Caríssimos: que Jesus guarde as minhas filhas e os meus filhos!
Ainda são muito recentes os momentos de grande importância de que fomos
testemunhas na vida da Igreja: a eleição de um novo Romano Pontífice.
Como acontece sempre nestes eventos, pudemos experimentar a ação do
Paráclito e o que Bento XVI afirmava ao iniciar o ministério petrino: “A
Igreja está viva; esta é a maravilhosa experiência deste dias (...). A
Igreja é jovem. Traz em si mesma o futuro do mundo e, portanto, indica
também a cada um de nós o caminho para o futuro. A Igreja é jovem, e nós
assim o vemos: experimentamos a alegria que o Ressuscitado prometeu aos
seus” [1].
Com uma grande alegria, unidos a toda a Igreja, todas e todos na Obra
acolhemos a eleição do Papa Francisco, que trouxe consigo uma rajada de
espiritualidade, de anelos de melhora. A festa de São José, dia em que o
novo Pontífice deu início solene ao seu ministério de Pastor supremo da
Igreja universal, tornou especialmente tangível a percepção de que o
Senhor, a sua Mãe Santíssima e o santo Patriarca velam pela Igreja em
cada momento; de que a Esposa de Cristo nunca está só no meio das
vicissitudes e flutuações que encontra no decorrer da sua existência.
De que modo vive José a sua vocação como custódio de Maria, de Jesus, da Igreja?, perguntava o Papa Francisco. E respondia: Com
a atenção constantemente voltada para Deus, aberto aos seus sinais,
disponível para o seu projeto e não tanto para o próprio; é o que Deus
pede a Davi (...). Deus não
deseja uma casa construída pelo homem, mas a fidelidade à sua palavra,
ao seu desígnio; quem constrói a casa é o próprio Deus, mas com pedras
vivas marcadas pelo seu Espírito. José é “custódio” porque sabe escutar a
Deus, deixar-se guiar pela sua vontade, e precisamente por isso é ainda
mais sensível às pessoas que lhe foram confiadas; sabe como ler com
realismo os acontecimentos, está atento ao que o rodeia, e sabe tomar as
decisões mais sensatas [2]. Como já vos fiz notar antes da eleição e
vo-lo confirmei depois – seguindo em tudo o nosso Padre –, já queremos
ao novo Papa com imenso afeto sobrenatural e humano, ao mesmo tempo que
procuramos apoiar – com abundante oração e mortificação – os primeiros
passos do seu ministério, sempre importantes.
Ontem começou o tempo pascal. O aleluia cheio
de júbilo, que sobe da terra ao céu de todos cantos da terra, manifesta
a fé inquebrantável da Igreja no seu Senhor. Jesus, após a sua
afrontosa morte na Cruz, recebeu de Deus Pai, pelo Espírito Santo, uma
nova vida – uma vida plena de glória na sua Humanidade Santíssima –,
como confessamos aos domingos num dos artigos do Credo: o mesmo Jesus – perfectus homo,
homem perfeito – que sofreu a morte sob Pôncio Pilatos e foi sepultado,
esse mesmo Jesus ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras
[3], para nunca mais morrer e como penhor da nossa ressurreição futura e
da vida eterna que esperamos. Digamos, pois, com a Igreja: Na
verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos glória
sempre, Senhor, mas mais solenemente neste tempo em que Cristo, nossa
páscoa, foi imolado. Ele é o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do
mundo: morrendo, destruiu a morte, e, ressuscitando, restaurou a vida [4].
Procuremos aprofundar, com a ajuda do Paráclito, neste grande mistério
da fé, sobre o qual se apoia – como o edifício sobre os seus alicerces –
toda a vida cristã. “O mistério da Ressurreição de Cristo – ensina o Catecismo da Igreja Católica –
é um acontecimento real que teve manifestações historicamente
comprovadas, como atesta o Novo Testamento”[5]. São Paulo explicava-o
aos cristãos de Corinto: Porque eu
vos transmiti em primeiro lugar o mesmo que recebi: que Cristo morreu
pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia, segundo as Escrituras; e apareceu a Cefas e depois aos
doze [6].
O caráter total excepcional da ressurreição de Cristo consiste em que a
sua Humanidade Santíssima, uma vez reunidos de novo a alma e o corpo
pela virtude do Espírito Santo, foi completamente transfigurada na
glória de Deus Pai. É um fato histórico certificado por testemunhas
plenamente críveis; mas é, ao mesmo tempo e sobretudo, objeto
fundamental da fé cristã. O Senhor, “no seu corpo ressuscitado, passa do
estado de morte para outra vida, além do tempo e do espaço. Na
Ressurreição, o corpo de Jesus enche-se do poder do Espírito Santo;
participa da vida divina no estado da sua glória, de tal modo que São
Paulo pôde dizer de Cristo que Ele é o «Adão celeste» (cf. 1 Cor 15, 35-50)”[7].
Meditemos no que São Josemaria escreveu numa das suas homilias: Cristo vive. Jesus é o Emanuel: Deus conosco. A sua Ressurreição revela-nos que Deus não abandona os seus (...).
Cristo vive na sua Igreja.
“Digo-vos a verdade: a vós convém que eu vá, porque, se não for, o
Consolador não virá a vós; mas, se for, eu vo-lo enviarei” (Jo
16, 7). Tais eram os desígnios de Deus: Jesus, morrendo na Cruz,
dava-nos o Espírito de Verdade e de Vida. Cristo permanece na sua
Igreja: nos seus sacramentos, na sua liturgia, na sua pregação e em toda
a sua atividade.
De modo especial, Cristo continua presente entre nós nessa entrega
diária que é a Sagrada Eucaristia. Por isso, a Missa é o centro e a raiz
da vida cristã. Em todas as missas está sempre o Cristo total, Cabeça e
Corpo. Por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Porque Cristo é o Caminho, o Medianeiro; nEle encontramos tudo; fora
dEle, a nossa vida torna-se vazia. Em Jesus Cristo, e instruídos por
Ele, atrevemo-nos a dizer – audemus dicere – Pater noster, Pai nosso. Atrevemo-nos a chamar Pai ao Senhor dos céus e da terra.
A presença de Jesus vivo é a garantia da sua presença no mundo [8].
Jesus ressuscitado é também o Dono do mundo, o Senhor da história: nada
acontece sem que Ele o queira ou permita em função dos desígnios
salvadores de Deus. São João no-lo apresenta no Apocalipse em toda a
sua glória: No meio dos candelabros [vi] alguém
semelhante ao Filho do homem, vestido com uma túnica até aos pés e o
peito cingido por um cinto de ouro. A sua cabeça e os seus cabelos eram
brancos como lã cor de neve, os seus olhos como chamas de fogo, os seus
pés semelhantes ao metal precioso incandescido na fornalha, a sua voz
como o estrondo de muitas águas. Segurava na mão direita sete estrelas,
da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes, e o seu rosto era como
o sol quando brilha em todo o seu esplendor [9].
Esta soberania de Nosso Senhor sobre o mundo e sobre a história em toda
a sua amplitude exige de nós, seu discípulos, que nos empenhemos com
todas as nossas forças na edificação do seu reino na terra. Uma tarefa
que requer não só que amemos a Deus com todo o coração e toda a alma,
mas que amemos com uma caridade afetiva e efetiva, com obras e de verdade [10], cada um dos nossos semelhantes, particularmente os que estão mais necessitados. Por isso, compreende-se muito bem – escreveu São Josemaria – a impaciência, a angústia e os anseios inquietos daqueles que, com alma naturalmente cristã (cf. Tertuliano, Apologético, 17),
não se resignam perante as situações de injustiça pessoal e social que o
coração humano é capaz de criar. Tantos séculos de convivência entre os
homens, e ainda tanto ódio, tanta destruição, tanto fanatismo acumulado
em olhos que não querem ver e em corações que não querem amar [11].
Esta é, como sabeis, uma das preocupações que o novo Papa
manifestou desde os primeiros momentos do seu pontificado. Impelidos
pelo exemplo e pelos ensinamentos do nosso Padre, continuemos a
esforçar-nos por levar a caridade de Cristo, a solicitude espiritual e
material pelos outros, ao ambiente em que cada qual trabalha; de modo
pessoal, mas também procurando e pedindo a urgente colaboração de outras
pessoas que manifestam esta preocupação pelos necessitados. Não
esqueçamos nunca que o Opus Dei nasceu e se reforçou, por querer divino,
entre os pobres e doentes dos bairros periféricos de Madri; e a eles o
nosso Fundador se dedicou com generosidade e otimismo, com grande
emprego de tempo, nos primeiros anos da Obra. Em 1941, escrevia: Não
é preciso recordar-vos, porque assim o viveis, que o Opus Dei nasceu
entre os pobres de Madri, nos hospitais e nos bairros mais miseráveis: e
continuamos a atender os pobres, as crianças e os doentes. É uma
tradição que nunca se interromperá na Obra [12].
Poucos anos depois, São Josemaria completava este ensinamento com
outras palavras bem claras que, apesar do tempo decorrido, conservam
plena atualidade. Neste tempo de confusão – escrevia –,
não se sabe o que é direita, nem centro, nem esquerda, no campo
político e no social. Mas se por esquerda se entende conseguir o
bem-estar para os pobres, a fim de que todos possam satisfazer o direito
de viver com um mínimo de conforto, de trabalhar, de estar bem
atendidos se adoecem, de distrair-se, de ter filhos e poder educá-los,
de ser velhos e ser atendidos, então eu estou mais à esquerda do que
ninguém. Naturalmente, dentro da doutrina social da Igreja, e sem
compromissos com o marxismo ou com o materialismo ateu; nem com a luta
de classes, anticristã, porque nestas coisas não podemos transigir [13].
Doía especialmente ao nosso Fundador ver que o desamor e a falta de
caridade com os indigentes também se dava às vezes entre os cristãos:
Os
bens da terra, repartidos entre poucos; os bens da cultura, encerrados
em cenáculos. E, lá fora, fome de pão e de sabedoria; vidas humanas –
que são santas, porque vêm de Deus – tratadas como simples coisas, como
números de uma estatística. Compreendo e partilho dessa impaciência,
levantando os olhos para Cristo, que continua a convidar-nos a pôr em
prática o mandamento novo do amor.
Todas
as situações que a nossa vida atravessa trazem uma mensagem divina e
pedem-nos uma resposta de amor, de entrega aos outros [14].
Minhas filhas e filhos, meditemos nestas palavras e façamo-las ressoar nos ouvidos de muitas pessoas, a fim de que o mandamento novo da
caridade brilhe na vida de todos e seja – como Jesus queria – o
distintivo de todos os seus discípulos [15]. Quereria que
aprofundássemos na frase que se lê no Evangelho após o relato da
ressurreição de Jesus: Gavisi sunt discipuli viso Domino [16],
os discípulos encheram-se de alegria ao verem o Senhor. Consideremos
também que o Mestre nos segue sempre de perto, e temos que descobri-lo,
de olhá-lo, nas circunstâncias extraordinárias e ordinárias da vida
corrente, convencidos daquilo que São Josemaria afirmava: ou o
encontramos aí, ou não o encontraremos nunca. Por isso, será que, com o
triunfo de Cristo, com a certeza de que Ele conta conosco, demos um novo
rumo ao nosso gaudium cum pace, à nossa alegria cheia de paz? Tem essa alegria conteúdo sobrenatural e humano?
Ao longo deste mês, a par do júbilo da Igreja pela Páscoa e por ter de
novo um sucessor de Pedro na terra, acrescentam-se no nosso caso outros
motivos de alegria: especialmente os aniversários da Primeira Comunhão e
da Confirmação de São Josemaria no dia 23. Que boa ocasião para que,
nas próximas semanas, peçamos ao Senhor, por intercessão do nosso
Padre, a luz abundante e a fortaleza do Espírito Santo para o Papa
Francisco, para a Igreja Santa, para a humanidade! Não vos escondo que
me dá muito gosto percorrer a história do Opus Dei, a história das misericórdias de Deus,
e peço à Trindade Santíssima que o mesmo suceda com todas e com todos:
não vivemos de recordações, mas da alegria de ver a mão de Deus no
caminho percorrido pela Obra, na vida de São Josemaria.
Com todo o afeto, abençoa-vos
o vosso Padre
+Javier
Roma, 1º de abril de 2013.
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quinta-feira, 25 de abril de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Lefebvrianos dão por encerrado diálogo com a Santa Sé
Postado por
Paulo Roberto
“A Fraternidade encontrou-se numa delicada posição durante grande parte do ano 2012, em razão do último movimento feito por Bento XVI que procurava normalizar a nossa situação. As dificuldades provinham das exigências que acompanhavam a proposta romana – as quais não pudemos e não poderemos nunca subscrever”, escreve D. Bernard Fellay, em missiva divulgada na internet.
Em junho de 2012, a Santa Sé revelou que tinha proposto a criação de uma prelatura pessoal para a FSSPX depois de ter pedido aos seus membros a aceitação de um preâmbulo que apresentava “certos princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina católica necessários para garantir a fidelidade ao magistério da Igreja”.
Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.
D. Bernard Fellay confirma ter recebido uma carta do próprio Bento XVI “a manifestar claramente e sem ambiguidades as condições que eram impostas para uma normalização canónica”.
“Estas condições são de ordem doutrinal: recaem sobre a aceitação total do Concílio Vaticano II e da missa de Paulo VI. Portanto, como escreveu D. Augustine Di Noia, vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei, numa carta dirigida aos membros da Fraternidade São Pio X em fins do ano passado, no plano doutrinal permanecemos no ponto de partida, tal como se estava nos anos 70” do século passado, acrescenta o texto.
Em março de 2009, Bento XVI enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.
Na altura, o agora Papa emérito escreveu que "enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja (...) enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros (...) não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja"
Fonte: Blog do Pe.Valderi
terça-feira, 16 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
Papa Francisco alternará as férulas de seus predecessores
Postado por
Caio Vinícius
O Ofício das celebrações Liturgicas do Vaticano informa que o Papa Francisco usará ora a ferula de Paulo VI, ora, de Bento XVI.


Eis o texto, publicado pelo Vaticano:
LA FERULA
Il pastorale come insegna liturgica dei vescovi e degli abati risale al settimo secolo in alcune fonti spagnole, anche se il suo uso poteva essere forse più antico. Pare che il pastorale come simbolo dell’autorità episcopale sia passato dalla penisola iberica all’Inghilterra, alla Gallia e alla Germania. Comunque, dalle descrizioni della solenne messa papale negli Ordines Romani non emerge il suo uso. Anche le raffigurazioni dei papi confermano che il pastorale vescovile non faceva parte delle insegne del papa, perché non lo si vede in nessun monumento iconografico eseguito a Roma. Perciò, Innocenzo III († 1216) scrive nel suo De sacro altaris mysterio (I,62): “Romanus Pontifex pastorali virga non utitur”.
La ragione di questo costume risiede forse nel fatto che il pastorale era un simbolo di investitura del neo-eletto vescovo da parte del metropolita o di un altro vescovo (cerimonia che dal periodo carolingio fino all’epoca della lotta per le investiture era fatto proprio sempre di più dai regnanti secolari). Il papa invece non riceveva l’investitura da un altro vescovo, come accennò Bernardo Botono da Parma (†1263) nella Glossa ordinaria dei Decretali di Gregorio IX (I,15): Il papa riceve il suo potere da Dio solo. San Tommaso d’Aquino fa un ulteriore ragionamento, quando commenta che “Romanus pontifex non utitur baculo … etiam in signum quod non habet coarctatam potestatem, quod curvatio baculi significat” (Super Sent., lib. 4 d. 24 q. 3 a. 3 ad 8), riferendosialla forma ormai comune del bastone storto alla cima, come un segno della cura pastorale e della giurisdizione.
Dall’alto medioevo, se non prima, i papi si servirono della ferula pontificalis come insegna indicante la loro potestà temporale. La forma della ferula non è ben conosciuta. Probabilmente era un bastone che portava al suo vertice una croce. Nel medioevo al papa, quando dopo la sua elezione prendeva di possesso della Basilica Lateranense , era presentata la ferula dal priore di S. Lorenzo al Laterano (cioè dal Sancta Sanctorum) come “signum regiminis et correctionis”, cioè come simbolo di governo che include la punizione e la penitenza. La presentazione della ferula fu un atto importante, ma non avevo lo stesso significato dell’imposizione del pallio nella coronazione del papa. Infatti, non era più osservata almeno dall’inizio del cinquecento.
L’uso della ferula non ha mai fatto parte della liturgia papale, tranne in alcune occasioni come l’apertura della porta santa e le consacrazioni delle chiese, nelle quali il papa prendeva la ferula per bussare per tre volte alla porta e per disegnare l'alfabeto latino e greco sul pavimento della chiesa. Nel tardo medioevo, i papi usavano come ferula anche un bastone con la triplice croce.
Dopo la sua elezione nel 1963 Papa Paolo VI ha commissionato allo scultore napoletano Lello Scorzelli un bastone pastorale per le solenni celebrazioni liturgiche. Questo pastorale argenteo riprese dalla ferula tradizionale la forma di croce, accompagnato però dalla figura del Crocifisso. Paolo VI ha utilizzato questo bastone per la prima volta nell’occasione della chiusura del Concilio Vaticano Secondo, l’8 dicembre 1965. In seguito, l’ha adoperato in modo analogo al pastorale del vescovo, spesso ma non sempre nelle celebrazioni liturgiche. Paolo VI e Giovanni Paolo II hanno usato in certe occasioni anche la triplice croce come insegna.
Per la Domenica delle Palme 2008, Papa Benedetto XVI ha sostituito questo pastorale, usato anche da Giovanni Paolo I, Giovanni Paolo II e da lui stesso, con un bastone sormontato da una croce dorata, che fu regalato al Beato Pio IX nel 1877, dal Circolo di San Pietro, in occasione del cinquantesimo anniversario della sua consacrazione vescovile. Questo bastone è stato adoperato come ferula già dal Beato Giovanni XXIII per varie celebrazioni liturgiche durante il Vaticano Secondo.
Con la celebrazione dei Primi Vespri di Avvento del 2009, il Santo Padre Benedetto XVI ha iniziato a usare un nuovo bastone, a lui donato dal Circolo San Pietro, simile nella forma a quello di Pio IX.
Il Santo Padre Francesco, per la celebrazione della Santa Messa in occasione dell'insediamento sulla Cathedra Romana (7.04.2013), ha usato la croce pastorale di Paolo VI, con l'intenzione di alternare nelle prossime celebrazioni l'uso di questa con quella di Benedetto XVI.
sábado, 6 de abril de 2013
Papa Francisco e o Milagre Eucarístico em Buenos Aires
Postado por
Caio Vinícius
O atual Papa Francisco conduziu
investigação para comprovar um dos maiores Milagres Eucarísticos da história
recente, ocorrido em Buenos Aires em 1996.
Foi o chamado Milagre Eucarístico de Buenos
Aires, onde uma Hóstia Consagrada tornou-se Carne e Sangue. O Cardeal Jorge
Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, hoje Papa Francisco, ordenou que se
chamasse um fotógrafo profissional para tirar fotos do acontecimento para que os
fatos não se perdessem. Depois foram conduzidas pesquisas de laboratório
coordenadas pelo Dr. Castañón.
** Ler o artigo completo
Fonte: Voz da Igreja
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Poucas surpresas. Francisco como é
Postado por
Caio Vinícius
Os primeiros atos do novo Papa revistos à luz da sua autobiografia. Os motivos de seu silêncio sobre os temas que mais opõem a Igreja aos poderes do mundo: nascimento, morte, família, liberdade religiosa.
A reportagem é de Sandro Magister e publicada no sítio italiano Chiesa.it, 03-04-2013. A tradução é do Cepat.
Salvo na Argentina, pouquíssimos textos sobre Jorge Mario Bergoglio haviam sido publicados antes de ele ser eleito Papa.
Mas agora as traduções de seus escritos, discursos e entrevistas se multiplicam rapidamente e ajudam a tornar menos surpreendentes os gestos do Papa Francisco.
Na sequência, apresentamos algumas destas “surpresas”, pequenas e grandes, mas que não aparecem como tais à luz da sua autobiografia, publicada em 2010 na Argentina, no livro-entrevista de Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, com o título El Jesuíta, agora à venda também em outros países, entre eles a Itália.
Um Papa que nunca canta
É verdade, o Papa Francisco gosta de ouvir música, mas não canta, nem sequer durante as Missas solenes nem ao dar a bênção. Diz-se que os jesuítas “non rubricant nec cantant”, quer dizer, os jesuítas não gostam das cerimônias nem do canto. Mas a explicação é mais simples.
Aos 21 anos sofreu uma pneumonia aguda e “foram detectados três quistos... [e] teve que se submeter a uma cirurgia para retirar a parte superior do pulmão direito. [...] Desde então sofre de uma deficiência pulmonar que, embora não o condicione severamente, impõe-lhe um limite humano”.
Em consequência, simplesmente não canta porque não tem ar suficiente para isso, tal como se intui também pela forma como fala, com uma respiração curta e com voz suave. Em qualquer caso, confessou: “sou desafinado”.
Um Papa que fala somente em italiano
Efetivamente, fala bem o italiano. E também compreende o dialeto piemontês de sua família de origem. Mas “quanto a outros idiomas – admite em sua autobiografia –, eu deveria precisar que não os falo, mas que eu os falava, pela falta de prática. Falava bem o francês, e com o alemão me virava. O que sempre mais me custou foi o inglês, sobretudo pela fonética”.
O fato é que ao renunciar a falar em idiomas diferentes do italiano, Bergoglio parece ter decidido sacrificar – em público – também sua língua materna, o espanhol.
Na Páscoa, renunciou também a saudar em 65 idiomas, habitualmente recitados pelos pontífices que o precederam.
Um Papa que quer fazer tudo por si mesmo
No Vaticano, teve que tomar forçosamente um secretário, o maltês Alfred Xuereb, ex-segundo assistente de Bento XVI. Também em Buenos Aires tinha uma secretária, mas ele mesmo agendava seus compromissos e fazia sua agenda de endereços que, dizia, “seria um verdadeiro desastre perdê-la”.
Tinha um escritório “pequeno, mas muito bem organizado”. E organizados são também seus horários: cinco horas de sono por noite, luz apagada às 23h, levanta às 4h “sem necessidade de um despertador”, depois do almoço “uma sesta de 40 minutos”. Sabe cozinhar. Gosta de ouvir música e ler, especialmente os clássicos da literatura. Vê as notícias nos jornais. Nunca utilizou internet, nem sequer para correio.
Um Papa que não quer se fazer chamar de “Papa”
Notou-se isso. Bergoglio prefere para si o simples título de “bispo de Roma” e cala sobre seu poder de chefe da Igreja universal, apesar de que esse poder tenha sido confirmado com muita força pelo Concílio Vaticano II.
Pode-se ler na sua autobiografia: “Quando o pai ou o professor tem que dizer ‘aqui quem manda sou eu’ ou ‘aqui o superior sou eu’ é porque já perdeu a autoridade. E então tem que se apropriar dela com as palavras. Proclamar que se tem o bastão na mão não significa mandar e impor, mas servir”.
Parece que Bergoglio não quer proclamar, mas exercitar o seu poder supremo de sucessor de Pedro.
Um Papa que decide tudo por si
Também disse em sua entrevista autobiográfica: “Confesso que, em geral, por meu temperamento, a primeira resposta que me vem é equivocada. [...] Por conta disso, aprendi a desconfiar da primeira reação. Já mais tranquilo, depois de passar pelo crisol da solidão, vou me aproximando do que tenho que fazer. Mas da solidão das decisões ninguém se salva. Posso pedir um conselho, mas, no final das contas, sou eu mesmo quem tem que decidir”.
Na prática, é preciso prever que com Francisco o primado para a tomada de decisões não será afetado, nem sequer com uma futura atitude mais colegiada do governo da Igreja.
Um Papa que se esquiva dos temas conflitivos
Efetivamente, nos discursos e nas homilias do começo de seu pontificado, Bergoglio evitou, até agora, tocar nas questões que mais mostram a Igreja em oposição aos poderes mundanos.
No discurso ao corpo diplomático não tocou nas ameaças que pesam sobre a liberdade religiosa, da mesma maneira que em suas outras intervenções evitou qualquer menção aos pontos críticos do nascimento, da morte e da família.
Mas, em seu livro-entrevista Bergoglio lembra que também Bento XVI decidiu calar em uma ocasião: “Quando Bento XVI foi à Espanha [em 2006] todos pensaram que criticaria o governo de Rodríguez Zapatero por suas diferenças com a Igreja católica em vários temas. Alguém, inclusive, lhe perguntou se havia falado com as autoridades espanholas sobre o casamento entre homossexuais. Mas o Papa disse que não, que falou com eles de coisas positivas e que depois viria o resto. De alguma maneira estava dizendo que primeiro é preciso sublinhar o positivo, o que nos une; não o negativo, o que nos divide; que se deve priorizar o encontro entre as pessoas, o caminhar juntos. Depois, a abordagem das diferenças será mais fácil”.
Em outra passagem do livro Bergoglio critica essas homilias “que deveriam ser querigmáticas, mas que acabam sendo moralizantes. E dentro da moral – embora não tanto nas homilias como em outras ocasiões – prefere-se falar da moral sexual, de tudo o que tem algum vínculo com o sexo. Dizer que isso pode, aquilo não pode. Que isso é pecado, aquilo não. E então relegamos o tesouro de Jesus vivo, o tesouro do Espírito Santo em nossos corações, o tesouro de um projeto de vida cristã que tem muitas outras implicações para além das questões sexuais. Deixamos de lado uma catequese riquíssima, com os mistérios da fé, do Credo e acabamos nos centrando em se fazemos ou não uma marcha contra um projeto de lei que permite o uso da camisinha”.
E acrescenta: “Creio, sinceramente, que a opção básica da Igreja, na atualidade, não é diminuir ou tirar prescrições ou tornar mais fácil isto ou aquilo, mas sair às ruas para encontrar as pessoas, conhecer as pessoas por seu nome. Mas não só porque essa é sua missão, sair para anunciar o Evangelho, mas porque não fazê-lo produz prejuízo. [...] É verdade que, se alguém sai às ruas, pode lhe acontecer o que acontece a qualquer cidadão comum: acidentar-se. Mas prefiro mil vezes ter uma Igreja acidentada a uma Igreja doente”.
Visto em: Instituto Humanitas Unisinos
A reportagem é de Sandro Magister e publicada no sítio italiano Chiesa.it, 03-04-2013. A tradução é do Cepat.
Salvo na Argentina, pouquíssimos textos sobre Jorge Mario Bergoglio haviam sido publicados antes de ele ser eleito Papa.
Mas agora as traduções de seus escritos, discursos e entrevistas se multiplicam rapidamente e ajudam a tornar menos surpreendentes os gestos do Papa Francisco.
Na sequência, apresentamos algumas destas “surpresas”, pequenas e grandes, mas que não aparecem como tais à luz da sua autobiografia, publicada em 2010 na Argentina, no livro-entrevista de Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, com o título El Jesuíta, agora à venda também em outros países, entre eles a Itália.
Um Papa que nunca canta
É verdade, o Papa Francisco gosta de ouvir música, mas não canta, nem sequer durante as Missas solenes nem ao dar a bênção. Diz-se que os jesuítas “non rubricant nec cantant”, quer dizer, os jesuítas não gostam das cerimônias nem do canto. Mas a explicação é mais simples.
Aos 21 anos sofreu uma pneumonia aguda e “foram detectados três quistos... [e] teve que se submeter a uma cirurgia para retirar a parte superior do pulmão direito. [...] Desde então sofre de uma deficiência pulmonar que, embora não o condicione severamente, impõe-lhe um limite humano”.
Em consequência, simplesmente não canta porque não tem ar suficiente para isso, tal como se intui também pela forma como fala, com uma respiração curta e com voz suave. Em qualquer caso, confessou: “sou desafinado”.
Um Papa que fala somente em italiano
Efetivamente, fala bem o italiano. E também compreende o dialeto piemontês de sua família de origem. Mas “quanto a outros idiomas – admite em sua autobiografia –, eu deveria precisar que não os falo, mas que eu os falava, pela falta de prática. Falava bem o francês, e com o alemão me virava. O que sempre mais me custou foi o inglês, sobretudo pela fonética”.
O fato é que ao renunciar a falar em idiomas diferentes do italiano, Bergoglio parece ter decidido sacrificar – em público – também sua língua materna, o espanhol.
Na Páscoa, renunciou também a saudar em 65 idiomas, habitualmente recitados pelos pontífices que o precederam.
Um Papa que quer fazer tudo por si mesmo
No Vaticano, teve que tomar forçosamente um secretário, o maltês Alfred Xuereb, ex-segundo assistente de Bento XVI. Também em Buenos Aires tinha uma secretária, mas ele mesmo agendava seus compromissos e fazia sua agenda de endereços que, dizia, “seria um verdadeiro desastre perdê-la”.
Tinha um escritório “pequeno, mas muito bem organizado”. E organizados são também seus horários: cinco horas de sono por noite, luz apagada às 23h, levanta às 4h “sem necessidade de um despertador”, depois do almoço “uma sesta de 40 minutos”. Sabe cozinhar. Gosta de ouvir música e ler, especialmente os clássicos da literatura. Vê as notícias nos jornais. Nunca utilizou internet, nem sequer para correio.
Um Papa que não quer se fazer chamar de “Papa”
Notou-se isso. Bergoglio prefere para si o simples título de “bispo de Roma” e cala sobre seu poder de chefe da Igreja universal, apesar de que esse poder tenha sido confirmado com muita força pelo Concílio Vaticano II.
Pode-se ler na sua autobiografia: “Quando o pai ou o professor tem que dizer ‘aqui quem manda sou eu’ ou ‘aqui o superior sou eu’ é porque já perdeu a autoridade. E então tem que se apropriar dela com as palavras. Proclamar que se tem o bastão na mão não significa mandar e impor, mas servir”.
Parece que Bergoglio não quer proclamar, mas exercitar o seu poder supremo de sucessor de Pedro.
Um Papa que decide tudo por si
Também disse em sua entrevista autobiográfica: “Confesso que, em geral, por meu temperamento, a primeira resposta que me vem é equivocada. [...] Por conta disso, aprendi a desconfiar da primeira reação. Já mais tranquilo, depois de passar pelo crisol da solidão, vou me aproximando do que tenho que fazer. Mas da solidão das decisões ninguém se salva. Posso pedir um conselho, mas, no final das contas, sou eu mesmo quem tem que decidir”.
Na prática, é preciso prever que com Francisco o primado para a tomada de decisões não será afetado, nem sequer com uma futura atitude mais colegiada do governo da Igreja.
Um Papa que se esquiva dos temas conflitivos
Efetivamente, nos discursos e nas homilias do começo de seu pontificado, Bergoglio evitou, até agora, tocar nas questões que mais mostram a Igreja em oposição aos poderes mundanos.
No discurso ao corpo diplomático não tocou nas ameaças que pesam sobre a liberdade religiosa, da mesma maneira que em suas outras intervenções evitou qualquer menção aos pontos críticos do nascimento, da morte e da família.
Mas, em seu livro-entrevista Bergoglio lembra que também Bento XVI decidiu calar em uma ocasião: “Quando Bento XVI foi à Espanha [em 2006] todos pensaram que criticaria o governo de Rodríguez Zapatero por suas diferenças com a Igreja católica em vários temas. Alguém, inclusive, lhe perguntou se havia falado com as autoridades espanholas sobre o casamento entre homossexuais. Mas o Papa disse que não, que falou com eles de coisas positivas e que depois viria o resto. De alguma maneira estava dizendo que primeiro é preciso sublinhar o positivo, o que nos une; não o negativo, o que nos divide; que se deve priorizar o encontro entre as pessoas, o caminhar juntos. Depois, a abordagem das diferenças será mais fácil”.
Em outra passagem do livro Bergoglio critica essas homilias “que deveriam ser querigmáticas, mas que acabam sendo moralizantes. E dentro da moral – embora não tanto nas homilias como em outras ocasiões – prefere-se falar da moral sexual, de tudo o que tem algum vínculo com o sexo. Dizer que isso pode, aquilo não pode. Que isso é pecado, aquilo não. E então relegamos o tesouro de Jesus vivo, o tesouro do Espírito Santo em nossos corações, o tesouro de um projeto de vida cristã que tem muitas outras implicações para além das questões sexuais. Deixamos de lado uma catequese riquíssima, com os mistérios da fé, do Credo e acabamos nos centrando em se fazemos ou não uma marcha contra um projeto de lei que permite o uso da camisinha”.
E acrescenta: “Creio, sinceramente, que a opção básica da Igreja, na atualidade, não é diminuir ou tirar prescrições ou tornar mais fácil isto ou aquilo, mas sair às ruas para encontrar as pessoas, conhecer as pessoas por seu nome. Mas não só porque essa é sua missão, sair para anunciar o Evangelho, mas porque não fazê-lo produz prejuízo. [...] É verdade que, se alguém sai às ruas, pode lhe acontecer o que acontece a qualquer cidadão comum: acidentar-se. Mas prefiro mil vezes ter uma Igreja acidentada a uma Igreja doente”.
Visto em: Instituto Humanitas Unisinos
domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
SÁBADO SANTO - VIGILIA PASCHALIS
Postado por
Caio Vinícius
Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia:“O Filho do homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia”. Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.
(Lc 24, 5-8)
As dores de Nossa Senhora segundo São Josemaria Escrivá
Postado por
Paulo Roberto
Segundo uma antiga tradição, os cristãos recordam “as sete dores de
Nossa Senhora”: momentos em que, perfeitamente unida ao seu Filho Jesus,
pôde compartilhar de modo singular a profundidade de dor e de amor do
Seu sacrifício. Apresentamos uma seleção de textos de S. Josemaria sobre
cada uma das dores.
Primeira dor: a profecia de Simeão
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de
Moisés, levaram-nO a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor, como está
escrito na Lei do Senhor: "Todo o primogénito varão será consagrado ao
Senhor", e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do
Senhor: "um par de rolas ou duas pombinhas".
Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso, esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava com ele.
Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ver o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito, tomou-O nos braços, bendisse a Deus e exclamou:
“Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz , segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a Salvação, que preparaste em favor de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo".
Seu pai e Sua mãe estavam admirados com o que se dizia d’Ele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: "Este menino está aqui para a queda e o ressurgimento de muitos em Israel, e a ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações" (Lc 2, 22-35).
Nossa Senhora ouve com atenção o que Deus quer, pondera aquilo que não entende, pergunta o que não sabe. Imediatamente a seguir, entrega-se sem reservas ao cumprimento da vontade divina: eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa palavra. Vedes esta maravilha? Santa Maria, mestra de toda a nossa conduta, ensina-nos agora que a obediência a Deus não é servilismo, não subjuga a consciência, pois move-nos interiormente a descobrirmos a liberdade dos filhos de Deus.
Cristo que passa, 173
Mestra de caridade! Recordai aquele episódio da apresentação de Jesus no templo. O velho Simeão assegurou a Maria, sua Mãe: este Menino está destinado para ruína e para ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; o que será para ti mesma uma espada que trespassará a tua alma, a fim de que sejam descobertos os pensamentos ocultos nos corações de muitos. A imensa caridade de Maria pela Humanidade faz com que se cumpra também n'Ela a afirmação de Cristo: ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos.
Com razão os Romanos Pontífices chamaram a Maria Corredentora: juntamente com o seu Filho paciente e agonizante, de tal modo padeceu e quase morreu e de tal modo abdicou, pela salvação dos homens, dos seus direitos maternos sobre o seu Filho e o imolou, na medida em que d'Ela dependia, para aplacar a justiça de Deus, que com razão se pode dizer que ela redimiu o género humano juntamente com Cristo. Assim entendemos melhor aquele momento da Paixão de Nosso Senhor, que nunca nos cansaremos de meditar: stabat autem iuxta crucem Jesu mater eius, junto da Cruz de Jesus estava a sua Mãe.
Amigos de Deus, 287
Segunda dor: a fuga para o Egipto
Depois de partirem, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e
disse-lhe: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egipto;
fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para O
matar”. E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe, e partiu
para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes, a fim de se
cumprir o que o Senhor anunciou pelo profeta: “Do Egipto chamei o meu
Filho” (Mt 2, 13-15)
Maria cooperou com a sua caridade para que nascessem na Igreja os fiéis membros da Cabeça de que é efectivamente mãe segundo o corpo. Como Mãe, ensina; e, também como Mãe, as suas lições não são ruidosas. É preciso ter na alma uma base de finura, um toque de delicadeza, para compreender o que nos manifesta, mais do que com promessas, com obras.
Mestra de fé! Bem-aventurada és tu, porque acreditaste! Assim a saúda Isabel, sua prima, quando Nossa Senhora sobe à montanha para a visitar. Tinha sido maravilhoso aquele acto de fé de Santa Maria: eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra. No nascimento de seu Filho contempla as grandezas de Deus na terra; há um coro de Anjos e tanto os pastores como os poderosos da terra vêm adorar o Menino. Mas depois a Sagrada Família tem de fugir para o Egipto, para escapar às intenções criminosas de Herodes. Depois, o silêncio; trinta longos anos de vida simples, vulgar, como a de qualquer lar, numa pequena povoação da Galileia.
O Santo Evangelho facilita-nos rapidamente o caminho para entender o exemplo da Nossa Mãe: Maria conservava todas estas coisas dentro de si, ponderando-as no seu coração. Procuremos nós imitá-la, tratando com o Senhor, num diálogo cheio de amor, de tudo o que nos acontece, mesmo dos acontecimentos mais insignificantes. Não nos esqueçamos de que devemos pesá-los, avaliá-los, vê-los com olhos de fé, para descobrir a Vontade de Deus.
Se a nossa fé é débil, recorramos a Maria. Conta S. João que, devido ao milagre das bodas de Caná que Cristo realizou a pedido de sua Mãe, acreditaram n'Ele os seus discípulos. A Nossa Mãe intercede sempre diante de seu Filho para que nos atenda e se nos mostre de tal modo que possamos confessar: - Tu és o Filho de Deus.
Amigos de Deus, 284-285
Terceira dor: Jesus perdido no Templo
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. Quando chegou aos doze anos, subieram até lá, segundo o costume dos dias da festa. Terminados esses días, regressaram a casa e o Menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava com a caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-Lo entre os seus parentes e conhecidos. Não O tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. Ao fim de três dias encontraram-nO no Templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a afazer-lhes perguntas. Todos os que O ouviam estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-Lo ficaram assombrados , e sua mãe disse-Lhe: “Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos, à tua procura”. Ele respondeu-lhes: “Porque me procuráveis? Não sabeis que devia estar em casa de meu Pai?” Mas eles não compreenderam o que lhes disse. (Lc 2, 41-50).
O Evangelho da Santa Missa recordou-nos aquela cena comovente de Jesus que fica em Jerusalém ensinando no templo. Maria e José perguntaram por ele a parentes e conhecidos. E, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém à sua procura. A Mãe de Deus, que procurou com afã o seu Filho, perdido sem sua culpa e que sentiu a maior alegria ao encontrá-lo, ajudar-nos-á a voltar atrás, a rectificar o que for preciso, quando, pelas nossas leviandades ou pecados, não consigamos descobrir Cristo. Teremos assim a alegria de o abraçar de novo, para lhe dizer que nunca mais o perderemos.
Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais importa: que nada vale a pena se não estamos junto do Senhor, que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se no nosso peito não arde a chama de amor vivo, a luz da santa esperança, que é uma antecipação do amor interminável, na nossa Pátria definitiva.
Amigos de Deus, 278
Onde está Jesus? - Senhora: o Menino!... Onde está?
Maria chora. - Bem corremos, tu e eu, de grupo em grupo, de caravana em caravana; não O viram. - José, depois de fazer esforços inúteis para não chorar, chora também... E tu... E eu.
Eu, como sou um criadito rústico, choro até mais não poder e clamo ao céu e à terra..., por todas as vezes que O perdi por minha culpa e não clamei.
Jesus! Que eu nunca mais Te perca... E então, a desgraça e a dor unem-nos, como nos uniu o pecado, e saem de todo o nosso ser gemidos de profunda contrição e frases ardentes, que a pena não pode, não deve registar.
E, ao consolar-nos com a alegria de encontrar Jesus - três dias de ausência! - disputando com os Mestres de Israel (Lc II, 46), ficará bem gravada, na tua alma e na minha, a obrigação de deixarmos os de nossa casa, para servir o Pai Celestial.
Santo Rosário, Quinto mistério gozoso
Quarta dor: Maria encontra o seu Filho a caminho do Calvário
Mal Jesus se levantou da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto do caminho por onde Ele passa.
Com imenso amor Maria olha para Jesus, e Jesus olha para a Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor. A alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo.
- Ó vós, que passais pelo caminho: olhai e vede se há dor semelhante à minha dor (Lam I, 12)!
Mas ninguém repara, ninguém presta atenção; apenas Jesus.
Cumpriu-se a profecia de Simeão: uma espada trespassará a tua alma (Lc II, 35).
Na escura solidão da Paixão, Nossa Senhora oferece ao seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina.
Pela mão de Maria, tu e eu queremos também consolar Jesus, aceitando sempre e em tudo a Vontade do Seu Pai, do nosso Pai.
Só assim saborearemos a doçura da Cruz de Cristo e abraçá-la-emos com a força do Amor, levando-a em triunfo por todos os caminhos da terra.
Via Sacra, IV Estação
Quinta dor: Jesus morre na Cruz
Junto da Cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de de Cléofas, e Maria de Magdala. Ao ver sua mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe”. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: “Tenho sede”. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam uma esponja no vinagre e, fixando-a a um ramo de hissopo, levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: “Tudo está consumado”. E inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19, 25-30).
Agora, pelo contrário, no escândalo do sacrifício da Cruz, Santa Maria estava presente, ouvindo com tristeza os que passavam por ali e blasfemavam abanando a cabeça e gritando: Tu, que arrasas o templo de Deus e, em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz. Nossa Senhora escutava as palavras de seu Filho, unindo-se à sua dor; Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? Que podia Ela fazer? Fundir-se com o amor Redentor de seu Filho, oferecer ao Pai a dor imensa - como uma espada afiada - que trespassava o seu Coração puro.
De novo Jesus se sente confortado com essa presença discreta e amorosa de sua Mãe. Maria não grita, não corre de um lado para outro... Stabat: está de pé, junto ao Filho. É então que Jesus olha para Ela, dirigindo depois o olhar para João. E exclama: - Mulher, aí tens o teu filho. Depois diz ao discípulo: Aí tens a tua Mãe. Em João, Cristo confia à sua Mãe todos os homens e especialmente os seus discípulos, os que haviam de acreditar n'Ele.
Felix culpa, canta a Igreja, feliz culpa, porque nos fez ter tal e tão grande Redentor! Feliz culpa, podemos acrescentar também, que nos mereceu receber por Mãe, Santa Maria! Já estamos seguros, já nada nos deve preocupar, porque Nossa Senhora, coroada Rainha dos Céus e da Terra, é a omnipotência suplicante diante de Deus. Jesus não pode negar nada a Maria, nem tão pouco a nós, filhos da sua própria Mãe.
Amigos de Deus, 288
Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe
Chegada já a tarde, como era a parasceve, isto é, a véspera do sábado, José de Arimateia, responsável membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos admirou-se d’Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, preguntou-lhe se já tinha morrido. Informado pelo centurião, ordenou que o corpo fosse entregue a José. Este, depois de comprar um lençol; tirou Jesus da cruz e envolveu-O nele. Em seguida, depositou-O num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra contra a porta do sepulcro (Mc 15, 42-46).
Situados agora no Calvário, quando Jesus já morreu e não se manifestou ainda a glória do seu triunfo, temos uma boa ocasião para examinar os nossos desejos de vida cristã, de santidade para reagir com um acto de fé perante as nossas debilidades e, confiando no poder de Deus, fazer o propósito de pôr amor nas coisas do nosso dia-a-dia. A experiência do pecado tem de nos conduzir à dor, a uma decisão mais madura e mais profunda de sermos fiéis, de nos identificarmos deveras com Cristo, de perseverarmos, custe o que custar, nessa missão sacerdotal que Ele encomendou a todos os seus discípulos sem excepção, que nos impele a sermos sal e luz do mundo.
Cristo que passa, 96
É a hora de recorreres à tua Mãe bendita do Céu, para que te acolha nos seus braços e te consiga do seu Filho um olhar de misericórdia. E procura depois fazer propósitos concretos: corta de uma vez, ainda que custe, esse pormenor que estorva e que é bem conhecido de Deus e de ti. A soberba, a sensualidade, a falta de sentido sobrenatural aliar-se-ão para te sussurrarem: isso? Mas se se trata de uma circunstância tonta, insignificante! Tu responde, sem dialogar mais com a tentação: entregar-me-ei também nessa exigência divina! E não te faltará razão: o amor demonstra-se especialmente em coisas pequenas. Normalmente, os sacrifícios que o Senhor nos pede, os mais árduos, são minúsculos, mas tão contínuos e valiosos como o bater do coração.
Amigos de Deus, 134
Sétima dor: dão sepultura ao Corpo de Jesus
Depois disto, José de Arimateia, o que era discípulo de Jesus, mas em segredo, por medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o Corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e tirou o Seu Corpo. Veio também Nicodemos, aquele que, anteriormente, se dirigira de noite a Jesus, trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o Corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras, juntamente com os perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. No lugar em que Ele tinha sido crucificado, havia um horto e, no horto, um túmulo novo, no qual ninguém fora ainda sepultado. Por causa da Preparação dos judeus, como o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus (Jo 19, 38-42).
Vamos pedir agora ao Senhor, para terminar este tempo de conversa com Ele, que nos conceda poder repetir com S. Paulo que triunfamos por virtude daquele que nos amou. Pelo qual estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem o presente, nem o futuro, nem a força, nem o que há de mais alto, nem de mais profundo, nem qualquer outra criatura poderá jamais separar-nos do amor de Deus que está em Jesus Cristo Nosso Senhor .
Este amor também a Escritura o canta com palavras inflamadas: as águas copiosas não puderam extinguir a caridade, nem os rios afogá-la. Este amor encheu sempre o Coração de Santa Maria, ao ponto de enriquecê-la com entranhas de Mãe para toda a humanidade. Em Nossa Senhora o amor a Deus confunde-se com a solicitude por todos os seus filhos. O seu Coração dulcíssimo teve de sofrer muito, atento aos mínimos pormenores - não têm vinho - ao presenciar aquela crueldade colectiva, aquele encarniçamento dos verdugos, que foi a Paixão e Morte de Jesus. Mas Maria não fala. Como o seu Filho, ama, cala e perdoa. Essa é a força do amor.
Amigos de Deus, 237
Fonte:Site São Josemaria Escrivá
Primeira dor: a profecia de Simeão

Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso, esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava com ele.
Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ver o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito, tomou-O nos braços, bendisse a Deus e exclamou:
“Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz , segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a Salvação, que preparaste em favor de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo".
Seu pai e Sua mãe estavam admirados com o que se dizia d’Ele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: "Este menino está aqui para a queda e o ressurgimento de muitos em Israel, e a ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações" (Lc 2, 22-35).
Nossa Senhora ouve com atenção o que Deus quer, pondera aquilo que não entende, pergunta o que não sabe. Imediatamente a seguir, entrega-se sem reservas ao cumprimento da vontade divina: eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa palavra. Vedes esta maravilha? Santa Maria, mestra de toda a nossa conduta, ensina-nos agora que a obediência a Deus não é servilismo, não subjuga a consciência, pois move-nos interiormente a descobrirmos a liberdade dos filhos de Deus.
Cristo que passa, 173
Mestra de caridade! Recordai aquele episódio da apresentação de Jesus no templo. O velho Simeão assegurou a Maria, sua Mãe: este Menino está destinado para ruína e para ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; o que será para ti mesma uma espada que trespassará a tua alma, a fim de que sejam descobertos os pensamentos ocultos nos corações de muitos. A imensa caridade de Maria pela Humanidade faz com que se cumpra também n'Ela a afirmação de Cristo: ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos.
Com razão os Romanos Pontífices chamaram a Maria Corredentora: juntamente com o seu Filho paciente e agonizante, de tal modo padeceu e quase morreu e de tal modo abdicou, pela salvação dos homens, dos seus direitos maternos sobre o seu Filho e o imolou, na medida em que d'Ela dependia, para aplacar a justiça de Deus, que com razão se pode dizer que ela redimiu o género humano juntamente com Cristo. Assim entendemos melhor aquele momento da Paixão de Nosso Senhor, que nunca nos cansaremos de meditar: stabat autem iuxta crucem Jesu mater eius, junto da Cruz de Jesus estava a sua Mãe.
Amigos de Deus, 287
Segunda dor: a fuga para o Egipto

Maria cooperou com a sua caridade para que nascessem na Igreja os fiéis membros da Cabeça de que é efectivamente mãe segundo o corpo. Como Mãe, ensina; e, também como Mãe, as suas lições não são ruidosas. É preciso ter na alma uma base de finura, um toque de delicadeza, para compreender o que nos manifesta, mais do que com promessas, com obras.
Mestra de fé! Bem-aventurada és tu, porque acreditaste! Assim a saúda Isabel, sua prima, quando Nossa Senhora sobe à montanha para a visitar. Tinha sido maravilhoso aquele acto de fé de Santa Maria: eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra. No nascimento de seu Filho contempla as grandezas de Deus na terra; há um coro de Anjos e tanto os pastores como os poderosos da terra vêm adorar o Menino. Mas depois a Sagrada Família tem de fugir para o Egipto, para escapar às intenções criminosas de Herodes. Depois, o silêncio; trinta longos anos de vida simples, vulgar, como a de qualquer lar, numa pequena povoação da Galileia.
O Santo Evangelho facilita-nos rapidamente o caminho para entender o exemplo da Nossa Mãe: Maria conservava todas estas coisas dentro de si, ponderando-as no seu coração. Procuremos nós imitá-la, tratando com o Senhor, num diálogo cheio de amor, de tudo o que nos acontece, mesmo dos acontecimentos mais insignificantes. Não nos esqueçamos de que devemos pesá-los, avaliá-los, vê-los com olhos de fé, para descobrir a Vontade de Deus.
Se a nossa fé é débil, recorramos a Maria. Conta S. João que, devido ao milagre das bodas de Caná que Cristo realizou a pedido de sua Mãe, acreditaram n'Ele os seus discípulos. A Nossa Mãe intercede sempre diante de seu Filho para que nos atenda e se nos mostre de tal modo que possamos confessar: - Tu és o Filho de Deus.
Amigos de Deus, 284-285
Terceira dor: Jesus perdido no Templo

Seus pais iam todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. Quando chegou aos doze anos, subieram até lá, segundo o costume dos dias da festa. Terminados esses días, regressaram a casa e o Menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava com a caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-Lo entre os seus parentes e conhecidos. Não O tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. Ao fim de três dias encontraram-nO no Templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a afazer-lhes perguntas. Todos os que O ouviam estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-Lo ficaram assombrados , e sua mãe disse-Lhe: “Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos, à tua procura”. Ele respondeu-lhes: “Porque me procuráveis? Não sabeis que devia estar em casa de meu Pai?” Mas eles não compreenderam o que lhes disse. (Lc 2, 41-50).
O Evangelho da Santa Missa recordou-nos aquela cena comovente de Jesus que fica em Jerusalém ensinando no templo. Maria e José perguntaram por ele a parentes e conhecidos. E, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém à sua procura. A Mãe de Deus, que procurou com afã o seu Filho, perdido sem sua culpa e que sentiu a maior alegria ao encontrá-lo, ajudar-nos-á a voltar atrás, a rectificar o que for preciso, quando, pelas nossas leviandades ou pecados, não consigamos descobrir Cristo. Teremos assim a alegria de o abraçar de novo, para lhe dizer que nunca mais o perderemos.
Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais importa: que nada vale a pena se não estamos junto do Senhor, que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se no nosso peito não arde a chama de amor vivo, a luz da santa esperança, que é uma antecipação do amor interminável, na nossa Pátria definitiva.
Amigos de Deus, 278
Onde está Jesus? - Senhora: o Menino!... Onde está?
Maria chora. - Bem corremos, tu e eu, de grupo em grupo, de caravana em caravana; não O viram. - José, depois de fazer esforços inúteis para não chorar, chora também... E tu... E eu.
Eu, como sou um criadito rústico, choro até mais não poder e clamo ao céu e à terra..., por todas as vezes que O perdi por minha culpa e não clamei.
Jesus! Que eu nunca mais Te perca... E então, a desgraça e a dor unem-nos, como nos uniu o pecado, e saem de todo o nosso ser gemidos de profunda contrição e frases ardentes, que a pena não pode, não deve registar.
E, ao consolar-nos com a alegria de encontrar Jesus - três dias de ausência! - disputando com os Mestres de Israel (Lc II, 46), ficará bem gravada, na tua alma e na minha, a obrigação de deixarmos os de nossa casa, para servir o Pai Celestial.
Santo Rosário, Quinto mistério gozoso

Mal Jesus se levantou da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto do caminho por onde Ele passa.
Com imenso amor Maria olha para Jesus, e Jesus olha para a Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor. A alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo.
- Ó vós, que passais pelo caminho: olhai e vede se há dor semelhante à minha dor (Lam I, 12)!
Mas ninguém repara, ninguém presta atenção; apenas Jesus.
Cumpriu-se a profecia de Simeão: uma espada trespassará a tua alma (Lc II, 35).
Na escura solidão da Paixão, Nossa Senhora oferece ao seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina.
Pela mão de Maria, tu e eu queremos também consolar Jesus, aceitando sempre e em tudo a Vontade do Seu Pai, do nosso Pai.
Só assim saborearemos a doçura da Cruz de Cristo e abraçá-la-emos com a força do Amor, levando-a em triunfo por todos os caminhos da terra.
Via Sacra, IV Estação

Junto da Cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de de Cléofas, e Maria de Magdala. Ao ver sua mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe”. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: “Tenho sede”. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam uma esponja no vinagre e, fixando-a a um ramo de hissopo, levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: “Tudo está consumado”. E inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19, 25-30).
Agora, pelo contrário, no escândalo do sacrifício da Cruz, Santa Maria estava presente, ouvindo com tristeza os que passavam por ali e blasfemavam abanando a cabeça e gritando: Tu, que arrasas o templo de Deus e, em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz. Nossa Senhora escutava as palavras de seu Filho, unindo-se à sua dor; Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? Que podia Ela fazer? Fundir-se com o amor Redentor de seu Filho, oferecer ao Pai a dor imensa - como uma espada afiada - que trespassava o seu Coração puro.
De novo Jesus se sente confortado com essa presença discreta e amorosa de sua Mãe. Maria não grita, não corre de um lado para outro... Stabat: está de pé, junto ao Filho. É então que Jesus olha para Ela, dirigindo depois o olhar para João. E exclama: - Mulher, aí tens o teu filho. Depois diz ao discípulo: Aí tens a tua Mãe. Em João, Cristo confia à sua Mãe todos os homens e especialmente os seus discípulos, os que haviam de acreditar n'Ele.
Felix culpa, canta a Igreja, feliz culpa, porque nos fez ter tal e tão grande Redentor! Feliz culpa, podemos acrescentar também, que nos mereceu receber por Mãe, Santa Maria! Já estamos seguros, já nada nos deve preocupar, porque Nossa Senhora, coroada Rainha dos Céus e da Terra, é a omnipotência suplicante diante de Deus. Jesus não pode negar nada a Maria, nem tão pouco a nós, filhos da sua própria Mãe.
Amigos de Deus, 288

Chegada já a tarde, como era a parasceve, isto é, a véspera do sábado, José de Arimateia, responsável membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos admirou-se d’Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, preguntou-lhe se já tinha morrido. Informado pelo centurião, ordenou que o corpo fosse entregue a José. Este, depois de comprar um lençol; tirou Jesus da cruz e envolveu-O nele. Em seguida, depositou-O num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra contra a porta do sepulcro (Mc 15, 42-46).
Situados agora no Calvário, quando Jesus já morreu e não se manifestou ainda a glória do seu triunfo, temos uma boa ocasião para examinar os nossos desejos de vida cristã, de santidade para reagir com um acto de fé perante as nossas debilidades e, confiando no poder de Deus, fazer o propósito de pôr amor nas coisas do nosso dia-a-dia. A experiência do pecado tem de nos conduzir à dor, a uma decisão mais madura e mais profunda de sermos fiéis, de nos identificarmos deveras com Cristo, de perseverarmos, custe o que custar, nessa missão sacerdotal que Ele encomendou a todos os seus discípulos sem excepção, que nos impele a sermos sal e luz do mundo.
Cristo que passa, 96
É a hora de recorreres à tua Mãe bendita do Céu, para que te acolha nos seus braços e te consiga do seu Filho um olhar de misericórdia. E procura depois fazer propósitos concretos: corta de uma vez, ainda que custe, esse pormenor que estorva e que é bem conhecido de Deus e de ti. A soberba, a sensualidade, a falta de sentido sobrenatural aliar-se-ão para te sussurrarem: isso? Mas se se trata de uma circunstância tonta, insignificante! Tu responde, sem dialogar mais com a tentação: entregar-me-ei também nessa exigência divina! E não te faltará razão: o amor demonstra-se especialmente em coisas pequenas. Normalmente, os sacrifícios que o Senhor nos pede, os mais árduos, são minúsculos, mas tão contínuos e valiosos como o bater do coração.
Amigos de Deus, 134

Depois disto, José de Arimateia, o que era discípulo de Jesus, mas em segredo, por medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o Corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e tirou o Seu Corpo. Veio também Nicodemos, aquele que, anteriormente, se dirigira de noite a Jesus, trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o Corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras, juntamente com os perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. No lugar em que Ele tinha sido crucificado, havia um horto e, no horto, um túmulo novo, no qual ninguém fora ainda sepultado. Por causa da Preparação dos judeus, como o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus (Jo 19, 38-42).
Vamos pedir agora ao Senhor, para terminar este tempo de conversa com Ele, que nos conceda poder repetir com S. Paulo que triunfamos por virtude daquele que nos amou. Pelo qual estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem o presente, nem o futuro, nem a força, nem o que há de mais alto, nem de mais profundo, nem qualquer outra criatura poderá jamais separar-nos do amor de Deus que está em Jesus Cristo Nosso Senhor .
Este amor também a Escritura o canta com palavras inflamadas: as águas copiosas não puderam extinguir a caridade, nem os rios afogá-la. Este amor encheu sempre o Coração de Santa Maria, ao ponto de enriquecê-la com entranhas de Mãe para toda a humanidade. Em Nossa Senhora o amor a Deus confunde-se com a solicitude por todos os seus filhos. O seu Coração dulcíssimo teve de sofrer muito, atento aos mínimos pormenores - não têm vinho - ao presenciar aquela crueldade colectiva, aquele encarniçamento dos verdugos, que foi a Paixão e Morte de Jesus. Mas Maria não fala. Como o seu Filho, ama, cala e perdoa. Essa é a força do amor.
Amigos de Deus, 237
Fonte:Site São Josemaria Escrivá
Jesus está sepultado
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Caio Vinícius
Então tomaram o corpo de Jesus e
envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho,
como os judeus costumam sepultar. No lugar onde
Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim,
um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido
sepultado.Por causa da preparação da Páscoa,
e como o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.
(Jo 18, 40-42)
"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
Fonte: ACI Digital
sexta-feira, 29 de março de 2013
SEXTA-FEIRA SANTA - PASSIO DOMINI
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Caio Vinícius
Consumatum est
Christus factus est pro nobis obediens.
Naquele Homem crucificado que é o Filho de Deus, mesmo a própria morte ganha novo significado e orientação, é resgatada e vencida, torna-se passagem para a nova vida: «Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, continua só um grão de trigo; mas, se morrer, então produz muito fruto» (Jo 12, 24). Confiemo-nos à Mãe de Cristo. Ela que acompanhou o seu Filho ao longo da via dolorosa, Ela que esteve aos pés da Cruz na hora da sua morte, Ela que encorajou a Igreja desde o seu nascimento a viver na presença do Senhor, conduza os nossos corações, os corações de todas as famílias, através do vasto mysterium passsionis rumo ao mysterium paschale, rumo à luz que irrompe da Ressurreição de Cristo e manifesta a vitória definitiva do amor, da alegria e da vida, sobre o mal, o sofrimento e a morte. Amém.
(Do discurso do Romano Pontífice Emérito Bento XVI durante a Via Sacra de 2012)
quinta-feira, 28 de março de 2013
QUINTA-FEIRA SANTA - IN COENA DOMINI
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Caio Vinícius

HOMILIA DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
NA SOLENE COMEMORAÇÃO DA
CEIA DO SENHOR
NA SOLENE COMEMORAÇÃO DA
CEIA DO SENHOR
12 de Abril de 2001
1. "In supremae nocte Cenae /recumbens cum fratribus...
Na noite da Última Ceia / Estando à mesa com os seus... / com as suas próprias mãos / Ele mesmo deu o alimento aos Doze".
É com estas palavras que o belo hino do "Pange lingua" apresenta a Última Ceia, em que Jesus nos deixou o admirável Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue. As leituras há pouco proclamadas ilustram o seu sentido profundo. Elas formam como que um tríptico: apresentam a instituição da Eucaristia, a sua prefiguração no Cordeiro pascal, a sua tradução existencial no amor e no serviço fraterno.
Foi o apóstolo Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, a recordar-nos o que Jesus fez "na noite em que foi entregue". À narração do facto histórico, Paulo juntou o seu comentário: " sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha". (1 Cor 11, 26). A mensagem do Apóstolo é clara: a comunidade que celebra a Ceia do Senhor actualiza a Páscoa. A Eucaristia não é simples memória de um rito passado, mas a viva representação do gesto supremo do Salvador. A comunidade cristã não pode deixar de se sentir impelida a fazer profecia do mundo novo, inaugurado na Páscoa. Contemplando, esta tarde, o mistério de amor que a Última Ceia nos recorda, permaneçamos, também nós, em comovida e silenciosa adoração.
2. "Verbum caro / panem verum verbo carne efficit... O Verbo encarnado / transforma com a sua palavra / o verdadeiro pão na sua carne...". É o prodígio que nós, secerdotes, tocamos em cada dia com as nossas mãos na santa Missa. A Igreja continua a repetir as palavras de Jesus, e sabe que está comprometida a fazê-lo até ao fim do mundo. Em virtude destas palavras realiza-se uma mudança admirável: permanecem as espécias eucarísticas, mas o pão e o vinho tornam-se, segundo a feliz expressão do Concílio de Trento, "verdadeira, real e substancialmente" o Corpo e o Sangue do Senhor.
O pensamento sente-se confuso frente a tão sublime mistério. Muitas interrogações se apresentam ao coração do crente, que todavia encontra paz na palavra de Cristo: "Et si sensus deficit / ad firmandum cor sincerum sola fides sufficit Se o sentido se perde / a fé basta por si só a um coração sincero". Sustentados por esta fé, por esta luz que ilumina os nossos passos mesmo na noite da dúvida e da dificuldade, nós podemos proclamar: "Tantum ergo Sacramentum / veneremur cernui A um Sacramento assim tão grande / prostrados, adoremos".
3. A instituição da Eucaristia põe-nos em relação com o rito pascal da primeira Aliança, que nos é descrito na página do Êxodo, há pouco proclamada: Fala-se do cordeiro "sem defeito, macho, e com um ano de idade" (12, 6), por cujo sacrifício o povo seria libertado do extermínio: "O sangue servirá de sinal nas casas em que residis: vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor" (12, 13).
O hino de S. Tomás comenta: "Et anticum documentum / novo cedat ritui ceda agora a antiga Lei / ao Sacrifício novo". Justamente, por isso, os textos bíblicos da Liturgia desta tarde orientam o nosso olhar para o novo Cordeiro, que com o sangue livremente derramado sobre a Cruz estabeleceu uma nova e eterna Aliança. Eis a Eucaristia, presença sacramental da carne imolada e do sangue derramado do novo Cordeiro. Nela são oferecidos a toda a humanidade a salvação e o amor. Como não nos deixarmos fascinar por este Mistério? Façamos nossas as palavras de S. Tomás de Aquino: "Praestet fides suplementum sensuum defectui Que a fé supra o defeito dos sentidos". Sim, a fé conduz-nos à contemplação e à adoração!
4. É neste ponto que o nosso olhar se dirige para o terceiro elemento do tríptico que forma a liturgia de hoje. Devemo-lo à narração do evangelista João, que nos apresenta a imagem perturbante do lavar dos pés. Com este gesto, Jesus recorda aos discípulos de todos os tempos que a Eucaristia pede que sejamos testemunhas no serviço do amor para com os irmãos. Ouvimos as palavras do Mestre divino: "Ora, se Eu vos lavei os pés, sendo Senhor e Mestre, também vós deveis lavar os pés uns aos outros" (Jo 13, 14). É um novo estilo de vida que provém do gesto de Jesus: "Dei-vos o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13, 15).
O lavar dos pés apresenta-se como um acto paradigmático, que na morte na cruz e na ressurreição de Cristo encontra a chave da sua leitura e a sua máxima explicitação. Neste acto de serviço humilde, a fé da Igreja vê o êxito natural de cada celebração eucarística. A autêntica participação na Missa não pode deixar de gerar o amor fraterno seja em cada crente, seja em toda a comunidade eclesial.
5. "Amou-os até ao fim" (Jo 13, 1). A Eucaristia constitui o sinal perene do amor de Deus, amor que sustenta o nosso caminho para a plena comunhão com o Pai, através do Filho, no Espírito. É um amor que ultrapassa o coração do homem. Parando esta tarde para adorar o Santíssimo Sacramento, e meditando o mistério da Última Ceia, sentimo-nos mergulhados no oceano de amor que que brota do coração de Deus. Façamos nosso, com espírito agradecido o hino de acção de graças do povo redimido: "Genitori Genitoque / laus et iubilatio... Ao Pai e ao Filho / louvor e júbilo / salvação, poder, bênção: / Àquele que procede de ambos /seja dada igual glória e honra!" Amen!
Fonte: Vatican.va
Pedro na Semana Santa
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Caio Vinícius
Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: "Senhor, tu me lavas os pés?"Respondeu Jesus: "Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás". Disse-lhe Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!" Mas Jesus respondeu: "Se eu não te lavar, não terás parte comigo".Simão Pedro disse: "Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça". (Jo 13, 6-9)
"Jesus prediz a Pedro a sua queda e a sua conversão. De que é que Pedro teve de converter-se? No início do seu chamamento, assombrado com o poder divino do Senhor e com a sua própria miséria, Pedro dissera: «Senhor, afasta-Te de mim, que eu sou um homem pecador» (Lc 5, 8). Na luz do Senhor, reconhece a sua insuficiência. Precisamente deste modo, com a humildade de quem sabe que é pecador, é que Pedro é chamado. Ele deve reencontrar sem cessar esta humildade. Perto de Cesareia de Filipe, Pedro não quisera aceitar que Jesus tivesse de sofrer e ser crucificado: não era conciliável com a sua imagem de Deus e do Messias. No Cenáculo, não quis aceitar que Jesus lhe lavasse os pés: não se adequava à sua imagem da dignidade do Mestre. No horto das oliveiras, feriu com a espada; queria demonstrar a sua coragem. Mas, diante de uma serva, afirmou que não conhecia Jesus. Naquele momento, isto parecia-lhe uma pequena mentira, para poder permanecer perto de Jesus. O seu heroísmo ruiu num jogo mesquinho por um lugar no centro dos acontecimentos. Todos nós devemos aprender sempre de novo a aceitar Deus e Jesus Cristo como Ele é, e não como queríamos que fosse. A nós também nos custa aceitar que Ele esteja à mercê dos limites da sua Igreja e dos seus ministros. Também não queremos aceitar que Ele esteja sem poder neste mundo. Também nos escondemos por detrás de pretextos, quando a pertença a Ele se nos torna demasiado custosa e perigosa. Todos nós temos necessidade da conversão que acolhe Jesus no seu ser Deus e ser-Homem. Temos necessidade da humildade do discípulo que segue a vontade do Mestre. Nesta hora, queremos pedir-Lhe que nos fixe como fixou Pedro, no momento oportuno, com os seus olhos benévolos, e nos converta."
(Da homilia do Romano Pontífice Emérito Bento XVI, na missa da Ceia do Senhor de 2011).
domingo, 24 de março de 2013
Domingo de Ramos com o Papa Francisco
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Caio Vinícius
1. Jesus entra em Jerusalém. A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d’Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19, 38).
Multidão, festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus e inclinou-Se para curar o corpo e a alma.
Assim é Jesus. Assim é o seu coração, que nos vê a todos, que vê as nossas enfermidades, os nossos pecados. Grande é o amor de Jesus! E entra em Jerusalém assim com este amor que nos vê a todos. É um espectáculo lindo: cheio de luz – a luz do amor de Jesus, do amor do seu coração –, de alegria, de festa.
No início da Missa, também nós o reproduzimos. Agitámos os nossos ramos de palmeira. Também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio, como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida. Jesus é Deus, mas desceu a caminhar connosco como nosso amigo, como nosso irmão; e aqui nos ilumina ao longo do caminho. E assim hoje O acolhemos. E aqui temos a primeira palavra que vos queria dizer: alegria! Nunca sejais homens e mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do facto de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do facto de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis… e há tantos! E nestes momentos vem o inimigo, vem o diabo, muitas vezes disfarçado de anjo, e insidiosamente nos diz a sua palavra. Não o escuteis! Sigamos Jesus!. Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. E, por favor, não deixeis que vos roubem a esperança! Não deixeis roubar a esperança… aquela que nos dá Jesus!
2. Segunda palavra. Para que entra Jesus em Jerusalém? Ou talvez melhor: Como entra Jesus em Jerusalém? A multidão aclama-O como Rei. E Ele não Se opõe, não a manda calar (cf. Lc 19, 39-40). Mas, que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo… Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples, que possuem um sentido para ver em Jesus algo mais; têm o sentido da fé que diz: Este é o Salvador. Jesus não entra na Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de púrpura (a sua realeza será objecto de ludíbrio); entra para subir ao Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Vem-me à mente aquilo que Bento XVI dizia aos Cardeais: Vós sois príncipes, mas de um Rei crucificado. Tal é o trono de Jesus. Jesus toma-o sobre Si… Porquê a Cruz? Porque Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, o pecado de todos nós, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor… Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, sede de dinheiro, que depois ninguém pode levar consigo, terá de o deixar. A minha avó dizia-nos (éramos nós meninos): a mortalha não tem bolsos. Amor ao dinheiro, poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E também – como bem o sabe e conhece cada um de nós - os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. E na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Este é o bem que Jesus realiza por todos nós sobre o trono da Cruz.
Abraçada com amor, a cruz de Cristo nunca leva à tristeza, mas à alegria, à alegria de sermos salvos e de realizarmos um bocadinho daquilo que Ele fez no dia da sua morte.
3. Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, vi-vos quando entráveis em procissão; imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós tendes um parte importante na festa da fé! Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre : um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos! Coração jovem! Com Cristo, o coração nunca envelhece. Entretanto todos sabemos – e bem o sabeis vós – que o Rei que seguimos e nos acompanha, é muito especial: é um Rei que ama até à cruz e nos ensina a servir, a amar. E vós não tendes vergonha da sua Cruz; antes, abraçai-la, porque compreendestes que é no dom de si, no dom de si, no sair de si mesmo, que se alcança a verdadeira alegria e que com o amor de Deus Ele venceu o mal. Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo. Levai-la, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. Levai-la para dizer a todos que, na cruz, Jesus abateu o muro da inimizade, que separa os homens e os povos, e trouxe a reconciliação e a paz. Queridos amigos, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI, também eu, desde hoje, me ponho a caminho convosco. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro. Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Os jovens devem dizer ao mundo: é bom seguir Jesus; é bom andar com Jesus; é boa a mensagem de Jesus; é bom sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência. Três palavras: alegria, cruz, jovens.
Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida. Assim seja.
Fonte: Boletim da Santa Sé
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