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sábado, 15 de janeiro de 2011

Ereção do primeiro Ordinariato para ex-anglicanos e nomeação do Ordinário

EREÇÃO DO ORDINARIATO PESSOAL DE
NOSSA SENHORA DE WALSINGHAM
E NOMEAÇÃO DO PRIMEIRO ORDINÁRIO

No dia 15 de janeiro, a Congregação para a Doutrina da Fé, conforme determinado pela Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, erigiu o Ordinariato Pessoal de Our Lady of Walshingham, no território da Conferência Episcopal de Inglaterra e Gales. Ao mesmo tempo, o Santo Padre nomeou primeiro Ordinário o Revmo. Pe. Keith Newton.

Revmo. Pe. Keith Newton


Frequentou a Alsop High School de Liverpool entre 1963 e 1970, realizando sucessivamente os estudos de Teologia no King's College da Universidade de Londres entre 1970 e 1973, onde obteve o diploma de Bachelor of Divinity e depois lhe foi conferido o título de Associate of King's College. Obtido o "Post Graduate Certificate of Education" junto ao Christ Church College de Cantuária em 1974, prosseguiu com a formação em vista do sacerdócio na Igreja da Inglaterra [anglicana] no St. Augustine's College de Cantuária.

Ordenado diácono em 1975 e presbítero em 1976 para a diocese anglicana de Chelmsford, desempenhou sua primeira função de vigário paroquial na Igreja de Santa Maria em Great Ilford. Em 1978 foi nomeado pároco no Wimbledon Team Ministry na diocese anglicana de Southwark. De 1985 a 1991 pôs-se a serviço da diocese de Southern Malawi, na província anglicana da África Central. Entre 1986 e 1991 foi decano da Catedral de São Paulo em Blantyre, Malawi. Regressou ao Reino Unido em 1991, na diocese anglicana de Bristol, e foi pároco em Knowle de 1992 a 2002, na paróquia de Holy Nativity.

Foi ordenado bispo anglicano em 7 de março de 2002 pelo arcebispo de Cantuária, George Carey, desempenhando de 2002 a 2010 o ministério de Bispo Sufragâneo de Richborough e a função de Visitador Episcopal Provincial na Província de Cantuária.

Juntamente com a esposa, foi recebido na plena comunhão com a Igreja Católica na Catedral de Westminster em 1º de janeiro de 2011 por S. Exa. Dom Alan Hopes [auxiliar de Westminster].

[Foi ordenado diácono em 13 de janeiro de 2011 e sacerdote católico em 15 de janeiro de 2011 por S. Exa. Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster]

Fonte: Santa Sé
Tradução: OBLATVS  

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

João Paulo II será beatificado em 1º de maio


O Papa João Paulo II será beatificado em 1º de maio de 2011. A data foi oficializada na manhã desta sexta-feira, 14, com a assinatura do decreto de beatificação pelo Papa Bento XVI, que recebeu em audiência o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato.

A cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre Normand do Mal de Parkinson foi o milagre reconhecido para a Beatificação.

O Rito de Beatificação será presidido pelo próprio Santo Padre, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no II Domingo da Páscoa - conhecido como da Divina Misericórdia, Festa litúrgica instituída pelo próprio João Paulo II.

"A sua vida e o seu Pontificado foram percorridos pelo desejo de dar a conhecer ao mundo todo [...] a consoladora e entusiasmante grandeza da misericórdia de Deus", afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

De acordo com padre Lombardi, a urna com os restos mortais do Papa polonês será transferida das Grutas Vaticanas para o altar da Capela de São Sebastião, na Basílica de São Pedro. No translado, ela não será aberta - logo, não será uma exumação.

Ainda não foi decidida a data em que será celebrada a memória litúrgica do Beato João Paulo II. Esse dia será estabelecido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos após a Beatificação.

Karol Wojtyla - nome de batismo de João Paulo II - foi o 264º Pontífice da Igreja Católica, o primeiro de origem eslava. Ele faleceu em 2 de abril de 2005, após mais de 25 anos como Sucessor de São Pedro.

De acordo com o Cardeal Angelo Amato, a Causa de João Paulo II teve dois aspectos facilitadores.

"O primeiro diz respeito à dispensa pontifícia da espera de cinco anos para o seu início. Já a segunda foi a passagem para um tribunal especial, que não a colocou em lista de espera. No entanto, no que diz respeito ao rigor e zelo processual, não foram dados privilégios. A Causa foi tratada como as outras, seguindo todos os passos previstos pela legislação da Congregação", disse.

Na lista, figuram também os nomes de outros candidatos à honra dos altares através do próximo passo, que é o reconhecimento de mais um milagre para a canonização.

Processo de beatificação



- 28/04/2005 - Bento XVI concedeu dispensa do tempo de cinco anos de espera para o início da Causa de Beatificação e Canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente em 28 de junho pelo vigário-geral para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini.

O Vaticano explica que a dispensa pontifícia dos cinco anos de espera entre a morte do candidato a santo e o início da Causa aconteceu devido à "imponente fama de santidade de que gozava João Paulo II em vida, na morte e depois da morte";

- 2/04/2007 - dois anos após a morte, na Basílica de São João de latrão, em Roma, o Cardeal Camillo Ruini declarou concluída a primeira fase diocesana do processo de beatificação de João Paulo II, confiando os resultados à Congregação para as Causas dos Santos. Isso acontece através de uma cerimônia jurídico-processual durante a qual são lidas, em latim, as palavras para a passagem dos documentos, compostos por 130 testemunhos a favor e contra a beatificação, além da conclusão de teólogos e historiadores a respeito;

- 1º/04/2009 - os relatos de possíveis milagres pela intercessão do Papa polonês sob avaliação da Congregação para as Causas dos Santos somam mais de 250;

- 19/12/2009 - com um decreto assinado pelo Papa Bento XVI, são reconhecidas as virtudes heroicas e Wojtyla é proclamado venerável;

- 21/10/2010 - uma Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos recebe os Atos da Investigação Canônica, bem como os detalhes das perícias médico-legais, para exame científico. Os peritos, após estudar com o habitual cuidado os testemunhos processuais e toda a documentação, expressam-se favoravelmente quanto à inexplicabilidade científica da cura;

- 14/12/2010 - os Consultores teólogos, após terem acesso às conclusões médicas, procedem à avaliação teológica do caso e, unanimemente, reconhecem a unicidade, antecedência e caráter coral da invocação destinada ao Servo de Deus João Paulo II, cuja intercessão foi eficaz para a cura prodigiosa;

- 11/01/2011 - a Sessão Ordinária dos Cardeais e dos Bispos da Congregação para as Causas dos Santos emite unanimemente uma sentença afirmativa sobre a cura milagrosa da Irmã Marie Simon Pierre, como realizada por Deus de modo cientificamente inexplicável, após intercessão do Sumo Pontífice João Paulo II, confiadamente invocado tanto pela curada quanto por muitos outros fiéis.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ad Orientem [II]


II . O CONCÍLIO VATICANO II E A ORIENTAÇÃO LITÚRGICA


O Concílio Vaticano II não se pronunciou formalmente sobre a orientação da oração litúrgica na Igreja, portanto, qualquer debate sobre o assunto foi levado mais tarde nos tempos da reforma litúrgica em si. A teologia litúrgica e sacramental na Eucaristia tende a ter uma mudança radical durante este tempo.

O Concílio debateu a necessidade de "levar os fiéis até o altar." Essa frase envolve dois aspectos: O primeiro é encontrar formas em que os fiéis possam participar mais ativamente da Missa, trazendo suas almas para o Santo Sacrifício do Altar, tudo através de uma adequada formação litúrgica. O segundo aspecto é evitar longas distâncias entre o altar e os fiéis (como acontece, por exemplo, as igrejas, com coro, como Notre Dame de Paris, onde a distância entre os fiéis e o altar é muito grande), de modo que os fiéis se sintam participantes da Missa, e olhem com mais detalhes o que acontece no Altar.

Portanto, a necessidade de que foi instruída nas novas igrejas, o altar foi construído próximo aos fiéis. Da mesma forma, foram instruídos a construir longe da parede, para que pudesse ser cercada por lisa (presumivelmente, a questões relacionadas com o incenso.)

No entanto, o Concílio não decidiu sobre uma mudança para a celebração dos Santos Mistérios de forma  ad orientem ou versus populum.

No entanto, a instrução "Inter Oecumenici" 1964, preparado pelo Consilium (entidade responsável pela execução das reformas propostas pelo CVII), deu uma interpretação sobre este assunto, que foi claramente uma tentativa "admissível" uma prática já difundida em alguns países desde o início do Movimento Litúrgico, em particular, em relação à Guardini. A citação é:

"É aceitável construír o altar separado da parede para facilitar o regresso e pode ser realizada de frente ao  povo, e colocada no edifício sagrado para que ele seja verdadeiramente o centro para o qual torna-se espontaneamente a atenção da assembléia dos fiéis. "

No entanto, esta declaração tem dois tons a considerar: Primeiro, note que é apenas uma recomendação para a construção nova e, por outro, é apenas uma recomendação, por si só e, portanto, não são considerados prescrição normativa. Portanto, é um segundo argumento de importância salientar que a posição "ad orientem"  é como conciliar e correta celebração litúrgica da Santa Missa (mesmo que se aceite a celebração versus populum).

Não obstante o acima exposto, em consonância com a interpretação dada por J. A. Jungmann (liturgista) sobre a dispensa da celebração "versus populum" era evidente nos anos seguintes uma instituição de fato de tal orientação (o que é atribuível a uma interpretação de ruptura), o que levou à destruição e mutilação de muitos altares, com um valor cultural, patrimônio litúrgico.

III . O MISSAL ROMANO
O Missal Romano, em sua primeira edição de 1970, fornece outras informações relevantes para a orientação da Liturgia durante a Missa.

Um exemplo é a seguinte frase, tirada da Instrução Geral do Missal Romano, na segunda edição de 1975, o que é equivalente ao correspondente à primeira edição (1970):

. "107 Voltando ao centro do altar voltado para o povo, e estendeu as mãos e convida o povo a orar, dizendo: Orai, irmãos, irmãs [...]"..

Você pode ver com clareza absoluta, se referiu ao "ad orientem", conforme as regras da missa (como o sacerdote deve pronunciar o "Orate Fratres" voltado para o povo, como na forma extraordinária.)

Esta frase de Instrução Geral da terceira edição do Missal Romano de 2000, prevê:

. "146 Então, voltou ao centro do altar, o sacerdote, de pé, voltado para o povo, estendendo e juntando as mãos, convida o povo a orar, dizendo: Orai, irmãos, irmãs .[...]".

Então, mais uma vez, você pode verificar como o "ad orientem" é referido como normativa dentro da missa. No entanto, esta terceira edição inclui uma declaração da Instrução de 1964, dizendo que a celebração versus populum "é altamente desejável, sempre que possível."

Portanto, você pode verificar a grande mudança litúrgica, entre 1975 e 2000, e tornou-se uma "recomendação" em uma "obrigação" que, em nossos tempos, parece ser um dia, se não mais correta, já que rompe com tradição da Igreja, já desde o começo, como se pode atestar a Louis Bouyer, que é citado pelo cardeal Ratzinger em seu famoso livro "O Espírito da Liturgia" e do livro "Gone to the Lord" Monsenhor Klaus Gamber, ou "Voltando-se para o Senhor" Uwe Michael Lang.

Retirado de: Sacram Liturgiam 

Versus Deum na Forma Ordinária

Retirado de: Dominus Vobiscum

A posição "Ad Orientem" ou "Versus Deum" na nova forma do Rito Romano, também conhecido como "Liturgia de Paulo VI" ou "Pós conciliar" . Manteve a tradicional posição de celebrar o Santo Sacrifício do Altar. Muitos sacerdotes e bispos empolgados com a nova e oficial posição "Versus Popolum"(de frente para o povo) começavam a celebrar desta forma e assim se tornou costume em todo o mundo pós concilio Vaticano II. Deixando essa posição restrita a antiga e já "desatualizada" Missa "Tridentina".


Poderíamos colocar a culpa na orientação de se colocar um altar separado da parede, onde o sacerdote pudesse celebrar a Missa de frente para o povo. Assim a maioria entendeu que aquela antiga posição de celebrar estava abolida pelo novo Missal Romano. Vejamos:

"O altar maior deve ser construído separado da parede, de modo a que se possa facilmente andar ao seu redor e celebrar, nele, olhando na direção do povo [versus populum]”. Missal 1970

Já na última Edição de 2002 essa parte foi reformada :

retomou esse texto à letra, mas, no final, acrescentou o seguinte: “Isso é desejável sempre que possível”.

Esse acréscimo foi lido por muitos como um enrijecimento do texto de 1969, no sentido de que agora haveria uma obrigação geral de construir - “sempre que possível” - os altares voltados para o povo. Essa interpretação, porém, já havia sido repelida pela Congregação para o Culto Divino, que tem competência sobre a questão, em 25 de setembro de 2000, quando explicou que a palavra “expedit” [é desejável] não exprime uma obrigação (...).” (Ratzinger, op. cit.)

O Missal Romano de Paulo VI encontramos as informações que confirmam tal ensino: o sacerdote deve, segundo tais textos, durante a Liturgia Eucarística, “voltar-se para o povo” durante alguns atos; isto significa que, se deve voltar-se ao povo, é porque antes estava voltado ad Orientem. “Estes avisos que em certos momentos o sacerdote esteja ‘voltado para o povo’ seriam supérfluos, se o sacerdote durante toda a celebração ficasse atrás do altar e frente ao povo.” (RUDROFF, Pe. Francisco. Santa Missa, Mistério de nossa Fé. 1996).

Nunca a posição ad Orientem foi expressamente proibida por algum decreto, nem esse foi o desejo dos Padres do Concílio Vaticano II, autor da reforma litúrgica. Igualmente, essa é a forma histórica de oferecimento da Missa, observada inclusive pelos ritos orientais.

Algumas congregações Religiosas como os Legionários de Cristo, a Prelazia do Opus Dei, Cartuxos, Dominicanos etc. Celebram de modo privado e público em "Versus Deum" algumas vezes no mês ou até mesmo durante a semana.

Este assunto só veio a tona novamente após o Concílio Vaticano II, com a coragem do Papa Bento XVI, de celebrar "Versus Deum" na Capela Sistina no Vaticano. Onde foi motivo de especulação por vários setores progressistas da Igreja Latina.

Depois da "confusão" ou "mal entendido" , em que se falava que o Papa estava errado ou misturando os ritos , veio a explicação de vários liturgistas e até mesmo de um livro que o Papa tinha escrito no seu tempo de Cardeal.

O Papa Bento XVI, veio mostrar aos bispos e sacerdotes que essa posição não deve ser suprimida ou negada. Ela pode ser feita na "Missa Nova", a instrução do missal indica isso essa posição tradicional.

Uma nota publicada, em 1993 , a Congregação para o Culto (liturgia) , em seu boletim Notitiae, reafirmou o valor de ambas as opções, celebração versus populum ou versus Deum, de modo que quaisquer dúvidas devem ser dissipadas.

“Quando o sacerdote celebra versus populum, sua orientação espiritual deveria ser sempre versus Deum per Iesum Christum [para Deus, por meio de Jesus Cristo].” (Cardeal Joseph Ratzinger, A introdução do decano do Sacro Colégio ao livro de Uwe Michael Lang, in 30 Dias ).

INSTRUÇÕES PARA CELEBRAR A MISSA NOVA "VERSUS DEUM":


Momentos em que o sacerdote deve ficar de frente para os fiéis:

Terminado o canto da entrada, e estando todos de pé, o sacerdote e os fiéis fazem o sinal da cruz. O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde: Amém.

· Voltado para o povo e abrindo os braços, o sacerdote saúda-o com uma das fórmulas propostas. Ele mesmo ou outro ministro pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fieis na Missa do dia. (IGMR, 124)

· Outra vez no centro do altar, o sacerdote, de pé e voltado para o povo, estendendo e unindo as mãos, convida o povo a rezar, dizendo: Orai irmãos e irmãs etc.

O povo põe-se de pé e responde, dizendo: Receba o Senhor. Em seguida, o sacerdote, de mãos estendidas, diz a Oração sobre as oferendas. No fim o povo aclama: Amém. (IGMR, 146)

Em seguida, o sacerdote, de mãos estendidas, diz em voz alta a oração: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos...;

· terminada esta, estendendo e unindo as mãos, voltado para o povo, anuncia a paz, dizendo: A paz do Senhor esteja sempre convosco. O povo responde: O amor de Cristo nos uniu. Depois, conforme o caso, o sacerdote ou o Diácono acrescenta: Meus irmãos e irmãs saúdem-vos em Cristo Jesus. (IGMR, 154)

Terminada a oração, o sacerdote faz genuflexão, toma a hóstia consagrada na mesma missa e segurando-a um pouco elevada sobre a patena ou sobre o cálice,

· diz voltado para o povo: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor..., e, juntamente com o povo, acrescenta uma só vez: Senhor, eu não sou digno... (IGMR, 157)

Oração pós comunhão:


A seguir, de pé, junto à cadeira ou ao altar,

· voltado para o povo, o sacerdote diz, de mãos unidas Oremos, e de mãos estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um momento de silêncio, a não ser que já se tenha guardado silêncio após a Comunhão. No fim da oração o povo aclama: Amém.
(IGMR, 165)

Versus Deum per Iesum Christum


Para o católico praticante normal, dois parecem ser os resultados mais evidentes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II: o desaparecimento da língua latina e o altar orientado para o povo. Quem ler os textos conciliares poderá constatar, com espanto, que nem uma nem outra coisa se encontram neles desta forma.


Claro, seria preciso dar espaço à língua vulgar, segundo as intenções do Concílio (cf. Sacrosanctum Concilium 36, 2) - sobretudo no âmbito da liturgia da Palavra - mas, no texto conciliar, a norma geral imediatamente precedente reza: “O uso da língua latina, salvo quando se tratar de um direito particular seja conservado nos ritos latinos” (Sacrosanctum Concilium 36, 1).

Sobre a orientação do altar para o povo, não há sequer uma palavra no texto conciliar. Ela é mencionada em instruções pós-conciliares. A mais importante delas é a Institutio generalis Missalis Romani, a Introdução Geral ao novo Missal Romano, de 1969, onde, no número 262, se lê: “O altar maior deve ser construído separado da parede, de modo a que se possa facilmente andar ao seu redor e celebrar, nele, olhando na direção do povo [versus populum]”. A introdução à nova edição do Missal Romano, de 2002, retomou esse texto à letra, mas, no final, acrescentou o seguinte: “Isso é desejável sempre que possível”. Esse acréscimo foi lido por muitos como um enrijecimento do texto de 1969, no sentido de que agora haveria uma obrigação geral de construir - “sempre que possível” - os altares voltados para o povo. Essa interpretação, porém, já havia sido repelida pela Congregação para o Culto Divino, que tem competência sobre a questão, em 25 de setembro de 2000, quando explicou que a palavra “expedit” [é desejável] não exprime uma obrigação, mas uma recomendação. A orientação física deveria - assim diz a Congregação - ser distinta da espiritual. Quando o sacerdote celebra versus populum, sua orientação espiritual deveria ser sempre versus Deum per Iesum Christum [para Deus, por meio de Jesus Cristo]. Sendo que ritos, sinais, símbolos e palavras nunca podem esgotar a realidade última do mistério da salvação, deve-se evitar posições unilaterais e absolutizantes a respeito dessa questão.

Esse esclarecimento é importante, pois deixa transparecer o caráter relativo das formas simbólicas externas, opondo-se, assim, aos fanatismos que infelizmente nos últimos quarenta anos não tiveram pequena freqüência nos debates em torno da liturgia. Mas, ao mesmo tempo, ilumina também a direção última da ação litúrgica, nunca totalmente expressa nas formas exteriores, e que é a mesma para o sacerdote e para o povo (voltados para o Senhor: para o Pai, por meio de Cristo no Espírito Santo). A resposta da Congregação deveria, portanto, criar um clima menos tenso para a discussão; um clima no qual possam ser procuradas as melhores maneiras de realização prática do mistério da salvação, sem condenações recíprocas, ouvindo atentamente aos outros, mas sobretudo ouvindo as indicações últimas da própria liturgia. Etiquetar apressadamente certas posições como “pré-conciliares”, “reacionárias”, “conservadoras”, ou “progressistas” ou “estranhas à fé”, não deveria mais ser admitido nesse embate, no qual se deveria muito mais deixar espaço a um novo e sincero esforço comum para realizar a vontade de Cristo da melhor forma possível.

Este pequeno livro de Uwe Michael Lang, oratoriano residente na Inglaterra, analisa a questão da orientação da oração litúrgica do ponto de vista histórico, teológico e pastoral. Fazendo isso, reacende, num momento oportuno - assim me parece -, um debate que, apesar das aparências, nunca cessou realmente, mesmo depois do Concílio.

O liturgista de Innsbruck Josef Andreas Jungmann, um dos idealizadores da Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Vaticano II, opôs-se firmemente desde o início ao polêmico lugar comum segundo o qual o sacerdote, até aquele momento, teria celebrado “voltando as costas para o povo”. Jungmann sublinhava, ao contrário, que não se tratava de voltar as costas para o povo, mas de assumir a mesma orientação do povo. A liturgia da Palavra tem caráter de proclamação e de diálogo: é dirigir a palavra e responder, e deve ser, conseqüentemente, o voltar-se recíproco de quem proclama para quem escuta e vice-versa. Já a oração eucarística é a oração em que o sacerdote serve de guia, mas na qual está orientado, ao lado do povo e como o povo, para o Senhor. Por isso - segundo Jungmann -, uma mesma direção do sacerdote e do povo pertence à essência da ação litúrgica. Mais tarde, Louis Bouyer - outro dos principais liturgistas do Concílio - e Klaus Gamber, cada um a seu modo, retomaram a questão. Apesar de sua grande autoridade, tiveram desde o início alguns problemas em se fazer ouvir, tão forte era a tendência a pôr em relevo o elemento comunitário da celebração litúrgica e a considerar, por isso, o sacerdote e o povo como reciprocamente voltados um para o outro.

Apenas recentemente o clima se fez menos tenso e, assim, quando alguém faz perguntas como as de Jungmann, Bouyer e Gamber, já não desperta mais a suspeita de que alimente sentimentos “anticonciliares”. Os progressos da pesquisa histórica tornaram o debate mais objetivo, e os fiéis intuem cada vez mais o quanto pode ser discutível uma solução na qual se percebe, a duras penas, a abertura da liturgia para o que a espera e para o que a transcende. Nessa situação, o livro de Uwe Michael Lang, tão agradavelmente objetivo e em nada polêmico, pode revelar-se uma ajuda preciosa. Sem a pretensão de apresentar novas descobertas, ele oferece com grande cuidado os resultados das pesquisas realizadas nas últimas décadas, fornecendo as informações necessárias para que se possa chegar a um juízo objetivo. É muito positivo o fato de se evidenciar, a esse respeito, não apenas a contribuição da Igreja da Inglaterra, pouco conhecida na Alemanha, mas também o debate sobre a questão, interno ao Movimento de Oxford no século XIX, em cujo contexto amadureceu a conversão de John Henry Newman. É com base nisso que se desenvolvem depois as respostas teológicas.

Por: Tradição em Sorocaba

Ad Orientem [I]

Missa Novus Ordo

Um exemplo bastante notável da má aplicação da reforma litúrgica pós-Vaticano II, é claramente devido a uma má hermenêutica dos documentos do mesmo, correspondente à proibição sistemática da posição "ad orientem" durante a celebração, e sua substituição por exploração de "versus populum" .

Aprofundemos um pouco sobre isso.


I. ORIENTAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA E DESENVOLVIMENTO DA LITURGIA
A tradição diz-nos que a orientação da Igreja liturgicamente é para o oriente, pois remonta ao início da Igreja nas comunidades primitivas. Esta orientação da oração mantém o seu significado em claro até bem no segundo milênio, como nós aprendemos com o Papa Bento XVI durante seu cardinalato, na obra "O Espírito da Liturgia". Neste trabalho [Bento XVI] faz uma síntese muito precisa, aprovada em renomados historiadores litúrgicos e sagrados.

A orientação para o oriente em oração e, portanto, sobre a Sagrada Liturgia, contém em si uma expressão muito gráfica da síntese cristã da História da Salvação: Nele, a oração é dirigida a Deus Pai, por ação do Espírito Santo, que enviou seu Filho, o Verbo de Deus, para resgatar; dado a nós como penhor da vida eterna, tão admirável, no Santo Sacrifício do Altar, no qual o próprio Jesus Cristo está presente, real e substancial através do trabalho do Espírito Santo, através da Sua Igreja que é seu Corpo Místico de quem ele é a cabeça e voltará no final da história, com glória e majestade. Portanto, a orientação é para o oriente, como ele mostra, em um primeiro aspecto, a espera vigilante do Messias, que é o dom que vem de cima, do Oriente, em um segundo aspecto, a direcção revela a importância, em virtude do nosso sacerdócio comum, temos parcerias com o sacerdote, que, em virtude do sacerdócio de Jesus Cristo age "in persona Christi ", dando o Pai o sacrifício Pura, Imaculada e Santamente, a obtenção do Santo Sacrifício, a santificação de cada um de nós, finalmente, um terceiro aspecto, eloquentemente afirma a esperança cristã na forma vigilante, a segunda vinda do Salvador que vem em glória e majestade (como o Sol da Justiça), para julgar o mundo e para consumar todas as coisas nele.
Missa em Rito Gregoriano, anterior ao Vaticano II
Inicialmente, vemos que, no momento da "Domus Ecclesiae" orientação litúrgica primitiva inicia-se em direção ao leste, porque esta veio diretamente da tradição judaica da sinagoga, onde todos se direcionavam para as escrituras sagradas, que devem ser o caminho para encontrar a presença divina contida no Santo dos Santos do Templo de Jerusalém, destruído no século I de nossa era. Por si só, as sinagogas tinham essa orientação e, portanto, os primeiros cristãos, aprovaram a Sinagoga ser parte da liturgia (agora correspondem a um tipo de "Liturgia da Palavra").


Posteriormente, a Paz de Constantino, que estava começando a construir prédios para as grandes basílicas e igrejas, o que foi possível para orientar corretamente para o leste, seguindo a tradição judaica, mas dando um significado diferente: A orientação é no sentido litúrgico o Oriente Médio, porque vem o sol, que representa Cristo. Portanto, as basílicas e igrejas construídas no período, ou leste ou oeste, estavam em uma ábside (correspondente ao local de destino), uma imagem de Cristo triunfante (ou Pai, em alguns casos), conhecida como o "Pantocrator", que foi sinal visível e evidente dessa orientação litúrgica em direção a Deus.

Com o nascimento da Eucaristia no sacrário, a mesma foi colocada no centro, e assim foi mais fortemente reforçada a orientação da liturgia de Deus, que também está verdadeiramente presente no lugar litúrgico (o que corresponde, muitas vezes mais abside, e em alguns casos, o altar-mor, coberta com o dossel, que foi suspenso o "Dove", que continha a reserva da Eucaristia).

Posteriormente, o desenvolvimento do dogma cristológico e da evolução da tradição da Igreja, especialmente no que em relação à arquitetura sacra, provocou uma mudança perceptível quanto o Pantocrator foi gradualmente substituído pelo crucifixo com a imagem da Paixão, que , sobre a questão da orientação, apenas reafirmando a orientação litúrgica em direção a Deus, mas com particular incidência sobre a Paixão, morte e ressurreição, que são os fatos que mais fortemente desenvolvida no Santo Sacrifício eucarístico. A frase "Sim, que transpassaram", é uma forma sintética para descrever a importância da orientação litúrgica durante estes tempos, que durou sem grandes mudanças em relação ao período anterior ao Concílio Vaticano II.

Por: Sacram Liturgiam

Livro de Monsenhor Guido Marini

A editora francesa Artège acaba de publicar um livro de monsenhor Guido Marini, Mestre das Celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice, tendo o título “La liturgie, mystère du salut”. (“A liturgia, mistério de salvação”), com prólogo de Dom Raymond Centène, bispo de Vannes (França).

Neste livro, e com absoluta fidelidade ao pensamento do Papa Bento XVI, seu cerimoniário expõe as razões fundamentais das mudanças litúrgicas que estamos conhecendo neste pontificado. Com uma linguagem clara e franca, monsenhor Marini aborda as questões mais controversas como a orientação do altar, a autêntica participação proveitosa dos fiéis, e o papel da música sacra.

Monsenhor Guido Marini nasceu em Gênova em 1965, é Doutor em Direito Civil e Canônico. Entre 1988 e 2003 foi secretário dos cardeais Tettamanzi e Bertone. Desde 2007 é o Mestre das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, assistindo ao Papa em todas as cerimônias litúrgicas.

I segni esterni della Fede


I segni esterni di devozione da parte dei fedeli

Rubrica di teologia liturgica a cura di don Mauro Gagliardi

di Juan Silvestre*

Si legge nel Catechismo della Chiesa Cattolica: «Nella liturgia della Nuova Alleanza, ogni azione liturgica, specialmente la celebrazione dell’Eucaristia e dei sacramenti, è un incontro tra Cristo e la Chiesa» (CCC, n. 1097). La Liturgia è quindi “luogo” privilegiato dell’incontro dei cristiani con Dio e con Colui che Egli ha inviato, Gesù Cristo (cf. Gv 17,3).

In questo incontro l’iniziativa, come sempre, è del Signore, che si presenta, nel cuore della Ecclesia, risorto e glorioso. Di fatto, «se nella liturgia non emergesse la figura di Cristo, che è il suo principio ed è realmente presente per renderla valida, non avremmo più la liturgia cristiana, completamente dipendente dal Signore e sostenuta dalla sua presenza creatrice» (Benedetto XVI, Ai Vescovi del Brasile [norte 2], 15.04.2010).

Cristo precede l’assemblea che celebra. Egli – che agisce inseparabilmente unito allo Spirito Santo – la convoca, la riunisce e la istruisce. Per questo, la comunità, ed ogni fedele che la forma, «deve prepararsi ad incontrare il suo Signore, essere un popolo ben disposto» (CCC, n. 1098). Attraverso le parole, le azioni e i simboli che costituiscono la trama di ogni celebrazione, lo Spirito Santo pone fedeli e ministri in relazione viva con Cristo, Parola e Immagine del Padre, in modo che possano innestare nella propria vita il senso di ciò che ascoltano, contemplano e realizzano. Di qui che «ogni celebrazione sacramentale è un incontro dei figli di Dio con il loro Padre, in Cristo e nello Spirito Santo, e tale incontro si esprime come un dialogo, attraverso azioni e parole» (CCC, n. 1153).

In questo incontro l’aspetto umano è importante, come segnala anche san Josemaría Escrivá: «Io non ho un cuore per amare Dio e un altro per amare le persone della terra. Con lo stesso cuore con il quale ho amato i miei genitori e amo i miei amici, proprio con questo stesso cuore io amo Cristo e il Padre e lo Spirito Santo e Maria Santissima. Non mi stancherò mai di ripeterlo: dobbiamo essere molto umani; perché, altrimenti, non potremo essere neppure divini» (È Cristo che passa, n. 166). Per questo la fiducia filiale deve caratterizzare il nostro incontro con Cristo. Senza dimenticare tuttavia che «questa familiarità comporta anche un pericolo: quello che il sacro da noi continuamente incontrato divenga per noi abitudine. Si spegne così il timore riverenziale. Condizionati da tutte le abitudini, non percepiamo più il fatto grande, nuovo, sorprendente, che Egli stesso sia presente, ci parli, si doni a noi» (Benedetto XVI, Santa Messa del Crisma, 20.03.2008).

Uso da batina como um "Sinal exterior da Fé".
La Liturgia, e in modo speciale l’Eucaristia, «è l’incontro e l’unificazione di persone; la Persona, però, che ci viene incontro e desidera unirsi a noi è il Figlio di Dio» (Benedetto XVI, Alla Curia Romana, 22.12.2005). Il singolo e la comunità devono essere consapevoli di trovarsi davanti a Colui che è il tre volte Santo. Di qui la necessaria attitudine, piena di riverenza e di senso di stupore, che sgorga dal sapersi alla presenza della maestà di Dio. Non era forse questo ciò che Dio intendeva esprimere quando ordinò a Mosè di togliersi i sandali davanti al roveto ardente? Non nasceva da simile consapevolezza l’atteggiamento di Mosè e di Elia, che non osarono guardare Dio faccia a faccia? E non ci mostrano questa stessa disposizione d’animo i Magi che «prostratisi, lo adorarono»? I diversi personaggi del Vangelo che incontrano Gesù che passa, che perdona… non ci danno anch’essi un modello esemplare di condotta per i nostri incontri con il Figlio del Dio vivo?

In realtà, i gesti corporei esprimono e promuovono «l’intenzione e i sentimenti dei partecipanti» (IGMR, n. 42) e permettono di superare il pericolo che insidia ogni cristiano: l’abitudine. «Per noi che viviamo da sempre con il concetto cristiano di Dio e ci siamo assuefatti ad esso, il possesso della speranza, che proviene dall’incontro reale con questo Dio, quasi non è più percepibile» (Benedetto XVI, Spe salvi, n. 3). Per questo, «un segnale convincente dell’efficacia che la catechesi eucaristica ha sui fedeli è sicuramente la crescita in loro del senso del mistero di Dio presente tra noi. Ciò può essere verificato attraverso specifiche manifestazioni di riverenza verso l’Eucaristia, a cui il percorso mistagogico deve introdurre i fedeli» (Id., Sacramentum Caritatis, n. 65).

Gli atti di devozione si comprendono in modo adeguato in questo contesto di incontro con il Signore, che implica unione, «unificazione [che] può soltanto realizzarsi secondo le modalità dell’adorazione» (Id., Alla Curia Romana, 22.12.2005).
A comunhão de joelhos, outro sinal exterior da nossa fé.

Evidenziamo in primo luogo la genuflessione, «che si fa piegando il ginocchio destro fino a terra, e significa adorazione; perciò è riservata al SS.mo Sacramento e alla santa Croce, dalla solenne adorazione nell’Azione liturgica del Venerdì nella Passione del Signore fino all’inizio della Veglia pasquale» (IGMR, n. 274).

L’inchino del capo significa invece riverenza e onore. Nel Credo – eccetto nelle solennità del Natale e dell’Annunciazione (Incarnazione), nelle quali si sostituisce con la genuflessione – compiamo questo gesto pronunciando le mirabili parole: «E per opera dello Spirito Santo si è incarnato nel seno della Vergine Maria e si è fatto uomo».

Da ultimo, vogliamo mettere in luce il gesto di inginocchiarsi al momento della consacrazione e, dove si conserva quest’uso, dal Sanctus fino alla fine della Preghiera Eucaristica, o anche ricevendo la sacra Comunione. Si tratta di segni forti, che manifestano la consapevolezza di stare davanti a Qualcuno di speciale. È Cristo, il Figlio del Dio vivo, e davanti a Lui cadiamo in ginocchio. Nell’inginocchiarsi, il significato spirituale e corporeo formano un’unità, perché il gesto corporeo implica un significato spirituale e, viceversa, l’atto spirituale esige una manifestazione, una traduzione esteriore. Inginocchiarsi davanti a Dio non è qualcosa di “poco moderno”; al contrario corrisponde alla verità del nostro stesso essere. «Chi impara a credere, impara anche ad inginocchiarsi, ed una fede e una liturgia che non conoscesse più l’inginocchiarsi sarebbe malata in un punto centrale. Dove questo gesto è andato perduto, dobbiamo impararlo di nuovo, per rimanere con la nostra preghiera nella comunione degli Apostoli e dei martiri, nella comunione di tutto il cosmo, nell’unità con Gesù Cristo stesso» (J. Ratzinger, Teologia della liturgia [Opera omnia 11], LEV, Città del Vaticano 2010, p. 183).

***
[Traduzione dallo spagnolo di don Mauro Gagliardi; il prossimo articolo della rubrica sarà pubblicato il 26 gennaio]

* Don Juan Silvestre è professore di Liturgia presso la Pontificia Università della Santa Croce e Consultore della Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti nonché dell’Ufficio delle Celebrazioni Liturgiche del Sommo Pontefice.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Catequese de Bento XVI sobre Santa Catarina de Gênova


Queridos irmãos e irmãs,


hoje, desejo falar-vos de outra Santa que leva o nome de Catarina, após Catarina de Sena e Catarina de Bolonha; falo de Catarina de Gênova, conhecida sobretudo por sua visão do purgatório. O texto que descreve sua vida e pensamento foi publicado na cidade liguresa em 1551; é dividido em três partes: a Vida propriamente dita, a Dimostratione et dechiaratione del purgatorio [Demonstração e declaração do purgatório] – mais conhecida como Trattato - e o Dialogo tra l’anima e il corpo [Diálogo entre a alma e o corpo]. O autor final foi o confessor de Catarina, o sacerdote Cattaneo Marabotto.

Catarina nasceu em Gênova, em 1447; última de cinco filhos, ficou órfã do pai, Giacomo Fieschi, quando ainda era pequena. A mãe, Francesca di Negro, deu-lhe uma válida educação cristã, tanto que a maior das duas filhas tornou-se religiosa. Aos dezesseis anos, Catarina foi prometida em casamento a Giuliano Adorno, um homem que, após várias experiências comerciais e militares no Oriente Médio, havia retornado a Gênova para se casar. A vida matrimonial não foi fácil, também pelo caráter do marido, inclinado aos jogos de azar. A própria Catarina foi induzida inicialmente a cultivar um tipo de vida mundana, na qual, contudo, não chegou a encontrar serenidade. Após dez anos, no seu coração havia um sentimento de profundo vazio e amargura.

A conversão iniciou em 20 de março de 1473, graças a uma experiência singular. Foi para a Igreja de São Bento e ao Mosteiro de Nossa Senhora das Graças, para confessar-se, e, ajoelhando-se diante do sacerdote, "recebeu – como ela mesma escreve – uma ferida no coração, de um imenso amor de Deus", com uma visão tão clara de suas misérias e de seus defeitos e, ao mesmo tempo, da bondade de Deus, que quase desmaia. Foi tocada no coração por essa consciência de si mesma, da vida vazia que levava e da bondade de Deus. Dessa experiência nasce a decisão que orientou toda a sua vida, expressa nas palavras: “Não mais o mundo, não mais pecados" (cf. Vita mirabile, 3rv). Catarina, em seguida, fugiu, deixando em aberto a Confissão. De volta à casa, entrou no quarto mais escondido e chorou longamente. Naquele momento, foi instruída interiormente sobre a oração e teve consciência do imenso amor de Deus pelos pecadores, uma experiência espiritual que não conseguiu expressar em palavras (cf. Vita mirabile, 4r). É nessa ocasião que lhe aparece Jesus sofredor, carregando a cruz, como frequentemente é representado na iconografia da Santa. Poucos dias depois, retornou ao sacerdote para fazer finalmente uma boa Confissão. Começou aqui aquela "vida de purificação" que, por muito tempo, a fez experimentar uma constante dor pelos pecados cometidos e a levou a impor-se penitências e sacrifícios para mostrar a Deus o seu amor.

Nesse caminho, Catarina foi aproximando-se sempre mais do Senhor, até entrar naquela que é chamada "vida unitiva", um relacionamento, isto é, de união profunda com Deus. Na Vita, é descrito que a sua alma era guiada e domesticada interiormente somente pelo doce amor de Deus, que lhe dava tudo aquilo de que tinha necessidade. Catarina abandonou-se de modo tão absoluto nas mãos do Senhor a ponto de viver, por cerca de vinte e cinco anos – como ela escreve – "sem mediação de nenhuma criatura, sendo somente por Deus instruída e governada" (Vita, 117r-118r), alimentada sobretudo pela oração constante e pela Santa Comunhão, recebida diariamente, algo que não era comum no seu tempo. Somente muitos anos mais tarde o Senhor lhe deu um sacerdote que cuidasse de sua alma.

Catarina sempre foi relutante no confidenciar e manifestar a sua experiência de comunhão mística com Deus, sobretudo pela profunda humildade que experimentava frente às graças do Senhor. Somente a perspectiva de dar-Lhe glória e poder beneficiar o caminho espiritual de outros a levou a narrar aquilo que aconteceu com ela, a partir do momento da sua conversão, que é a sua experiência originária e fundamental. O local da sua ascensão aos vértices místicos foi o hospital de Pammatone, o maior complexo hospitalar genovês, do qual foi diretora e animadora. Ali, Catarina vive uma existência totalmente ativa, apesar dessa profundidade de sua vida interior. Em Pammatone, vai-se formando em torno a ela um grupo de seguidores, discípulos e colaboradores, fascinados por sua vida de fé e por sua caridade. O próprio marido, Giuliano Adorno, ali foi conquistado a deixar a sua vida dissipada, tornando-se terciário franciscano e transferindo-se ao hospital para dar o seu auxílio à mulher. O empenho de Catarina na cura dos doentes segue até o fim de seu caminho terreno, em 15 de setembro de 1510. Da conversão à morte não houve eventos extraordinários, mas dois elementos caracterizaram toda a sua existência: de um lado, a experiência mística, isto é, a profunda união com Deus, sentida como uma união esponsal, e, de outro, a assistência aos doentes, a organização do hospital, o serviço ao próximo, especialmente os mais necessitados e abandonados. Esses dois pólos – Deus e o próximo – preencheram totalmente a sua vida, transcorrida praticamente no interior dos muros do hospital.

Queridos amigos, não devemos nunca esquecer que, quanto mais amamos a Deus e somos constantes na oração, tanto mais conseguiremos amar verdadeiramente quem está ao nosso redor, quem nos é próximo, porque seremos capazes de ver em toda a pessoa o rosto do Senhor, que ama sem limites e distinções. A mística não cria distância com o outro, não cria uma vida abstrata, mas, mais que tudo, aproxima do outro, porque se começa a ver e agir com os olhos, com o coração de Deus.

O pensamento de Catarina sobre o purgatório, pelo qual é particularmente conhecida, é condensado nas últimas duas partes do livro citado no início: o Trattato sobre o purgatório e o Dialogo tra l’anima e il corpo [Diálogo entre a alma e o corpo]. É importante observar que Catarina, na sua experiência mística, nunca teve revelações específicas sobre o purgatório ou sobre almas que ali estão se purificando. Todavia, nos escritos inspirados de nossa Santa, é um elemento central e o modo de descrevê-lo tem características originais com relação à sua época. O primeiro traço original diz respeito ao "lugar" da purificação das almas. Em seu tempo, era representado principalmente com o recurso a imagens ligadas ao espaço: pensava-se em um certo espaço, onde se encontraria o purgatório. Em Catarina, ao contrário, o purgatório não é apresentado como um elemento de paisagem das vísceras da terra: é um fogo não exterior, mas interior. Esse é o purgatório, um fogo interior. A Santa fala do caminho de purificação da alma rumo à comunhão plena com Deus, partindo da própria experiência de profunda dor pelos pecados cometidos, em contraste com o infinito amor de Deus (cf. Vita mirabile, 171v). Sentimos no momento da conversão, onde Catarina sente de repente a bondade de Deus, a distância infinita da sua vida dessa bondade e um fogo queimando dentro de si mesma. E esse é o fogo que purifica, é o fogo interior do purgatório. Também aqui há um traço original com relação ao pensamento daquele tempo. Não se parte, de fato, do além para contar os tormentos do purgatório – como era usual naquele tempo e talvez ainda hoje – e depois indicar a via para a purificação ou a conversão, mas a nossa Santa parte da experiência exatamente interior da sua vida em caminho rumo à eternidade. A alma – diz Catarina – apresenta-se a Deus ainda ligada aos desejos e às penas que derivam do pecado, e isso torna impossível gozar da visão beatífica de Deus. Catarina afirma que Deus é tão puro e santo que a alma com as manchas do pecado não pode encontrar-se na presença da divina majestade (cf. Vita mirabile, 177r). E também nós sentimos o quanto estamos distantes, o quanto estamos cheios de tantas coisas, a ponto de não poder ver a Deus. A alma é consciente do imenso amor e da perfeita justiça de Deus e, por consequência, sofre por não ter respondido de modo correto e perfeito a tal amor, e exatamente o próprio amor a Deus torna-se chama, o amor mesmo a purifica das suas escórias do pecado.

Em Catarina, vemos a presença de fontes teológicas e místicas às quais era normal chegar em sua época. Em particular, encontra-se uma imagem típica de Dionísio, o Areopagita, aquela, qual seja, do fio de ouro que vincula o coração humano com Deus mesmo. Quando Deus purificou o homem, ele o liga com um sutilíssimo fio de ouro, que é o seu amor, e o atrai a si com um afeto tão forte que o homem fica como "superado e vencido e tudo foge de si". Assim, o coração do homem é invadido pelo amor de Deus, que se torna o único guia, o único motor da sua existência (cf. Vita mirabile, 246rv). Essa situação de elevação a Deus e de abandono à sua vontade, expressa na imagem do fio, é utilizada por Catarina para expressar a ação da luz divina sobre as almas do purgatório, luz que as purifica e eleva aos esplendores dos raios fulgurantes de Deus (cf. Vita mirabile, 179r).

Queridos amigos, os Santos, na sua experiência de união com Deus, alcançam um "saber" tão profundo dos mistérios divinos, no qual amor e conhecimento se compenetram, que são auxílio aos próprios teólogos no seu empenho de estudo, de intelligentia fidei, de intelligentia dos mistérios da fé, de aprofundamento real dos mistérios, por exemplo, de o que seja o purgatório.

Com a sua vida, santa Catarina ensina-nos que quanto mais amamos a Deus e entramos em intimidade com Ele na oração, tanto mais Ele se faz conhecer e acende o nosso coração com o seu amor. Escrevendo sobre o purgatório, a Santa recorda-nos uma verdade fundamental da fé que se torna, para nós, convite a rezar pelos defuntos, a fim de que possam chegar à visão beatífica de Deus na comunhão dos santos (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1032). O serviço humilde, fiel e generoso que a Santa prestou por toda a sua vida no hospital de Pammatone, pois, é um luminoso exemplo de caridade para todos e um encorajamento especialmente para as mulheres que dão uma contribuição fundamental à sociedade e à Igreja com a sua obra preciosa, enriquecida pela sua sensibilidade e atenção com os mais pobres e mais necessitados. Obrigado.

Dom Murilo Krieger é o novo Arcebispo de São Salvador da Bahia


12 de janeiro de 2011:
Dom Murilo S.R. Krieger
foi nomeado pelo Papa Bento XVI
Arcebispo de São Salvador da Bahia

1. A Nomeação

O Santo Padre Bento XVI, acolhendo o pedido de renúncia apresentado pelo Eminentíssimo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, nomeou Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia o Excelentíssimo Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, transferindo-o da Arquidiocese de Florianópolis – SC.

A notícia foi publicada no jornal “L’Osservatore Romano” deste dia 12 de janeiro de 2011 e pela Rádio Vaticano, às 12h (horário de Roma – Itália).

2. A Arquidiocese de São Salvador da Bahia
http://www.arquidiocesesalvador.org.br/

Dados Históricos

• A Diocese de São Salvador da Bahia foi criada a 25 de fevereiro de 1551, pelo Papa Júlio III. Por ser a primeira Diocese criada no Brasil – mais tarde, elevada à Arquidiocese – tem o título de “Arquidiocese Primaz do Brasil”.
• A 16 de novembro de 1676, o Papa Inocêncio XI a elevou à Arquidiocese.
• Seu primeiro Bispo foi Dom Pedro Fernando Sardinha (1552-1556). Enquanto Diocese, São Salvador da Bahia teve 8 bispos. Desde que é Arquidiocese, já teve 26 Arcebispos. Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, 27º Arcebispo, sucederá ao Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo (1999-2011).
• Título da Catedral: Catedral Metropolitana Basílica Primacial de São Salvador – Transfiguração do Senhor (1549)

Dados da Arquidiocese

Superfície: 2.718km2
População: 3.247.278 habitantes
Católicos: 2.208.149
Paróquias: 106
Sacerdotes: 175
Seminaristas: 49
Religiosos: 208
Religiosas: 624

Municípios (15) que pertencem à Arquidiocese de São Salvador da Bahia: Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Itaparica, Lauro de Freitas, Maragogipe, Muritiba, Salinas da Margarida, Salvador, Santo Amaro, São Félix, Sapeaçu, Saubara e Vera Cruz.

3. Posse de Dom Murilo como Arcebispo de São Salvador da Bahia

A posse de Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, como Arcebispo de São Salvador da Bahia, está marcada para o dia 25 de março de 2011.

4. Dados biográficos de Dom Murilo S.R. Krieger, SCJ

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger é catarinense, da cidade de Brusque, onde nasceu a 19 de setembro de 1943.

• É o sexto filho de nove irmãos. Seus pais (Oscar e Olga) e quatro irmãos já faleceram.
• Ainda criança, sentiu o desejo de ser sacerdote.
• Aos catorze anos, entrou no Seminário de Corupá - SC, da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos).
• Em 1964 ingressou nessa Congregação e iniciou o curso de Filosofia em sua cidade natal. Os estudos de teologia foram na cidade de Taubaté - SP (1966-1969).
• Foi ordenado sacerdote por Dom Afonso Niehues, então Arcebispo de Florianópolis, a 7 de dezembro de 1969, em Brusque - SC.
• O início de seu ministério pastoral foi em Taubaté, onde trabalhou na Paróquia Sagrado Coração de Jesus (1970) e fundou o Movimento Shalom, para jovens. De 1974 a 1979, foi Reitor do Instituto Teológico S.C.J., de Taubaté.
• Em 1980, estudou Espiritualidade, em Roma.
• Nomeado Superior Provincial de sua Congregação, exerceu essa função de 1981 até 1985.
• Em 1985, foi nomeado pelo Papa João Paulo II Bispo Auxiliar de Florianópolis.
• Sua ordenação episcopal aconteceu em Brusque, dia 28 de abril de 1985, presidida por Dom Afonso Niehues, o mesmo que o ordenara sacerdote quinze anos antes.
• Escolheu como lema episcopal: “Deus caritas est” (“Deus é amor”) (1Jo 4,16).
• Em 1991, foi nomeado pelo Papa João Paulo II Bispo de Ponta Grossa – PR, tendo assumido aquela Diocese dia 22 de julho de 1991.
• Seis anos depois, no dia 11 de julho de 1997, assumiu a Arquidiocese de Maringá – PR, onde ficou durante cinco anos.
• Nomeado Arcebispo de Florianópolis pelo Papa João Paulo II, assumiu esta Arquidiocese dia 27 de abril de 2002. Em 2006, organizou o 15º Congresso Eucarístico Nacional.
• Dia 12 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo de São Salvador da Bahia.
• Sua posse nesta Arquidiocese está marcada para o dia 25 de março de 2011.

Escreve mensalmente para as revistas “Mensageiro do Coração de Jesus” e “Brasil Cristão”. Tem um programa – “Anunciamos Jesus” - na TV Século XXI. É autor de vários livros, entre eles: O Primeiro, o Último, o Único Natal (Loyola); Com Maria, a Mãe de Jesus (Paulinas); Um mês com Maria (Paulinas); Anunciai a Boa Nova (Canção Nova).

5. Boletim do Vaticano

RINUNCIA DELL’ARCIVESCOVO DI SÃO SALVADOR DA BAHIA (BRASILE) E NOMINA DEL SUCCESSORE

Il Santo Padre Benedetto XVI ha accettato la rinuncia al governo pastorale dell`arcidiocesi di São Salvador da Bahia (Brasile), presentata da S. Em.za Rev.ma il Signor Cardinale Geraldo Majella Agnelo, in conformità al can. 401 § 1 del Codice di Diritto Canonico.

Il Papa ha nominato Arcivescovo Metropolita di São Salvador da Bahia (Brasile) S.E. Mons. Murilo Sebastião Ramos Krieger, S.C.I., finora Arcivescovo di Florianópolis.

S.E. Mons. Murilo Sebastião Ramos Krieger, S.C.I.

S.E. Mons. Krieger è nato il 19 settembre 1943 in Brusque, nell`arcidiocesi di Florianópolis (Brasile). È entrato nel seminario della Congregazione del Sacro Cuore di Gesù, dove ha frequentato gli studi di primo e secondo grado. Ha completato gli studi di Filosofia nel convento della sua Congregazione a Brusque e quello di Teologia in Taubaté. Ha conseguito anche la licenza in Spiritualità a Roma ed ha frequentato alcuni corsi universitari in Brasile.

Il 2 febbraio 1967 ha emesso la professione perpetua nella Congregazione dei Sacerdoti del Sacro Cuore di Gesù e il 7 dicembre 1969 ha ricevuto l`ordinazione sacerdotale. È stato Vice-Parroco in Taubaté, Superiore dello Scolasticato Dehoniano e, successivamente, Rettore dell`Istituto Teologico Dehoniano in quella medesima città, nonché Superiore Provinciale della Provincia brasiliana meridionale della sua Congregazione.

Il 16 febbraio 1985 è stato eletto alla sede titolare di Lisinia, come Vescovo Ausiliare di Florianópolis; il 28 aprile successivo ha ricevuto la consacrazione episcopale.

L`8 maggio 1991 è stato trasferito alla sede residenziale di Ponta Grossa, nello Stato di Paraná.

Il 7 maggio 1997 è stato promosso Arcivescovo di Maringá, sempre nello Stato di Paraná.

Il 20 febbraio 2002 è stato trasferito alla Sede arcivescovile metropolitana di Florianópolis, nello Stato di Santa Catarina.

[00053-01.01]

Retirado de: Site da Arquidiocese de Florianópolis

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

As orações apologéticas na Missa


Um silêncio que contempla e adora


A Sagrada Liturgia, que o Concílio Vaticano II qualifica como a ação sacerdotal de Cristo e, portanto, fonte e cume da vida eclesial, não pode ser reduzida jamais a uma mera realidade estética, nem pode ser considerada como um instrumento com fins meramente pedagógicos ou ecumênicos. A celebração dos santos mistérios é, sobretudo, ação de louvor à soberana majestade de Deus, Uno e Trino, e expressão querida pelo próprio Deus. Com ela, o homem, pessoal e comunitariamente, apresenta-se diante d’Ele para agradecer, consciente de que seu próprio ser não pode alcançar sua plenitude sem louvá-lo e cumprir sua vontade, na constante busca do Reino que já está presente, mas que virá definitivamente no dia da parusia do Senhor Jesus [1].

A partir desta perspectiva, está claro que a direção de toda ação litúrgica – que é a mesma tanto para o sacerdote como para os fiéis – se dirige ao Senhor: ao Pai, através de Cristo, no Espírito Santo. Por isso, “sacerdote e povo certamente não rezam um ao outro, mas ao único Senhor” [2]. Trata-se de viver constantemente conversi ad Dominum, orientados ao Senhor, que implica na conversio, isto é, dirigir nossa alma a Jesus Cristo e, dessa forma, ao Deus vivente, à luz verdadeira [3].

Desse modo, a celebração litúrgica é um ato da virtude da religião que, coerentemente com sua natureza, deve se caracterizar por um profundo senso do sagrado. Nela, o homem e a comunidade devem ser conscientes de que vivem um encontro, em particular, diante d’Aquele que é três vezes Santo e Transcendente. Daí que “um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem nos fiéis seja sem dúvida o crescimento neles do senso do mistério de Deus presente entre nós” [4].

A atitude apropriada na celebração litúrgica não pode ser outra a não ser uma atitude impregnada de reverência e senso de estupor, que brota do saber-se na presença da majestade de Deus. Não era isso, por acaso, o que Deus queria expressar quando ordenou a Moisés que tirasse as sandálias diante da sarça ardente? Não nascia desta consciência, por acaso, a atitude de Moisés e de Elias, que não ousaram olhar para Deus face a face? [5]

Neste contexto, entendem-se melhor as palavras do Cânon II da Santa Missa, que definem perfeitamente a essência do ministério sacerdotal: astare coram te et tibi ministrare. Assim, pois, são duas as tarefas que definem a essência do ministério sacerdotal: “estar na presença do Senhor” e “servir em tua presença”. O Santo Padre Bento XVI, comentando esta segunda tarefa, apontava que o termo “serviço” é adotado fundamentalmente para referir-se ao serviço litúrgico. Este implica em muitas dimensões e, entre outras, indicava a proximidade, a familiaridade. Concretamente, comentava: “Ninguém está tão perto do seu senhor como o servidor que tem acesso à dimensão mais privada da sua vida. Neste sentido, ‘servir’ significa proximidade, requer familiaridade. Esta familiaridade compreende também um perigo: o de que o sagrado com que temos contato contínuo se converta para nós em costume. Assim se apaga o temor reverencial. Condicionados por todos os costumes, já não percebemos a grande, nova e surpreendente realidade: Ele mesmo está presente, fala-nos e se entrega a nós. Contra esse acostumar-se à realidade extraordinária, contra a indiferença do coração devemos lutar sem tréguas, reconhecendo sempre nossa insuficiência e a graça que envolve o fato de que Ele se entrega assim em nossas mãos” [6].

Frente a toda celebração litúrgica, mas de forma especial na Eucaristia – memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, pelo qual se faz realmente presente este acontecimento central de salvação e se realiza a obra da nossa redenção – temos de colocar-nos em adoração diante deste mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. O que mais Jesus poderia fazer por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia Ele nos mostra um amor que chega “até o extremo” (Jo 13, 1), um amor que não conhece medida [7]. Diante desta realidade extraordinária, permanecemos atônitos e aturdidos: com quanta condescendência humilde Deus quis se unir ao homem! Se dentro de poucas semanas nos comoveremos diante do presépio, contemplando a encarnação do Verbo, o que podemos sentir diante do altar, onde Cristo faz presente no tempo seu sacrifício mediante as pobres mãos do sacerdote? Cabe somente ajoelhar-se e adorar em silêncio este grande mistério de fé [8].

Consequência lógica do que foi dito é que o Povo de Deus precisa ver, nos sacerdotes e nos diáconos, um comportamento repleto de reverência e de dignidade, que seja capaz de ajudá-lo a aprofundar nas coisas invisíveis, inclusive sem muitas palavras e explicações. No Missal Romano, denominado de São Pio V, assim como em diversas liturgias orientais, encontram-se orações belíssimas, com as quais o sacerdote expressa o mais profundo sentimento de humildade e de reverência diante dos santos mistérios: revelam a própria substância de qualquer liturgia [9]. Estas orações presentes no Missal Romano, que em sua edição de 1962 é o missal próprio da forma extraordinária, foram recolhidas em parte no Missal Romano promulgado depois do Concílio Vaticano II e se denominam tradicionalmente “apologias”.

A estas orações se refere a Institutio Generalis Missalis Romani (Instituição Geral do Missal Romano) em seu número 33. Depois de referir-se às orações que o sacerdote, como celebrante, pronuncia em nome da Igreja, afirma que outras vezes, quando reza, “o faz somente em seu nome,para poder cumprir seu ministério com maior atenção e piedade. Assim, as orações propostas antes da leitura do Evangelho, na preparação dos dons, assim como antes e depois da Comunhão, são ditas em segredo”.

Dessa maneira, estas breves fórmulas rezadas em silêncio convidam o sacerdote a personalizarinterioriza e se compreende a estrutura litúrgica e as palavras da liturgia, é possível entrar em consonância interior com ela. Quando isso acontece, o sacerdote celebrante já não somente fala com Deus como uma pessoa individual, mas entra no “nós” da Igreja que ora.

Se a celebração é oração e colóquio com Deus, de Deus conosco e nosso com Deus, transforma-se o próprio “eu” do celebrante, que entra no “nós” da Igreja. Enriquece-se e se amplia o “eu”, orando com a Igreja, com suas palavras, e se estabelece realmente um colóquio com Deus. Assim, celebrar é realmente celebrar “com” a Igreja: o coração se engrandece e está “com” a Igreja em colóquio com Deus. Neste processo, as orações apologéticas e o silêncio contemplativo e adorante que produzem são um elemento essencial; por isso, fazem parte da estrutura da Celebração Eucarística há mais de mil anos.

Em segundo lugar, no caminho rumo ao Senhor, percebemos a nossa própria indignidade. Torna-se necessário pedir ao longo da celebração que o próprio Deus nos transforme e aceite que participemos desta ação de Deus que configura a liturgia. De fato, o espírito de conversão contínua é uma das condições pessoais que torna possível a actuosa participatio dos fiéis e do próprio sacerdote celebrante. “Não se pode esperar uma participação ativa na liturgia eucarística quando se assiste a ela superficialmente, sem antes examinar a própria vida” [10].

O recolhimento e o silêncio antes e durante a celebração se situam neste contexto e facilitam que seja realidade a premissa “um coração reconciliado com Deus permite a verdadeira participação” [11]. Daí que seja claro que as orações apologéticas desempenham um papel importante na celebração.

Por exemplo, as orações apologéticas Munda cor meum, recitada antes da proclamação do Evangelho, ou In spiritu humilitatis, prévia ao lavabo depois da apresentação das oferendas, permitem ao sacerdote que as reza tomar consciência da realidade da sua indignidade e, ao mesmo tempo, da grandeza da sua missão. “O sacerdote é servidor e tem de esforçar-se continuamente por se sinal que, como dócil instrumento em suas mãos, refere-se a Cristo” [12]. O silêncio e os gestos de piedade e recolhimento do celebrante também movem os fiéis que participam da celebração a perceberem a necessidade de preparar-se, de converter-se, dada a importância do momento em que se encontram na celebração: antes da leitura do Evangelho, no início iminente da oração Eucarística.

Por outro lado, as apologias Per huius aquae et vini durante o Ofertório ou Quod ore sumpsimus Domine durante a purificação dos vasos sagrados, enquadram-se perfeitamente neste desejo de ser introduzidos e transformados em e pela ação divina. Uma e outra vez, temos de trazer à nossa mente e coração que a liturgia eucarística é ação de Deus que nos une a Jesus através do seu Espírito [13]. Estas duas apologias, às quais nos referimos, encaminham nossa existência rumo à Encarnação e à Ressurreição. E, na verdade, constituem um elemento que favorece a realização desse desejo da Igreja: que os fiéis não fiquem assistindo ao mistério de fé como estranhos e mudos expectadores, mas que agradeçam a Deus e aprendam a oferecer-se a Cristo [14].

Não nos parece atrevido afirmar que as apologias também desempenham um papel de primeira linha na hora de “recordar” o ministro ordenado que ele “desempenha o papel do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se é assimilado ao Sumo Sacerdote, pela consagração sacerdotal recebida, então goza da faculdade de agir pelo poder do próprio Cristo, a quem representa (virtute ac persona ipsius Christi)” [15].

Ao mesmo tempo, estas orações recordam ao sacerdote que, por ser ministro ordenado, é “o vínculo sacramental que une a ação litúrgica ao que disseram e realizaram os apóstolos e, por eles, o que disse e realizou Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos” [16]. As orações ditas pelo celebrante em segredo constituem, por isso, um meio extraordinário para unir uns aos outros, formar uma comunidade que é “liturga” e que participa inteira orientada a Deus por Jesus Cristo.

Uma das apologias, conservada no atual Ordo Missae, plasma perfeitamente o que estamos dizendo: Domine Iesu Christe Fili Dei vivi qui ex voluntate Patris cooperante Spiritu Sancto per mortem tuam mundum vivificasti (“Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai, cooperando com o Espírito Santo, com a vossa morte destes a vida ao mundo”). De fato, as orações que o sacerdote reza em segredo – e esta concretamente – podem ajudar de modo eficaz – a sacerdotes e fiéis – a alcançar a clara consciência de que a liturgia é obra da Santíssima Trindade. “A oração e a oferenda da Igreja são inseparáveis da oração e da oferenda de Cristo, sua Cabeça. Trata-se sempre do culto de Cristo em e pela sua Igreja” [17].

Assim, pois, as apologias, há mais de mil anos, configuram-se como simples fórmulas acrisoladas pela história, repletas de conteúdo teológico, que permitem ao sacerdote quando as reza, e ao povo fiel que participa vivendo o silêncio, perceber o mistério de fé do qual participam e assim unir-se a Cristo e reconhecê-lo como Deus, irmão e amigo.

Por estes motivos, temos de alegrar-nos pelo fato de que, apesar da reforma litúrgica pós-conciliar ter reduzido drasticamente seu número e retocado notavelmente o texto destas orações, elas continuam estando presentes também no Ordinário da Missa mais recente. É um convite aos sacerdotes a não descuidarem destas orações durante a celebração, assim como a não transformá-las de orações do sacerdote a orações de toda a assembleia, lendo-as em voz alta como as demais orações. As orações apologéticas se baseiam e expressam uma teologia diferente e complementar à que constitui o pano de fundo das demais orações. Esta teologia se manifesta na maneira silenciosa e reverente com que são rezadas pelo sacerdote e acompanhadas pelos demais fiéis.
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Notas

[1] João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (21.IX.2001)

[2] J. Ratzinger, Prefácio ao primeiro volume dos meus escritos.

[3] Cf. Bento XVI, Homilia na Vigília Pascal, 22.III.2008.

[4] Bento XVI, Ex. apost. post.Sacramentum caritatis, n. 65.

[5] Cf. João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (21.IX.2001)

[6] Bento XVI, Homilia Missa Crismal, 20.III.2008.

[7] João Paulo II, .Carta enc.Ecclesia de Eucharistia, 11.

[8] João Paulo II,Carta aos sacerdotes na Quinta-Feira Santa 2004.

[9] Cf. João Paulo II, Mensagem à Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (21.IX.2001)

[10] Bento XVI, Ex. apost. post.Sacramentum caritatis, n. 55.

[11] Idem.

[12] Bento XVI, Ex. apost. post.Sacramentum caritatis, n 23.

[13] Cf. Bento XVI, Ex. apost. post.Sacramentum caritatis, n. 37.

[14] Cf. Const.Sacrosanctum Concilium, 48.

[15] Pio XII, Carta encíclica Mediator Dei cit. no Catecismo da Igreja Católica, 1548.

[16] Catecismo da Igreja Católica, 1120.

[17] Catecismo da Igreja Católica, 1553.

Retirado de: Sancta Missa Portugal

Papa batiza crianças na Festa do Batismo de Jesus


No atual contexto social de rápidas transformações culturais, é necessário, mais do que nunca, que as paróquias apoiem as famílias, pequenas igrejas domésticas, na missão de educar para a fé”: advertiu o Papa Bento XVI, na homilia da Missa celebrada na Capela Sistina, neste domingo, 9, Festa do Batismo do Senhor, durante a qual batizou 21 crianças, filhas de funcionários do Estado do Vaticano.


Ao observar que para as crianças agora batizadas tem início “um caminho de santidade e de intimidade com Jesus, uma realidade em que nelas é depositada como a semente de uma árvore esplêndida”, o Papa reconheceu que será, sem dúvida, necessária uma adesão livre e consciente a esta vida de fé e de amor.


“Para tal, é necessário que, depois do batismo, [as crianças] sejam educadas na fé, instruídas segundo a sabedoria da Sagrada Escritura e os ensinamentos, para que nelas cresça o gérmen da fé que hoje recebem e possam alcançar a plena maturidade em Cristo”, complementou.

Ainda na primeira parte da homilia, Bento XVI comentou o Evangelho do batismo de Jesus no Rio Jordão, fazendo notar que se tratava de um sinal de penitência e chamado à conversão. "Embora designado como 'batismo', não tinha o valor sacramental do nosso rito batismal, pois, só com a sua morte e ressurreição, Jesus instituiu os Sacramentos, fazendo nascer a Igreja", esclarece.

"Ao se deixar ser batizado por João Batista, Jesus se inlcina, fazendo-se um de nós", elucida o Santo Padre, ao ressaltar que o batismo de Jesus entra na "lógica da humildade": "Ele, sem pecado, deixa-se tratar como pecador, para carregar nos seus ombros o peso do pecado de toda a humanidade, isto para estabelecer plena comunhão com a humanidade, no desejo de realizar uma verdadeira solidariedade com o homem e com a sua condição”.

Papa faz doação para auxiliar na reconstrução do Haiti


O Papa Bento XVI enviará uma mensagem e auxílio econômico de US$ 1.200.000 ao Haiti. O presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, é o emissário do Pontífice.


A visita do Cardeal vai desta segunda-feira, 10, até quinta-feira, 13, segundo informou hoje o Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

A população daquele país da América Central foi gravemente atingida por um forte terremoto há um ano, em 12 de janeiro de 2010, que resultou em cerca de 250 mil mortos e deixou um milhão de desabrigados.

A visita terá também o objetivo de agradecer a todos aqueles que trabalharam no imenso trabalho da fase de emergência e renovar o compromisso da Igreja na reconstrução, pedindo uma nova fase de empenho caritativo.

Em julho do ano passado, o Pontífice já havia doado US$ 250.000,00 para o início do projeto de reconstrução da escola São Francisco de Sales, que fica na cidade de Porto Príncipe, capital do país. Na ocasião, o valor foi doado pelo então presidente do Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes, 76, que apresentou renúncia e foi substituído por Sarah, 65, em 7 de outubro de 2010.

Retirado: Canção Nova

sábado, 8 de janeiro de 2011

Falece Bispo emérito de Anápolis, Dom Manoel Pestana

O Bispo emérito de Anápolis (GO), Dom Manoel Pestana Filho, faleceu neste sábado, 8, em Santos.

O seu corpo será transladado para Anápolis no domingo, 9, e será velado na Catedral do Bom Jesus.

Saiba mais sobre Dom Manoel

Nascimento: 27 de abril de 1928, em Santos (SP).
Ordenação Sacerdotal: 05 de outubro de 1952, em Roma (Itália).
Nomeação Episcopal: 30 de novembro de 1978.
Sagração: 18 de fevereiro de 1979, em Santos - SP.
Tomada de Posse: 11 de março de 1979.
Bispo Emérito: 09 de junho de 2004.
Lema: "In Te Projectus"

Ex-bispo anglicano espera emocionado sua ordenação como sacerdote católico

Por: ACI Digital

O ex-bispo anglicano, John Broadhurst, assinalou que espera o dia de sua ordenação como sacerdote católico no próximo 15 de janeiro com "emoção e trepidação" dedicando-se ao estudo do direito canônico da Igreja em que foi recebido no primeiro dia de 2011.


Em entrevista telefônica concedida ao grupo ACI este 5 de janeiro, Broadhurst comentou que esta quarta-feira "virtualmente revisamos todo o código". Suas aulas começaram no ano passado e seguirão inclusive depois de sua ordenação como presbítero católico.

Junto com este novo membro da Igreja Católica, outros dois ex-bispos anglicanos, Andrew Burnham e Keith Newton, renunciaram a essa denominação em 31 de dezembro para ingressar na Igreja Católica no dia 1 de janeiro deste ano em uma Missa na Catedral de Westminster.

Em sua opinião, o gesto do Papa Bento XVI através da constituição apostólica Anglicanorum coetibus -que estabelece o processo para que os anglicanos possam voltar para a comunhão com a Igreja Católica- é algo "que não tem precedentes".

"É uma forma completamente nova de lutar com os problemas das pessoas que estão fora da Igreja Católica e que desejam a reconciliação".

Em referência ao ordinariato –estrutura católica para os anglicanos conversos estabelecida pelo Papa– na Inglaterra e Gales, Broadhurst assinalou que "temos que pô-lo em marcha porque é uma tarefa transcendental". Também estimou que esta instituição permitirá que haja muitos mais conversos já que "há muitos interessados".

Broadhurst disse além disso que os anglicanos que estão ingressando na Igreja conhecem bem a doutrina católica e acha muito pouco provável que algo possa fazer que eles "decidam voltar".

"Acredito que não se pode assumir que os anglicanos da maioria de tradições não estejam familiarizados com o ensino da Igreja Católica quanto aos temas fundamentais. Quer dizer, não acredito que haja problemas com a fé. Não vejo que isso ocorra".

Ele e seus companheiros agora ex-anglicanos se aproximam de suas novas vidas como católicos "com emoção e trepidação".

Os três ex-bispos anglicanos serão ordenados diáconos no próximo 13 de janeiro e sacerdotes nos dia 15, conforme assinala um comunicado da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales. Adicionalmente, outros dois ex-bispos anglicanos retirados, Edwin Barnes e David Silk, serão ordenados "em seu devido momento".
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