No dia 2 de novembro, a sagrada Liturgia se lembra de 
modo especial dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado - no dia anterior, 
festa de Todos os Santos - os triunfos de seus filhos que já alcançaram a glória 
do Céu, a Igreja dirige seu maternal desvelo para aqueles que sofrem no 
Purgatório e clamam com o salmista: "Tirai-me desta prisão, para que possa agradecer ao vosso 
nome. Os justos virão rodear-me, quando me tiverdes feito este 
benefício" (Sl 
141, 8).
A gênese dessa celebração está na famosa abadia 
de Cluny, quando seu quinto Abade, Santo Odilon, instituiu no calendário 
litúrgico cluniacense a "Festa dos Mortos", dando especial oportunidade a seus 
monges de interceder pelos defuntos, ajudando-os a alcançarem a bemaventurança 
do Céu.
A partir de Cluny, essa comemoração foi-se 
estendendo entre os fiéis até ser incluída no Calendário Litúrgico da Igreja, 
tornando- se uma devoção habitual, em todo o mundo católico.
Talvez o leitor, como milhares de outros fiéis, 
tenha o costume de visitar o cemitério nesse dia, para recordar os familiares e 
amigos falecidos, e por eles orar. Muitos cristãos, porém, não prestam ouvidos 
aos apelos de seu coração, que os move a sentir saudades de seus entes queridos 
e a aliviálos com uma prece. Talvez por falta de cultura religiosa, ou por falta 
de alguém que as incentive ou oriente, muitas pessoas nem vêem a necessidade de 
rezar pelas almas dos falecidos.
A inúmeras outras, a existência do Purgatório 
causa estranheza e antipatia.
Seja como for, tanto por amor às almas que 
esperam ver-se livres de suas manchas para entrarem no Paraíso, quanto para 
estimular em nós a caridade para com esses irmãos necessitados, como também para 
nosso próprio proveito, vejamos o "porquê" e o "para quê" da existência do 
Purgatório.
Fonte: Redemptionis Sacramentum

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