e de pleno conhecimento do Filho de Deus, à idade de homem perfeito, à medida da estatura que convém ao complemento de Cristo’.” (Papa Paulo VI, Indulgentiarum Doctrina)

É muito comum que protestantes e não cristãos levantem a voz e apontem o dedo para os católicos afirmando – sempre com muita “certeza e convicção” – que a Igreja Católica vendia o perdão dos pecados durante a Idade Média. Como se não bastasse a reinante ignorância sobre esse importante período da história humana e da própria cristandade (leia mais no livro “Uma História que não é contada”, do professor Felipe Aquino), os argumentos utilizados pelos críticos da Igreja revelam um total desconhecimento sobre uma das mais belas doutrinas do catolicismo: as indulgências.

Antes de avançar mais a fundo no que são as indulgências, é preciso falar um pouco sobre o pecado. Todo pecado é falta humana que nos afasta da convivência plena e pacífica com Deus Nosso Senhor. Porém, para que se entendam melhor os efeitos do pecado na relação entre o ser humano e Deus, a Igreja nos apresenta as definições pecado grave, ou mortal e pecado leve, ou venial.

Por pecado grave, entende-se aquele cometido conscientemente, de forma deliberada (não acidental) e constituído de matéria grave (desobediência a alguma lei ou preceito fundamental e importante da Lei de Deus). Este pecado representa nossa rejeição ao projeto do Senhor para nós: o pecador prefere aderir ao pecado e ao mundo, recusando a vontade de Deus. Ele nos priva da comunhão com Deus e nos torna incapazes de participar da vida eterna. Essa privação da vida eterna recebe o nome de pena eterna do pecado.

Por pecado leve ou venial, entende-se toda má ação ou inclinação do ser humano que, mesmo não consistindo em uma violação da dignidade da vida e pureza humana, ou negação e desrespeito pela soberana grandeza de Deus e de suas resoluções (pecado mortal), deixa em nós um apego prejudicial às criaturas, ou seja, faz com que criemos um vínculo perigoso com as “pequenas” e costumeiras falhas e vícios diários, comuns ao ser humano. Esse pecado exige purificação, que pode acontecer tanto em vida, como após a morte, no estado chamado Purgatório.

Para entender melhor:

Quando um indivíduo escolhe tirar a vida de outra pessoa e realiza o ato, comete um pecado grave, pois:

a- O assassinato não foi um acidente (portanto foi praticado deliberadamente, intencionalmente);

b- O crime foi realizado conscientemente (o autor sabia o que estava fazendo e quais as conseqüências de seu ato);

c- O assassino atentou contra a vida de um ser humano, algo grave perante Deus, o único detentor dos direitos sobre a vida e a morte (ou seja, pecado em matéria grave).

Ao cometermos um pecado grave estamos colocando aquele ato ou decisão acima de Deus. Estamos trocando a graça Dele pelo pecado. Como Deus nos deu liberdade de escolha, Ele aceita nossa decisão. A conseqüência disso é a privação da vida eterna: não poderemos desfrutar da vida eterna junto da Trindade e de toda a corte celeste. Essa é a pena eterna do pecado, que só pode ser perdoada, absolvida completamente, mediante o sacramento da Confissão (ou Reconciliação).

Muitas vezes o ser humano se acostuma a dizer “não” a Deus através de erros ou falhas costumeiras como a mentira. Quem mente a primeira vez, mentirá mais uma e mais outra vez, como num verdadeiro “efeito-dominó”. Ainda que esse pecado muitas vezes não seja cometido de forma deliberada, consciente ou em matéria grave (características do pecado mortal), é um ato que nos distancia de Deus e nos faz mais apegados às coisas do mundo. Nos “acostumamos a pecar”. A mentira aqui se enquadra no que a Igreja chama de pecado venial.

Ocorre que, por causa desse “apego às criaturas”, presente tanto no pecado mortal quanto no pecado venial, o pecador adquire outra pena além da pena eterna: a pena temporal. A pena temporal pode ser entendida como todos os sofrimentos, provações e dificuldades que passaremos aqui na terra, por causa de nossos pecados. Jesus nos explica a pena temporal quando nos diz “...dali não sairás antes de teres pago o último centavo.” (Mt 5,26). Ou seja, temos uma dívida a pagar pelos pecados cometidos.

Enquanto, através da Confissão Sacramental, Cristo nos liberta da pena eterna do pecado, a remissão da pena temporal é feita através da oração, caridade e obras de penitência ou “obras indulgenciáveis”.

Durante os primeiros séculos da história da Igreja, os pecadores só recebiam a absolvição de suas penas (as temporais, mesmo não havendo esse conceito naquela época) após realizarem severas obras de penitência pública e/ou privada, associadas a um verdadeiro e forte desejo de arrancar de si os resquícios do pecado. É claro que nem todos podiam praticar obras penitenciais como autoflagelação, uso do cilício e os severos jejuns comuns à época (1).

Como Mãe preocupada e generosa com seus filhos (mas não injusta), a Igreja apelou para o Tesouro dos Méritos ou Satisfações de Cristo e de seus santos, do qual ela é depositária, guardiã. Esse tesouro espiritual constitui-se dos méritos adquiridos junto a Deus por Jesus Cristo, através de seus sofrimentos e sua morte de cruz, associado às orações e obras de caridade e misericórdia de todos os seus membros, vivos e mortos, oferecidas a Deus em intenção e benefício da Igreja e de seus filhos.

Ensina-nos o Santo Padre Papa Paulo VI, em sua “Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina”:

“A convicção existente na Igreja de que os Pastores do rebanho do Senhor podem por meio da aplicação dos méritos de Cristo e dos Santos libertar cada fiel dos restos de seus pecados introduziu aos poucos no correr dos séculos, pelo sopro do Espírito Santo que sempre anima o Povo de Deus, o uso das indulgências; uso pelo qual se efetuou um progresso, não uma mudança, na doutrina e na disciplina da Igreja, e da raiz que é a revelação brotou um novo bem para a utilidade dos fiéis e de toda a Igreja.


Pouco a pouco se propagou o uso das indulgências e se tornou um fato notório na história da Igreja desde que os Pontífices Romanos decretaram que certas obras favoráveis ao bem geral da Igreja ‘poderiam ser imputadas ao título de uma penitência total’; e aos fiéis ‘verdadeiramente penitentes, que tivessem confessado seus pecados’ e realizassem tais obras, esses mesmos Pontífices ‘pela misericórdia de Deus e... confiando nos méritos e na autoridade dos apóstolos’, ‘na plenitude do poder apostólico’ concediam o perdão não só pleno e abundante, mas até o mais cabal, de todos os seus pecados". Pois ‘o Filho unigênito de Deus adquiriu um grande tesouro para a Igreja Militante... Esse tesouro... quis ele fosse distribuído aos fiéis para sua salvação por são Pedro, portador das chaves do céu, e por seus sucessores, seus vigários na terra, e fosse, por motivos particulares e razoáveis, a fim de remir ora parcial ora completamente a pena temporal devida ao pecado, misericordiosamente aplicado, em geral ou em particular, como diante de Deus se julgasse mais útil, aos que, verdadeiramente penitentes se tivessem confessado. Sabe-se que os méritos da Bem-aventurada Mãe de Deus e de todos os eleitos contribuem para a riqueza desse tesouro’.” (Indulgentiarum Doctrina, Capítulo IV, §7)

Então, dispondo desse Tesouro de méritos, a Igreja passou a aplicar esses méritos a seus filhos que não possuíam condições físicas de cumprir com as penitências mais pesadas. Assim, a Igreja instituiu, a partir do século IX, as “obras indulgenciáveis”.

Sendo assim, após uma confissão sacramental, o fiel deveria praticar determinada obra de caridade ou penitência, para que, através desse sacrifício, sua pena temporal fosse também apagada, como a pena eterna o fora com a confissão. Ao invés de um pesado jejum, o fiel podia agora ao rezar a oração do terço, visitar determinado Santuário, ou orar em um cemitério no Dia dos Fiéis Defuntos (Dia de Finados), obter a expiação de sua pena temporal, associando seu esforço às orações e obras dos membros da Igreja, presentes no Tesouro de Méritos!

A prática de obras de penitência pela expiação dos pecados não é invenção da Igreja Católica, muito menos as normas, exigências ou exceções à forma como ela deve ser realizada. O Antigo Testamento nos mostra como Deus aceita o sacrifício do pobre fiel que não tem como oferecer atos mais pesados ou bens mais valiosos em expiação de suas falhas. “Se não houver meio de se obter uma ovelha ou uma cabra, oferecerá ao Senhor em expiação pelo seu pecado duas rolas ou dois pombinhos, um em sacrifício pelo pecado e o outro em holocausto.(...) Se não houver meio de se encontrarem duas rolas ou dois pombinhos, trará como oferta, pelo pecado cometido, o décimo de um efá de flor de farinha em sacrifício pelo pecado. Não lhe deitará azeite nem lhe porá incenso, porque é um sacrifício pelo pecado” (Lv 7,5.11).

O fiel pode oferecer a Deus o que puder, desde que seja acompanhado de um profundo desejo de conversão e reta intenção de não tornar a pecar, com a graça de Deus. Ou seja: não basta apenas realizar a obra, mas sim, realizá-la com verdadeiro arrependimento e com o puro intento de não mais pecar. Daí, podemos notar que a Igreja não retira de onde não tem, meios de perdoar os pecados de seus membros, vendendo ou comerciando a remissão dos pecados através de ações escolhidas por seus líderes. Não existe comércio do perdão: a Igreja ensina seus filhos como se achegar de forma mais íntima do coração de Deus e como agir para reconciliar-se com ele, libertar-se do pecado e alcançar o perdão e a vida eterna.

A indulgência por si só, também não leva ninguém ao céu. É preciso que o fiel que deseja lucrar o benefício da indulgência cumpra com algumas condições:

a- Fazer um exame de consciência rigoroso e minucioso, depois confessar-se e após a absolvição sacramental, deve assistir à Missa completa e comungar;

b- Deve possuir e/ou desenvolver o mais absoluto horror ao pecado cometido e manifestar firme intenção de não cometê-lo novamente;

c- E deve ter em mente o desejo de lucrar a indulgência associada ao ato enquanto o executa.

Ou seja: quem, por seus atos, escolheu o inferno e não se arrependeu (confessando-se e recebendo a absolvição sacramental) não pode lucrar a absolvição da pena temporal através das indulgências. A Indulgência só vale quando o fiel já foi absolvido de sua pena eterna e pratica a obra indulgenciável obedecendo às condições prescritas acima.

Não há, portanto, fundamento nas palavras de protestantes e não cristãos que atacam a Igreja e sua doutrina das indulgências, colocando-a como uma “vendedora do perdão dos pecados”. Nada mais falso e em mais descompasso com a verdadeira fé e a Sã doutrina da Igreja Católica que, apoiada nos ensinamentos de Cristo, seu senhor e mestre, continuará a dar testemunho da verdade até a consumação dos séculos.

Bibliografia:

MARTINS DE JESUS, Leandro. Entendendo a Doutrina das Indulgências. Site “Veritatis Splendor”: http://www.veritatis.com.br/article/5663 Acessado em: 21 de maio de 2010

RAMALHETE, Professor Carlos. A Igreja Católica vendia lugares no céu? Site “Vetitatis Splendor”: http://www.veritatis.com.br/article/3843 Acessado em: 21 de maio de 2010

PAULO VI, Papa. Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina. Página Oficial do Vaticano: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_constitutions/documents/hf_p-vi_apc_01011967_indulgentiarum-doctrina_po.html. Acessado em: 21 de maio de 2010

Notas:

(1) É preciso ter em mente que, em nenhum momento, a Igreja desejou impor sofrimento a seus filhos, pelo simples prazer ou ato de sofrer. Isso é masoquismo, algo abominável que vai contra os princípios da Lei de Deus. As práticas penitenciais, como os severos jejuns a pão e água, ou ainda a autoflagelação ou o uso do cilício, eram comuns no início do cristianismo (e não apenas na Idade Média, como insistem muitos escritores e professores anti-católicos) e eram maneiras encontradas pelos fiéis para que, infligindo sofrimentos e privações a seus próprios corpos, desenvolvessem aversão ao pecado e às suas conseqüências, além de, a exemplo de Cristo, Servo Sofredor, aceitassem os sofrimentos terrenos como forma de purificação espiritual na busca da perfeição e da eternidade.


(2) Até antes do Concílio Vaticano II, as indulgências eram aplicadas a períodos de tempo. Segundo Dom Estêvão Bettencourt, “Quando, antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), se falava de “indulgencia de 100, 300 dias, um ou mais anos”, não se designava um estágio no purgatório, pois neste não há dias nem anos. Com essa contagem, indicava-se o perdão da expiação que outrora alguém prestaria fazendo 100, 300 dias, um ou mais anos de penitencia rigorosa, avaliada segundo a praxe da Igreja antiga.” (BETTENCOURT, Estêvão. Indulgências: Que são? In: Pergunte e Responderemos, ano XLIX, setembro de 2008, nº 555, p.387 apud MARTINS DE JESUS, Leandro. Entendendo a Doutrina das Indulgências.)


(3) Não se pode afirmar com categoria, como fazem os críticos, que o comércio de Indulgências é dogma ou prática ordenada pela Igreja Católica. Isso nunca fez ou faz parte da doutrina ensinada pela Igreja e não encontra base ou eco em nenhuma carta, encíclica, bula, decreto ou demais publicações oficiais de resoluções e ensinamentos papais. Ocorreram, não há dúvidas, casos famosos de abusos na aplicação da doutrina das indulgências durante a Idade Média. É preciso avaliar, porém, que o “comércio de indulgências” foi uma prática resultante das falhas e resoluções errôneas de membros individuais dentre o clero da Igreja. Mesmo sendo membros influentes na sociedade e comunidade cristã, seu proceder nunca encontrou apoio na doutrina da Igreja, ainda que essa prática condenável estivesse se tornando comum em determinados locais ou contextos.


(4) Muito do que se escreve hoje de negativo com relação às indulgências, e que se diz baseado em documentos ou testemunhos da época, revela total falta de caridade e senso crítico para tratar fatos e textos relacionando-os com os contextos e com a realidade da época em que foram escritos. Não havia, na Idade Média, por exemplo, a facilidade de que dispomos hoje para nos formarmos e informarmos sobre a doutrina e as opiniões da Igreja sobre o mundo. Muitos sacerdotes não compreendiam bem o funcionamento das indulgências e com isso, mais por ignorância do que por desejo de ver perdido o rebanho de Cristo, repassavam informações nem sempre corretas aos fiéis, a respeito do tempo de validade das indulgências, por exemplo, etc.


(5) A Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, do Papa Paulo VI, de onde foram retirados alguns trechos é um importantíssimo documento pastoral e oficial da Igreja Católica acerca da doutrina das Indulgências. Para que não houvessem equívocos na compreensão e prática das indulgências por parte de religiosos e fiéis, o Santo Padre redigiu e publicou esse documento, no dia 1º de janeiro de 1967, rememorando a história e o significado das indulgências para a Igreja, além de estabelecer algumas novas normas para a para a prática dessa doutrina, “para que o mesmo uso das indulgências fosse levado à máxima dignidade e altíssima estima”, nas palavras do próprio Pontífice. É um documento de leitura essencial e altamente recomendável para a formação cristã e para os que desejam entender melhor essa doutrina.
 
Retirado de: A Vida Sacerdotal

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bebês “descartáveis”

De: Zenit
Aumenta o número de fetos com deficiência que são abortados

Os pró-aborto sempre defenderam o direito das mulheres de controlar seus corpos e de ter o nascituro como quiserem. Em uma decisão estranha, um tribunal belga aprovou esse raciocínio até afirmar que uma criança tem o direito de ser abortada.

A revista belga Revue Générale des Assurances et responsabilité publicou a sentença do Tribunal de Apelação em Bruxelas, de 21 de setembro, sobre o caso de uma criança nascida com deficiência, após um erro no diagnóstico pré-natal, de acordo com a revista Gènéthique de 29 de novembro a 3 de dezembro.

O tribunal decidiu que os pais da criança poderiam exigir indenização dos médicos que não conseguiram detectar a incapacidade. Eles alegaram que, ao legalizar o aborto terapêutico, os legisladores pretendiam que as mulheres pudessem evitar dar à luz crianças com deficiências graves, "tendo em conta não só os interesses da mãe, mas também os do nascituro em si".

Assim, os juízes consideraram que a criança deve ter o "direito" ao aborto, se a sua deficiência for diagnosticada corretamente.

Esta reportagem sobre a sentença não explicou como o tribunal chegou a considerar o nascituro como capaz de ser sujeito de direitos, e por que esse direito era apenas o de ser assassinado, e não o de viver.

Uma boa mãe?

A escritora britânica Virginia Ironside deu mais um passo a mais na aceitação cada vez mais comum da visão de que é melhor abortar bebês com deficiência, ao declarar que preferiria afogar seu filho para acabar com seu sofrimento, informou a 5 de outubro o jornal Daily Mail.

Ela fez o comentário durante um programa de rádio na BBC1, Sunday Morning Live. Ironside disse também que abortar um bebê indesejado ou com deficiência "é o ato de uma mãe amorosa".

Suas declarações provocaram muitas críticas. Peter Evans, falando em nome da Christian Medical Fellowship, disse: "Para nós, fazer julgamentos de que uma pessoa não é digna de viver, não é digna da oportunidade de viver, é algo perigoso", informou o Daily Mail.

Ian Birrell, pai de uma filha com deficiência, de 16 anos, assinou um artigo adjunto em que reconhecia as dificuldades de cuidar de uma criança deficiente, mas também disse que é uma experiência intensamente gratificante. Acusou Ironside de mostrar uma maneira de pensar muito comum, segundo a qual as pessoas com deficiência seriam inferiores.

"Imagine a indignação se a Sra. Ironside tivesse dito que as crianças negras ou os adolescentes gays deveriam ser exterminados", disse Birrell.

Outros, porém, a defenderam. O colunista do jornal Guardian, Zoe Williams, afirmou que ela tinha "uma opinião válida e foi corajosa ao expressá-la" em um artigo em 5 de outubro.

Williams disse que o argumento de Ironside era um passo crucial, pois ela tinha formulado a dimensão moral de ser pró-aborto. Foi como um golpe ao que William descreve como "a autoproclamada superioridade moral dos antiabortistas".

O Sunday Times deu oportunidade a Virginia Ironside para que explicasse melhor o seu raciocínio, em um artigo de opinião publicado em 10 de outubro. Argumentou que as mortes misericordiosas de pessoas idosas e doentes acontecem e que os juízes, em geral, se mostram clementes com elas. Estender esta prática ao feto ou ao recém-nascido é exatamente o que faria uma boa mãe, disse.

Novos testes

A postura de eliminar aqueles considerados indignos receberá ajuda dos novos exames que tornarão mais fácil a detecção de anormalidades na gravidez. Foi desenvolvido um exame de sangue para as mulheres grávidas capaz de detectar quase todas as doenças genéticas, informou em 9 de dezembro o Times de Londres.

Se os exames mais amplos confirmarem os resultados preliminares, o teste poderia substituir técnicas mais invasivas e arriscadas, como a amniocentese, que exige a inserção de uma agulha no útero para retirar uma amostra de tecido fetal.

Da mesma forma, o exame poderá ser usado a partir da primeira semana de gravidez, assim como na oitava, bem antes dos processos atualmente em uso, dando à mulher mais tempo para decidir abortar ou não, acrescentou o Times.

Alasdair Palmer, comentando estas notícias no jornal Telegraph de 11 de dezembro, afirmou que exames como esse evitariam que pessoas como ele nascessem. Palmer, que sofre de esclerose múltipla, falou da preocupação sobre um possível aumento no número de abortos de bebês com defeitos genéticos, incluindo os menos importantes, como o lábio leporino.

Rotineiramente, seriam abortados os bebês com síndrome de Down e, após a aceitação desta forma de pensar como uma prática aceitável, seria mais difícil traçar uma linha. "Devemos abortar aqueles que sofrem de autismo, dislexia, ou os são excessivamente baixos?", perguntou-se.

"Não vejo base alguma que permita que a lei especifique, e muito menos que imponha, um princípio que diga: este defeito genético é suficientemente ruim e é melhor que o bebê não nasça, mas este outro não é tão ruim", refletiu Palmer.

Mesmo sem os novos exames, já houve um significativo declínio no nascimento de crianças com doenças genéticas devido ao aborto seletivo. Uma longa reportagem da Associated Press, publicada em 17 de fevereiro, citou a Dra. Wendy Chung, diretora de genética clínica da Universidade de Columbia, quem disse que, devido aos diagnósticos, diminuiu a porcentagem de doenças como a de Tay-Sachs.

Nos últimos anos, têm aumentado os exames para a fibrose cística e, em Massachusetts, por exemplo, o nascimento de bebês com esta doença caiu de 29, em 2000, para apenas 10, em 2003.

Na Califórnia, relatou a Associated Press, Kaiser Permanente, uma organização de saúde de grande porte, oferece diagnóstico pré-natal. De 2006 a 2008, 87 casais com mutações de fibrose cística concordaram em examinar seus fetos e foi constatado que 23 tinham a doença; 16 dos 17 fetos que teriam uma forma grave desta doença foram abortados, e também 4 dos 6 cujo prognóstico seria menos grave.

Às vezes, os casais optam por abortar mesmo se não há problemas genéticos, conforme relatado em 10 de dezembro pelo jornal Canadian National Post.

Quando um casal descobriu que estava esperando gêmeos, os cônjuges acharam que não poderiam lidar com dois filhos, além do menino que já tinham. Então, eles decidiram fazer o que é chamado de "redução seletiva", e um dos gêmeos foi abortado.

O artigo citou uma obstetra de Nova York, Mark Evans, especialista nesta técnica, quem disse que muitos casos têm a ver com casais que estão em seu segundo casamento e já têm filhos, então só querem mais um.

Cada ser humano é único

"Deus ama cada ser humano de maneira única e profunda", declarou Bento XVI em 13 de fevereiro, em seu discurso aos membros da Academia Pontifícia para a Vida.

O Papa destacou que a bioética é um campo de batalha crucial na luta entre a supremacia da tecnologia e a responsabilidade moral do ser humano. Neste conflito, é vital manter o princípio da dignidade da pessoa humana como fonte de direitos dos indivíduos.

"Ao invocar o respeito à dignidade da pessoa, é essencial que este seja pleno, total e sem sujeições, exceto a de reconhecer que se está sempre diante de uma vida humana", disse ele.

O Pontífice advertiu que a história mostra quão perigoso pode ser o Estado quando proclama que é a fonte e o princípio da ética e legisla sobre assuntos que afetam a pessoa e a sociedade.

O passo do direito a abortar ao direito de ser abortado demonstra claramente o perigo de abandonar os princípios éticos fundamentais.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Fotos da Missa Gregoriana celebrada por D.Adalberto, em Fortaleza.

Esta manhã, na paróquia de São João Batista, em Fortaleza, Sua Excelência Dom Adalberto da Silva, bispo auxiliar emérito de Fortaleza, oficiou uma Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.

Eis as fotos:










sábado, 15 de janeiro de 2011

Ereção do primeiro Ordinariato para ex-anglicanos e nomeação do Ordinário

EREÇÃO DO ORDINARIATO PESSOAL DE
NOSSA SENHORA DE WALSINGHAM
E NOMEAÇÃO DO PRIMEIRO ORDINÁRIO

No dia 15 de janeiro, a Congregação para a Doutrina da Fé, conforme determinado pela Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, erigiu o Ordinariato Pessoal de Our Lady of Walshingham, no território da Conferência Episcopal de Inglaterra e Gales. Ao mesmo tempo, o Santo Padre nomeou primeiro Ordinário o Revmo. Pe. Keith Newton.

Revmo. Pe. Keith Newton


Frequentou a Alsop High School de Liverpool entre 1963 e 1970, realizando sucessivamente os estudos de Teologia no King's College da Universidade de Londres entre 1970 e 1973, onde obteve o diploma de Bachelor of Divinity e depois lhe foi conferido o título de Associate of King's College. Obtido o "Post Graduate Certificate of Education" junto ao Christ Church College de Cantuária em 1974, prosseguiu com a formação em vista do sacerdócio na Igreja da Inglaterra [anglicana] no St. Augustine's College de Cantuária.

Ordenado diácono em 1975 e presbítero em 1976 para a diocese anglicana de Chelmsford, desempenhou sua primeira função de vigário paroquial na Igreja de Santa Maria em Great Ilford. Em 1978 foi nomeado pároco no Wimbledon Team Ministry na diocese anglicana de Southwark. De 1985 a 1991 pôs-se a serviço da diocese de Southern Malawi, na província anglicana da África Central. Entre 1986 e 1991 foi decano da Catedral de São Paulo em Blantyre, Malawi. Regressou ao Reino Unido em 1991, na diocese anglicana de Bristol, e foi pároco em Knowle de 1992 a 2002, na paróquia de Holy Nativity.

Foi ordenado bispo anglicano em 7 de março de 2002 pelo arcebispo de Cantuária, George Carey, desempenhando de 2002 a 2010 o ministério de Bispo Sufragâneo de Richborough e a função de Visitador Episcopal Provincial na Província de Cantuária.

Juntamente com a esposa, foi recebido na plena comunhão com a Igreja Católica na Catedral de Westminster em 1º de janeiro de 2011 por S. Exa. Dom Alan Hopes [auxiliar de Westminster].

[Foi ordenado diácono em 13 de janeiro de 2011 e sacerdote católico em 15 de janeiro de 2011 por S. Exa. Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster]

Fonte: Santa Sé
Tradução: OBLATVS  
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