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quarta-feira, 9 de março de 2011

Homilia do Santo Padre na Missa de Quarta-feira de Cinzas


Caros irmãos e irmãs,


Iniciamos, hoje, o tempo litúrgico da Quaresma com o sugestivo rito da imposição das cinzas, através do qual queremos assumir o empenho e converter o nosso coração em direção aos horizontes da graça. Em geral, na opinião comum, este tempo pode receber a conotação de tristeza. Ao invés disso, é um dom precioso de Deus, é tempo forte e denso de signifcados no caminho da Igreja, é o itinerário em direção à Páscoa do Senhor. As leituras bíblicas da celebração de hoje nos oferecem indicações para viver em plenitude esta experiência espiritual.

"Retorneis a mim com todo o coração" (Gl 2,12). Na primeira leitura, tirada do livro do profeta Joel, escutamos estas palavras com as quais Deus convida o povo hebraico a um arrependimento sincero e não supercial. Não se trata de uma conversão superficial e transitória, mas de um itinerário espiritual relacionado em profundidade às atitudes da consciência e supõe o sincero propósito de rever-se. O profeta toma como ponto de partida a chaga da invasão das tropas que se lançaram contra o povo destruindo as colheitas, para convidar a uma penitência interior, a lacerar o coração e não as vestes (cf. 2,13). Se trata, isto é, de colocar em ato uma atitude de conversão autentica a Deus, retornar a Ele, reconhecendo a sua santidade, a sua potência, a sua majestade. E esta conversão é possível porque Deus é rico em misericórdia e grande no amor.

A sua misericórdia regeneradora, que cria em nós um coração puro, renova no íntimo um espírito perseverante, restituindo-nos a alegria da salvação (cf. Sl 50,14). Deus, de fato, não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 33,11). Assim, o profeta Joel ordena, em nome do Senhor, que se crie um ambiente propício penitencial: necessita tocar a trombeta, convocar a assembleia e despertar as consciências.

O período quaresmal nos propõe este âmbito litúrgico e penitencial: um caminho de 40 dias, onde experimentamos, de modo eficaz, o amor misericordioso de Deus. Hoje ressoa para nós o apelo: “Retornem a mim com todo o coração”. Hoje somos nós os chamados a converter o nosso coração a Deus, conscientes sempre de não poder realizar a nossa conversão sozinhos, com as nossas próprias forças porque é Deus que nos converte. Ele nos oferece ainda o seu perdão, convidando-nos a voltar a Ele a fim que nos dê um coração novo, purificado do mal que o oprime, de modo que possamos participar da sua alegria. O nosso mundo tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo.

"Deixai-vos reconciliar com Deus" (2Cor 5,20). Na segunda leitura, São Paulo nos oferece um outro elemento no caminho da conversão. O apóstolo convida a retirar o olhar dele para voltar a atenção sobre aquele que o enviou e sobre o conteúdo da mensagem que leva: "Em nome de Cristo, portanto, somos embaixadores: por meio de nós é o próprio Deus que exorta. Vos suplicamos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus". Um embaixador repete aquilo que ouviu pronunciar do seu Senhor e fala com a autoridade dentro dos limites que recebeu. Quem desenvolve a tarefa de embaixador não deve lançar o interesse sobre si mesmo, mas deve colocar-se a serviço da mensagem que deve ser transmitida e de quem o mandou.

Assim, age São Paulo ao absorver o seu ministério de pregador da Palavra de Deus e de apóstolo de Jesus Cristo. Ele não se esquiva diante da missão recebida, mas a absorve com total dedicação, convidando a abrir-se a graça, a deixar que Deus nos converta: “Porque somos seus colaboradores, - escreve - vos exortamos a não acolher em vão a graça de Deus" (2 Cor 6,1). O apelo de Cristo à conversão, nos diz o Catecismo da Igreja Católica, continua a ressoar na vida dos cristãos (...); é um compromisso contínuo para toda a Igreja que compreende no seu seio os pecadores e que, santa junto e sempre necessitada de purificação, incessantemente se aplica à penitência e a sua renovação. Este esforço de conversão não é somente uma obra humana. É o dinamismo do coração contrito (Sl 51,19), atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou primeiro (CIC 1428).

São Paulo fala aos cristão de Corinto, mas através deles espera voltar-se a todos os homens. Todos de fato, tem necessidade da graça de Deus, que ilumine a mente e o coração. O apóstolo reforça: "Eis agora o momento favorável, eis o dia da salvação!" (2 Cor 6,2). Todos podem abrir-se a ação de Deus, ao seu amor. Com o nosso testemunho evangélico, nós cristãos devemos ser uma mensagem viva, mais ainda, em muitos casos somos o único evangelho que os homens de hoje ainda leem . Eis a nossa responsabilidade diante do exemplo de São Paulo, eis um motivo a mais para viver bem a quaresma: oferecer o testemunho da fé vivida em um mundo em dificuldade que tem necessidade de retornar a Deus, que tem necessidade de conversão. “Procurem pelo praticar da vossa justiça diante dos homens para serem admirados por eles" (Mt 6,1).

Jesus, no Evangelho de hoje, relê as três obras fundamentais de piedade previstas na lei mosaica. A esmola, a oração e o jejum caracterizam o hebreu observador da lei. No decorrer do tempo, estas prescrições foram ligadas ao formalismo exterior ou, por assim dizer, se transformaram em sinal de superioridade. Jesus coloca em evidência, nestas três obras de piedade, uma tentação comum. Quando se cumpre qualquer coisa boa, quase instintivamente nasce o desejo de ser estimados e admirados pela boa ação, de ter uma satisfação. E isto, de uma parte nos fecha em nós mesmos, de outra parte, nos leva fora de nós mesmos porque desta forma viveremos projetados em direção aquilo que os outros pensam de nós e admiram em nós. Ao repropor estas precrições, o Senhor Jesus não nos pede um respeito formal a uma lei exterior ao homem, imposta por um legislador severo com um fardo pesado, mas convida a redescobrir estas três obras de piedade, vivendo-as de modo mais profundo, não por amor próprio, mas por amor de Deus, como meios no caminho de conversão a Ele. Esmola, oração e jejum: é o tratado da pedagogia divina que nos acompanha, não somente na Quaresma, mas em direção ao encontro com o Senhor ressucitado. Um tratado a percorrer sem ostentação, na certeza que o Pai celeste sabe ler e ver também no segredo do nosso coração.

Caros irmãos e irmãs, iniciamos confiantes e alegres o itinerário quaresmal. Quarenta dias nos separam da Páscoa. Este tempo forte do ano litúrgico é um temp propício que nos é doado para esperar, com maior empenho, a nossa conversão, para intensificar a escuta da Palavra de Deus, a oração e a penitência, abrindo o coração a dócil acolhida da vontade divina para uma prática mais generosa da mortificação, graças a qual andaremos mais largamente em direção ao próximo necessitado: um itinerário espiritual que nos prepara a reviver o Mistério Pascal.

Maria, nossa guia no caminho quaresmal, nos conduza a um conhecimento sempre mais profundo de Cristo morto e ressuscitado, nos ajude na batalha espiritual contra o pecado e nos apóie para clamarmos em alta voz: "Converte-nos, ó Deus, nossa salvação".

segunda-feira, 7 de março de 2011

O que é a Quaresma?


A quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.


A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esfoço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus.

Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

Significado dos 40 dias

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades.

A prática da Quaresma data do século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.

Ministro católico assassinado é um "mártir que deu sua vida pela fé"

De: ACI Digital

Logo depois da Missa de exéquias do ministro católico Shahbaz Bhatti, assassinado na quarta-feira no Paquistão por extremistas muçulmanos, o Arcebispo de Islamabad, Dom Anthony Rufin, disse que o funcionário "deu sua vida pela fé. Estou seguro de que a Igreja, seguindo seus tempos, o proclamará mártir".


Na homilia da Eucaristia que presidiu esta manhã, informa a agência vaticana Fides, o Prelado disse que Bhatti -assassinado a tiros por extremistas muçulmanos do Al Qaeda que dispararam nele durante dois minutos com armas automáticas ao sair de sua casa- "era um homem que seguiu o plano de Deus para sua vida, que fez sua vontade com fé, obediência e esperança".

Conforme informa a agência vaticana Fides, o Arcebispo recordou na Missa que celebrou na Igreja Nossa Senhora da Fátima de Islamabad, que Bhatti recebeu uma educação espiritual sólida e aprendeu a viver em harmonia com os muçulmanos, "com um grande diálogo de vida, e esse exemplo Bhatti o levou com ele como modelo em toda sua experiência de compromisso social e político".

Em seu serviço à comunidade do Paquistão, especialmente com os cristãos desde seu trabalho como ministro das minorias -bastante crítico com a Lei de Blasfêmia que os muçulmanos usam para perseguir os cristãos- "Bhatti cumpriu a vontade de Deus, uniu-se ao projeto de vida que o Senhor tinha para ele".

"Sempre me pedia que rezasse por ele, porque era consciente de que o compromisso no mundo, sem a ajuda do alto, é inútil e não pode dar fruto. O serviço na política, sem fazer referência à fé, é árido e está exposto ao maligno", concluiu o Prelado.

[...]

Logo depois das exéquias Shahbaz Bhatti foi enterrado no cemitério católico da aldeia.

domingo, 6 de março de 2011

Recuperar a fidelidade a Pedro


Uma das principais pragas que assolam a Igreja hoje é a falta de adesão (formal e emocional) para com o Papa. Em um contexto cultural que tenha elevado o homem para o centro de todas as coisas, e ninguém tem o direito de julgar sem misericórdia para com o Vigário de Cristo. É um jeito relativamente recente, mas sintomático do dano sofrido pela Igreja hoje.

Com o Primado de Pedro, Deus nos dá uma garantia de coesão e de confiança, que se mostra indispensável para a Igreja. Onde falta a autoridade do papa (que vemos agora com os anglicanos e luteranos), reina a desordem. Infelizmente existem aqueles que, de dentro da própria Igreja, trabalham para esse transtorno. Pretendem enfrentar a autoridade de Pedro, com os concílios, criticam o Magistério do Papa, como se tratasse de um programa político, etc. Todas essas são pequenas vitórias do mal, capaz de revestir-se de roupas eclesiais e criar uma divisão teológica para alcançar seus objetivos de divisão.

Obstáculos en Madrid a la Misa Gregoriana

Que el Cardenal Rouco Varela, Arzobispo de Madrid, no simpatiza con la Forma Extraordinaria es algo evidente. En Madrid puede oficiarse casi exclusivamente en el Monasterio de las Salesas, como si de una reserva india se tratara, pero que no "contamine" el resto de la archidiócesis. En esta misma web sufrimos -hace ya tiempo- el "ataque de pánico" de un párroco madrileño por habernos hecho eco de unas Misas con el Misal de 1962 celebradas en su parroquia. Nos conminó a retirar la noticia y suprimió abruptamente las Misas. Otros fieles han solicitado su celebración en otras iglesias de Madrid, y discretamente sus párrocos o rectores han declinado dando a entender que no desean problemas.

La Forma Extraordinaria sigue en Madrid exactamente bajo la misma situación que con el motu proprio Ecclesia Dei adflicta de Juan Pablo II, como si el motu proprio Summorum Pontificum de Benedicto XVI no hubiera existido. Ahora, la iglesia de San Manuel y San Benito, regentada por los agustinos, ha suspendido una celebración con la Forma Extraordinaria, al parecer por ingerencia del arzobispado.

Este clima hace temer que en la próxima Jornada Mundial de la Juventud, la Forma Extraordinaria del Rito Romano quede obstaculizada o minimizada. Pese a las buenas palabras al respecto, no hay forma de saber la iglesia en la que estas Misas serán celebradas, ni hay aún un servicio que atienda a los posibles peregrinos tradicionales. Evidentemente esta Forma se celebrará en Madrid, como se hizo en Colonia y en Sidney. Veremos si se organizan los actos con tiempo y publicidad suficiente, o si la Jornada de la Juventud reproduce la frialdad del arzobispado de Madrid para con esta forma litúrgica.

Fuente: Una Voce Málaga

Renovar a devoção ao Sagrado Coração


De: Zenit

Entrevista com organizador de congresso mundial, Pe. William Petrie

Pela primeira vez na história, um congresso mundial convidará ao berço da devoção ao Sagrado Coração para refletir sobre o amor de Deus e promover a civilização do amor nas famílias e nas sociedades.
ZENIT entrevistou o padre William Petrie, superior da Província do Leste da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e Maria nos Estados Unidos, um dos organizadores e expoentes do congresso.

O evento acontecerá em Paray-le-Monial, França, de 6 a 11 de outubro. Participarão expoentes como o cardeal Raymond Burke, prefeito da Assinatura Apostólica; o cardeal Justin Rigali, arcebispo de Filadélfia; o padre jesuíta Mitch Pacwa, apresentador da EWTN; Timothy O'Donnel, presidente do Christendom College; e Danny Abramowitz, ex-jogador da NFL.

O congresso tem como objetivo renovar a esperança no conhecimento do amor incondicional de Deus pela humanidade, em todo o mundo, através da promoção da amizade pessoal com Cristo, com foco nas famílias e na missão mundial de transmitir esta mensagem.

Estão disponíveis pacotes de viagem online, incluindo extensões para Paris, Lourdes, Lyon, Ars e Cluny, para facilitar a participação.

O padre Petrie explica a importância da devoção ao Sagrado Coração neste momento da história.

ZENIT: Qual é o propósito deste Congresso Mundial sobre o Sagrado Coração?
Padre Petrie: O padre Mateo Crawley-Boevey foi curado milagrosamente na Capela das Aparições, em Paray-le-Monial. Aí surgiu a inspiração de promover a entronização do Sagrado Coração em todos os lares do mundo. Em 1907, São Pio X mandou o padre Mateo realizar essa missão.

Nas celebrações do centenário do movimento de entronização, em 2007, foi desenvolvido um plano para continuar a missão do padre Mateo e atingir os cinco continentes nos dez anos seguintes, renovando esse movimento de entronização. O primeiro congresso mundial vai ser em Paray-le-Monial, que é onde surgiu essa inspiração. Vão ser formados os primeiros promotores, que ficarão disponíveis para dar informação nas dioceses e paróquias deles.

ZENIT: Qual é a mensagem do Sagrado Coração de Jesus que vocês querem enfatizar neste congresso mundial?

Padre Petrie: “Deus tanto amou o mundo que mandou seu Unigênito”. A imagem de Jesus com o Sagrado Coração exposto transmite o amor incondicional e a misericórdia de Deus. Entronizar a Imagem do Sagrado Coração de Jesus nas casas é um jeito de se comprometer oficialmente a ter Cristo como Cabeça do lar.

ZENIT: Por que é tão importante hoje destacar o Sagrado Coração de Jesus e o amor de Deus pela humanidade?

Padre Petrie: A história do mundo sempre foi uma história de divisões, de guerra e de perda de vidas por causa do ódio. O Sagrado Coração de Jesus é uma lembrança constante de como viver a vida segundo a grande lei do amor de Deus e do amor ao próximo. Essa amizade pessoal começa em casa. É a “Igreja Doméstica”.

É dentro da família que podemos crescer no amor por Deus e pelo próximo. Quem viveu a entronização em casa fala de graças recebidas que transformam, trazendo mudanças positivas e a conversão à Igreja.

ZENIT: As atividades do congresso incluem “formação na criação de uma civilização de amor”. O que isto significa?

Padre Petrie: É a preparação para a entronização do Sagrado Coração. É uma catequese que nos mostra a razão de fazer isso nos lares. Ajuda na criação de uma espiritualidade cristocêntrica, da vida baseada no amor de Deus, através da eucaristia, da oração e da preparação espiritual. Enfim, é simplesmente ir criando uma civilização de amor, família a família.

ZENIT: Que resultados são esperados do congresso?
Padre Petrie: Os participantes vão escutar os expoentes aprofundarem no entendimento do amor de Deus. O congresso cria uma atmosfera que vai motivar os futuros promotores que quiserem se envolver na entronização do Sagrado Coração na casa das pessoas.

Para os participantes, pode ser uma oportunidade para eles virarem mensageiros do amor de Deus, como é simbolizado no Coração Transpassado de Jesus e no Coração Imaculado de Maria. O primeiro congresso do Sagrado Coração é uma preparação para a realização desta missão, de chegar a todos os continentes com a mensagem do amor de Deus no lar.

Na internet: www.sacredheartapostolate.com

"Quem pode responder às inquietudes do coração?", reflete Papa.

Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho deste domingo apresenta a conclusão do "Sermão da Montanha", onde o Senhor Jesus, através da parábola das duas casas construídas uma sobre a rocha e outra sobre a areia, convida os discípulos a ouvirem a sua Palavra e colocá-la em prática (cf. Mt 7, 24). Desta forma, ele coloca o discípulo e seu caminho de fé no horizonte da Aliança, constituída na relação que Deus tece com o homem, através do dom de sua Palavra, entrando em diálogo conosco.

O Concílio Vaticano II afirma: "O Deus invisível no seu grande amor, fala com os homens como a amigos e se entretém com eles, e os convida a comunhão com Ele". (Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina "Dei Verbum", 2). Nesta perspectiva, todo o homem parece ser o destinatário da Palavra de Deus, interpelado e chamado a entrar neste diálogo de amor com uma livre resposta" (Exortação Apostólica Pós-Sinodal "Verbum Domini", 22). Jesus é a Palavra viva de Deus. Quando ensinava, as pessoas reconheciam em suas palavras a mesma autoridade divina, sentiam a proximidade do Senhor, o seu amor misericordioso, e louvavam a Deus. Em todas as idades e todos os lugares, aqueles que têm a graça de conhecer Jesus, especialmente através da leitura dos Santos Evangelhos, permanecem fascinados, reconhecendo que em sua pregação, seus gestos, em sua Pessoa, se revela o verdadeiro rosto de Deus, e ao mesmo tempo nos releva a nós mesmos, faz-nos sentir a alegria de ser filhos do Pai do céu, indicando-nos a base sólida sobre a qual construir nossas vidas.

Mas, muitas vezes, o homem não constrói suas ações, sua existência, sua identidade, e prefere as areias das ideologias, do poder, do sucesso e do dinheiro, esperando encontrar estabilidade e a resposta para a busca imensurável de felicidade e realização que carrega na própria alma.

E nós, sobre o que queremos construir em nossa vida? Quem pode responder verdadeiramente às inquietudes do nosso coração? Cristo é a rocha da nossa vida! Ele é a Palavra eterna e definitiva que não teme qualquer tipo de adversidade, dificuldade e necessidade (cf. "Verbum Domini", 10). Que a Palavra de Deus permeie toda a nossa vida, pensamento e ação, como proclama a primeira leitura da liturgia de hoje, a partir do livro do Deuteronômio: "Incuti estas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma; amarrai-as, como sinal, em vossas mãos e colocai-as como faixas sobre a testa" (Dt 11, 18). Queridos irmãos, peço-lhes para dar espaço, a cada dia, para a Palavra de Deus, a nutrirem-se dela e a meditarem-na constantemente. Ela é também uma preciosa ajuda para escapar de um ativismo superficial, que pode satisfazer por um momento o orgulho, mas que, no final, deixa um vazio e insatisfação.

Invocamos a ajuda da Virgem Maria, cuja existência foi marcada pela fidelidade à Palavra de Deus. A contemplamos na Anunciação, aos pés da Cruz, e agora, participante da glória de Cristo Ressuscitado. Como Ela, queremos renovar o nosso "sim" e confiar a Deus o nosso caminho.

Ordens menores e subdiaconato na FSSP





sexta-feira, 4 de março de 2011

Nossas Orações ao Santo Padre


Um incentivo para ser cumprido diariamente, é a oração pelo Santo Padre. Nosso Pastor universal necessita de nossas orações, pois é atacado por todos os lados por Satanás. Façamos a partir de hoje uma novena em honra ao Santo Padre o Papa Bento XVI que sofreu (sofre) tantos atentados morais, para que possa ser firme neste ministério Petrino, ministério que concede a sucessão do Apóstolo Pedro.

Depois de 1 Padre Nosso, 3 Ave Marias 1 Glória ao Pai, façamos a oração abaixo, e ofereçamos ao Papa. Que nos custa, retirar 5-10 minutos do nosso dia?Dia esse que tem 1440 minutos.

Pelo Santo Padre:

V/. Oremos pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI

R/. O Senhor o guarde, e o fortaleça, lhe dê a felicidade nesta terra, e não o abandone, a perversidade dos seus inimigos.

R/. Tu és Pedro!

V/. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.

Oremos:

Ó Deus, que escolhestes Vosso servo BENTO XVI sucessor do apóstolo Pedro, como pastor de todo o rebanho, atendei às súplicas do vosso povo. Concedei ao que faz as vezes do Cristo na Terra confirmar na fé seus irmão, para que toda a Igreja se mantenha em comunhão com ele, no vínculo da unidade, do amor e da paz, até que em Vós, pastor das almas, cheguemos todos à Verdade e à Vida Eterna. Por Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O QUE DIZ II VOLUME DE "JESUS DE NAZARÉ"



Em seu novo livro, a segunda parte de "Jesus de Nazaré", o Papa Bento XVI demonstra uma vez mais que o estudo científico das Sagradas Escrituras pode e deve estar sempre acompanhado de uma atitude orante que permita uma aprofundamento claro sobre os mistérios da vida do Senhor.

De maneira inesperada o Escritório de Imprensa do Vaticano e o L'Osservatore Romano deram a conhecer ontem alguns extratos do livro, uma semana antes da apresentação do texto, que será no Vaticano no dia 10 de março, e que trata os últimos dias de Jesus desde sua entrada a Jerusalém até sua ressurreição.

Estes extratos se referem a Judas, a data da Última Ceia e o juízo de Cristo ante Pôncio Pilatos.

Sobre os judeus durante o juízo de Jesus, o Papa afirma que no Evangelho de São João, esta designação sobre quem instigou a morte do Senhor não deve ser interpretada como algo "racista" ou uma condenação contra o povo do Israel.

"Depois de tudo, João mesmo era etnicamente um judeu, como também eram Jesus e seus seguidores", precisa o Papa. "Toda a primeira comunidade cristã estava formada por judeus. No Evangelho de João estas palavras têm um significado claro e definido: ele está se referindo à aristocracia do Templo".

Sobre a crucificação do Senhor, o Santo Padre assinala que "os cristãos recordarão que o sangue de Jesus fala um idioma distinto ao do sangue de Abel: não clama por vingança ou castigo, traz reconciliação. Não se derrama contra ninguém, derrama-se por muitos, por todos... À luz da fé... estas palavras não são uma maldição, mas redenção e salvação".

Quanto à traição de Judas, Bento XVI assinala que sua história é relevante para os cristãos de todos os tempos.

"A traição de Judas não foi a última infidelidade que Jesus teve que sofrer... A ruptura da amizade se estende até a comunidade sacramental da Igreja, onde as pessoas seguem tomando o 'seu pão' e traindo-o", escreve.

Judas sabia que tinha pecado ao entregar ao Senhor, entretanto "já não acreditava no perdão" para si. "Seu remorso se transforma em desespero. Mostra-nos o tipo equivocado de remorso: o tipo que é incapaz da esperança. (...) O remorso genuíno está certamente marcado pela certeza da esperança nascida da fé no poder superior da luz que se fez carne em Jesus".

O Papa também escreve sobre a data da Última Ceia, um tema tratado por diversos peritos desde os primeiros tempos do cristianismo.

Os quatro evangelhos estão de acordo ao assinalar que Jesus morreu uma sexta-feira, antes de anoitecer e ao início do Sabbath judeu. Entretanto, segundo o evangelho de São João, Jesus foi condenado ao mesmo tempo que os cordeiros para a Páscoa eram sacrificados no Templo judeu. Isso significaria que morreu antes da Páscoa, ao contrário do que dizem os outros evangelistas.


Sobre este tema o Papa recomenda "com certas reservas" a solução proposta pelo Pe. John Meier, um perito em Bíblia nos Estados Unidos e autor do estudo em quatro volumes: "Um judeu marginal: Repensando o Jesus histórico".

Meier conclui que nenhum dos quatro Evangelhos apresenta a Última Ceia de Jesus como uma ceia tradicional de Páscoa. Em outras palavras, é provável que Jesus tenha sido crucificado antes da Ceia de Páscoa que se celebrava esse ano, consistente então com o relato de João.

A Última Ceia, escreve o Papa, "foi a Páscoa de Jesus. E neste sentido celebrou e não celebrou a Páscoa: os antigos rituais poderiam não ter sido cumpridos porque ao chegar a hora Jesus já havia morrido. Mas na realidade Ele se entregou, e então verdadeiramente tinha celebrado a Páscoa com eles. O antigo não foi abolido, foi levado ao seu pleno significado".

FONTE:ZENIT

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ad Orientem [III]


IV.- EL POST-CONCILIO Y LA CELEBRACIÓN "AD ORIENTEM".


Pese a que el Misal Romano, en cualquiera de sus tres ediciones oficiales (Editio Typica), contempla directamente la celebración Ad Orientem (aunque también contempla la celebración Versus Populum para algunas ocasiones), la puesta en marcha de la Reforma post-conciliar fue absolutamente diferente.

El mismísimo Misal contempla la necesidad de conservar los altares ya construídos, y, en recintos nuevos, la construcción de altares separados de la pared, para que puedan ser rodeados con facilidad al ser incensados, y para celebrar, en ocasiones, la Misa hacia el pueblo. Sin embargo, esta instrucción fue mal interpretada (horrorosamente): Los altares fueron lamentablemente destruidos en su gran mayoría, perdiéndose una copiosa y abundante fuente de espiritualidad y arte sacro. Así mismo, fueron construidos altares, que en su gran mayoría, son de mal gusto y carecen de las condiciones mínimas establecidas por el mismísimo Misal Romano.

Así mismo, la celebración Versus Populum tomó un particular protagonismo frente a la celebración Ad Orientem, siendo esta última relegada al olvido. Las razones prácticas que motivaron dicho cambio (las que se resumen, con bastante acierto, en: "Para que la gente pueda ver" y "porque lo antiguo está mal") en la orientación litúrgica no tienen realmente asidero alguno versus las implicancias teológicas que desencadenó y que hoy son absolutamente patentes en la celebración de la Santa Misa, Novus Ordo, alrededor del mundo entero.

Dicha instauración de la orientación "Coram Populo", y por ende, de una prohibición de facto de la orientación "Coram Deo", se ha mantenido durante todos los años posteriores a la reforma de 1970. Aunque han habido intentos de recuperar la orientación primigenia, estos intentos han fracasado, debido a la oposición tajante del clero, que en su gran mayoría, han vivido este proceso de "adaptación litúrgica".

 
V.- EL NUEVO MOVIMIENTO LITÚRGICO Y "EL ESPÍRITU DE LA LITURGIA" DEL CARDENAL RATZINGER.



Sin embargo, las nuevas generaciones de sacerdotes, clérigos y laicos, ajenos a toda la debacle litúrgica y teológica del post-concilio, han revalorizado, desde su propia experiencia y desde el estudio de la liturgia, en su dimensión práctica, teológica y espiritual, han retomado los intentos para la revalorización de la orientación de la liturgia, que como diversos estudiosos han confirmado, corresponde a una orientación común de fieles y clérigos desde los comienzos de la Iglesia. La lejanía de las nuevas generaciones con las de quienes presenciaron y fueron partícipes (activos o expectadores) de los cambios litúrgicos de la reforma de la década del 70' y de sus consecuencias posteriores, ha contribuido enormemente a que los nuevos clérigos y los jóvenes laicos descubran, por si mismos, la importancia y el valor trascendental de tradiciones antiguas, las cuales forman parte de la Tradición Viva de la Iglesia. Han, por tanto, valorado dichas tradiciones, que no son "objetos y prácticas vetustas", sino que verdaderas fuentes de espiritualidad y desarrollo teológico del Misterio del Santo Sacrificio de la Misa.

Y, dado este escenario, los intentos por recuperar las tradiciones olvidadas (en muchos casos, olvidadas deliberadamente) han fructificado copiosamente, llegando a su cúlmen durante la última década.

En el año 2001, S.E. Joseph Cardenal Ratzinger publicó su obra litúrgica "El Espiritu de la Liturgia", en la cual hace un marcado hincapié en la recuperación de una Sagrada Liturgia en sintonía y fidelidad con la Tradición bimilenaria de la Iglesia.

En cuanto a lo directamente relacionado con la orientación litúrgica, hace un desarrollo brillante, donde resaltan los siguientes puntos, fundamentales para nuestro análisis y que representan puntos de base para el Nuevo Movimiento Litúrgico:

1.- "La orientación de la oración hacia el oriente es una tradición que se remonta a los orígenes y es la expresión fundamental de la síntesis cristiana de cosmos e historia, del arraigo de la unicidad de la historia de la salvación, de salir al encuentro del Señor que viene".

2.- Pese a la disposición originaria de la celebración "Ad Orientem", que se ve plasmada en las construcciones bizantinas, en Roma se fue desarrollando una disposición diferente, producto del acercamiento del Altar de la Basílica de San Pedro más cerca de la Sede Episcopal, de manera de celebrar el Santo Sacrificio sobre la Tumba del Apóstol, explicitando la venerable tradición de celebrar sobre la tumba de los mártires, que expresa de manera muy sugestiva la comunión de los Santos. Sin embargo, la Basílica estaba orientada hacia occidente, por lo que, para que la Liturgia fuera celebrada "Ad Orientem", era necesario que el Sacerdote enfrentara a los fieles ("Coram Populo").

3.- "La renovación litúrgica del recién acabado siglo ha hecho suya esta presunta posición del celebrante, para desarrollar una nueva idea de forma litúrgica", aludiendo una poco clara razón: "la formación de un circulo cerrado entre los fieles y el sacerdote", que según los reformadores, sería una forma más propicia para la participación de los fieles y que, además, constituiría una valoración de la supuesta conformación de la Última Cena.

4.- La Conformación "Versus Populum" se ha transformado en el estandarte de Batalla de la reforma post-conciliar, lo cual concuerda con la mutación hacia una "nueva idea de la esencia de la liturgia, en cuanto a comida comunitaria."

5.- Existió desde antiguo la noción de celebrar "Ad Orientem", siendo esto necesario no solo para el celebrante, sino que también para el pueblo reunido. De hecho, citando a Bouyer: "Jamás y en ninguna parte se encontró anteriormente (es decir, antes del siglo XVI) ningún indicio de que se le concediera ni la más mínima importancia, o se le prestara siquiera atención, al hecho de si el sacerdote celebraba con el pueblo delante o detrás de él. [...] lo único a lo que se le daba importancia era que el sacerdote pronunciara la plegaria eucarística, al igual que las demás oraciones, en dirección al oriente". Por tanto, prevalece siempre la disposición, tanto del sacerdote como del pueblo, de la celebración "Ad Orientem", por sobre si se está de cara o de espalda a los fieles.

6.- Dicha conciencia se fue oscureciendo durante la modernidad, llegando a un desconocimiento total de dicho pensamiento. Incluso, con ello, es posible explicar el porqué se ha tildado a la celebración "Coram Deo", como una liturgia celebrada "Hacia la Pared" o "De espalda al pueblo".

7.- La disposición "Versus Populum" ha transformado la característica "Teocéntrica" de la Sagrada Liturgia, en una característica "Clerocéntrica", siendo el sacerdote el centro de la acción litúrgica: "De él depende todo. Es a él a quien hay que mirar, participamos en su acción; a él respondemos. Su creatividad es la que sostiene el conjunto de la celebración". Con ello, cada vez, pasa a primer plano la acción de la asamblea reunida, y de quienes participan en la acción litúrgica muy por sobre la atención hacia Dios, quien es sujeto principal de la acción Litúrgica.

8.- Es fundamental la orientación común al oriente. "La esencia del acontecimiento no es el círculo cerrado en sí mismo, sino la salida de todos al encuentro del Señor que se expresa en la orientación común".

9.- Es necesario reintroducir en la liturgia la dimensión escatológica que le fue quitada con la transformación de la orientación litúrgica. "La cruz debería estar en el centro del altar y ser el punto de referencia común del sacerdote y la comunidad que ora", ya que la orientación tiene directa relación con la señal del Hijo del Hombre, que corresponde a la Cruz.

Como vemos, el otrora Cardenal Raztinger hace una exhaustiva exposición de los argumentos que sustentan a la celebración "Ad Orientem" como verdadera Tradición Viva de la Iglesia, e introduce además, una idea bastante innovadora: En el caso de que no se pueda celebrar "Ad Orientem", que al menos se coloque la cruz al centro, de manera de restaurar el Oriente Litúrgico hacia la Cruz, punto central de atención del sacerdote y los fieles.


Fuente: Sacram Liturgiam

Dor na Santa Sé pelo assassinato de ministro paquistanês

“Um ato de extrema gravidade”, afirma o padre Lombardi

A Santa Sé acolheu com preocupação a notícia do assassinato do ministro das minorias do Paquistão, o católico Shahbaz Bhatti, ocorrido na manhã desta quarta-feira, em uma emboscada em Islamabad.

O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmou que o assassinato é “um novo ato de violência de terrível gravidade”.

“Isso demonstra quão oportunas são as intervenções do Papa sobre a violência contra os cristãos e contra a liberdade religiosa em geral.”

“Bhatti – afirmou o porta-voz – era o primeiro católico a desempenhar um cargo semelhante” no Paquistão. “Recordemos que tinha sido recebido pelo Santo Padre em setembro passado e tinha dado testemunho de seu compromisso com a convivência pacífica entre as comunidades religiosas de seu país.”

“À oração pela vítima, à condenação pelo inqualificável ato de violência, à proximidade aos cristãos paquistaneses tão atingidos pelo ódio une-se o apelo para que todos se deem conta da urgência dramática da defesa da liberdade religiosa e dos cristãos objeto de violência e perseguição”, concluiu.

De: Zenit

Catequese de Bento XVI sobre São Francisco de Sales

Queridos irmãos e irmãs,


“Dieu est le Dieu du coeur humain” [Deus é o Deus do coração humano] (Trattato dell’Amore di Dio, I, XV): nessas palavras aparentemente simples, colhemos a marca da espiritualidade de um grande mestre, sobre o qual desejo falar-vos hoje, São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja. Nascido em 1567 em uma região francesa de fronteira, era filho do Senhor de Boisy, antiga e nobre família da Savoia. Viveu entre dois séculos, o XV e o XVI, trazendo consigo o melhor dos ensinamentos e conquistas culturais do século que findava, reconciliando a herança do humanismo com a inclinação em direção ao absoluto, própria das correntes místicas. A sua formação foi muito acurada; em Paris, fez os estudos superiores, dedicando-se também à teologia, e, na Universidade de Pádua, fez os estudos de jurisprudência, como desejava seu pai, e concluiu-os de modo brilhante, com a láurea em utroque iure em direito canônico e direito civil. Na sua harmoniosa juventude, refletindo sobre o pensamento de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, teve uma crise profunda que o levou a se interrogar sobre a própria salvação eterna e sobre a predestinação de Deus a seu respeito, sofrendo como verdadeiro drama espiritual as principais questões teológicas do seu tempo. Rezava intensamente, mas a dúvida o atormentou de modo tão forte que, por algumas semanas, chegou a ficar quase que completamente sem comer e dormir. No ápice da provação, dirigiu-se à igreja dos Dominicanos, em Paris, abriu o seu coração e rezou assim: "Aconteça o que acontecer, Senhor, tu que tens tudo na tua mão, e cujas vias são justiça e verdade; seja o que for que tu tenhas estabelecido para mim...; tu que és sempre justo juiz e Pai misericordioso, eu te amarei, Senhor [...], te amarei aqui, ó meu Deus, e esperarei sempre na tua misericórdia, e sempre repetirei o teu louvor... Ó, Senhor Jesus, tu serás sempre a minha esperança e a minha salvação na terra dos vivos" (I Proc. Canon., vol I, art 4). Aos vinte anos, Francisco encontrou a paz na realidade radical e libertadora do amor de Deus: amá-lo sem nunca pedir nada em troca e confiar no amor divino; não questionar mais o que fará Deus comigo: eu o amo simplesmente, independentemente de o quanto me dá ou não me dá. Assim encontrou a paz, e a questão da predestinação – sobre a qual se discutia naquele tempo – resolveu-se, porque ele não buscava mais aquilo que podia ter de Deus; amava-o simplesmente, abandonava-se à Sua bondade. E isso será o segredo da sua vida, que transparecerá na sua obra principal: o Tratado do amor de Deus.

Vencendo as resistências do pai, Francisco seguiu o chamado do Senhor e, aos 18 de dezembro de 1593, foi ordenado sacerdote. Em 1602, torna-se Bispo de Genebra, em um período em que a cidade era fortaleza do Calvinismo, tanto que a sede episcopal encontrava-se "exilada" em Annecy. Pastor de uma diocese pobre e atormentada, em uma paisagem montanhosa da qual conhecia bem tanto a dureza quanto a beleza, ele escreve: "[Deus] o encontrei cheio de doçura e suavidade entre as nossas mais altas e ásperas montanhas, onde muitas almas simples o amavam e adoravam em toda a verdade e sinceridade; e veados e camurças corriam de lá para cá entre os gelos assustados para anunciar os seus louvores" (Lettera alla Madre di Chantal, outubro de 1606, em Oeuvres, éd. Mackey, t. XIII, p. 223). E, todavia, o influxo da sua vida e do seu ensinamento sobre a Europa da época e dos séculos sucessivos parece imenso. É apóstolo, pregador, escritor, homem de ação e de oração; comprometido em realizar os ideais do Concílio de Trento; envolvido na controvérsia e no diálogo com os protestantes, experimentando sempre mais, para além do necessário confronto teológico, a eficácia da relação pessoal e da caridade; encarregado de missões diplomáticas em nível europeu, e de tarefas sociais de mediação e reconciliação. Mas, sobretudo, São Francisco de Sales é guia das almas: do encontro com uma jovem mulher, a senhora de Charmoisy, buscará inspiração para escrever um dos livros mais lidos na idade moderna, a Introdução à vida devota; da sua profunda comunhão espiritual com uma personaliza excepcional, Santa Giovanna Francesca di Chantal, nascerá uma nova família religiosa, a Ordem da Visitação, caracterizada – como desejou o santo – por uma consagração total a Deus vivida na simplicidade e humildade, no fazer extraordinariamente bem as coisas extraordinárias: "... desejo que as minhas Filhas – ele escreve – não tenham outro ideal senão aquele de glorificar [Nosso Senhor] com a sua humildade" (Lettera a mons. de Marquemond, junho de 1615). Morreu em 1622, aos 55 anos, após uma existência assinalada pela dureza dos tempos e pela fadiga apostólica.

Aquela de São Francisco de Sales foi uma vida relativamente breve, mas vivida com grande intensidade. Da figura deste Santo, emana uma impressão de rara plenitude, demonstrada na serenidade da sua pesquisa intelectual, mas também na riqueza dos seus afetos, na "doçura" dos seus ensinamentos que tiveram um grande influxo sobre a consciência cristã. Da palavra "humanidade" ele encarnou diversas acepções que, tanto hoje como ontem, esse termo pode assumir: cultura e cortesia, liberdade e ternura, nobreza e solidariedade. Na aparência, tinha algo da majestade da paisagem em que viveu, conservando também a simplicidade e a natureza. As antigas palavras e imagens em que se expressava soam inesperadamente, também aos ouvidos do homem de hoje, como uma língua nativa e familiar.

A Filoteia, a destinatária idealizada da sua Introdução à vida devota (1607), Francisco de Sales destina um convite que poderia parecer, à época, revolucionário. É o convite a ser completamente de Deus, vivendo em plenitude a presença no mundo e as obrigações do próprio estado. "A minha intenção é a de instruir aqueles que vivem na cidade, no estado conjugal, na corte […]" (Prefácio à Introdução à vida devota). O Documento com que o Papa Leão XIII, mais de dois séculos depois, o proclamará Doutor da Igreja insistirá sobre esse alargamento do chamado à perfeição, à santidade. Ali é escrito: "[a verdadeira piedade] penetrou até o trono do rei, na tenda dos comandantes dos exércitos, no pretório dos juízes, nos escritórios, nos comércios e até nas cabanas dos pastores […]" (Breve Dives in misericordia, 16 de novembro de 1877). Nascia assim aquele apelo aos leigos, aquele cuidado pela consagração das coisas temporais e pela santificação do cotidiano, sobre as quais insistirão o Concílio Vaticano II e a espiritualidade do nosso tempo. Manifestava-se o ideal de uma humanidade reconciliada, na sintonia entre a ação no mundo e oração, entre condição secular e busca da perfeição, com o auxílio da Graça de Deus que permeia o humano e, sem destruí-lo, purifica-o, elevando-o às alturas divinas. A Teotimo, o cristão adulto, espiritualmente maduro, ao qual endereça alguns anos depois o seu Tratado do amor de Deus (1616), São Francisco de Sales oferece uma lição mais complexa. Essa supõe, ao início, uma precisa visão do ser humano, uma antropologia: a "razão" do homem, precisamente a "alma racional", ali é vista como uma arquitetura harmônica, um templo, articulado em mais espaços, em torno a um centro, que ele chama, juntamente com os grandes místicos, "topo", "ponta" do espírito, ou "fundo" da alma. É o ponto em que a razão, percorridos todos os seus graus, "fecha os olhos" e a consciência torna-se totalmente unidade com o amor (cf. livro I, cap. XII). Que o amor, na sua dimensão teologal, divina, seja a razão de ser de todas as coisas, em uma escala ascendente que não parece conhecer fraturas e abismos, São Francisco de Sales o resume em uma célebre frase: "O homem é a perfeição do universo; o espírito é a perfeição do homem; o amor é a perfeição do espírito, e a caridade a perfeição do amor" (ibid., livro X, cap. I).

Em uma época de intenso florescimento místico, o Tratado do amor de Deus é uma verdadeira e própria summa, e ao mesmo tempo uma fascinante obra literária. A sua descrição do itinerário rumo a Deus parte do reconhecimento da "natural inclinação" (ibid., livro I, cap. XVI), inscrita no coração do homem enquanto pecador, a amar a Deus sobre todas as coisas. Segundo o modelo da Sagrada Escritura, São Francisco de Sales fala da união entre Deus e o homem desenvolvendo toda uma série de imagens de relação interpessoal. O seu Deus é pai e senhor, esposo e amigo, tem características maternas e de zelo, é o sol que mesmo à noite é misteriosa revelação. Um tal Deus atrai a si o homem com vínculos de amor, isto é, de verdadeira liberdade: "porque o amor não tem forçados nem escravos, mas reduz tudo à sua obediência com uma força tão deliciosa que, se nada é tão forte quanto o amor, nada é tão amável quanto a sua força" (ibid., livro I, cap. VI). Encontramos no tratado do nosso Santo uma meditação profunda sobre a vontade humana e a descrição do seu fluir, passar, morrer, para viver (cf. ibid., livro IX, cap. XIII) no completo abandono não somente à vontade de Deus, mas àquilo que a Ele apraz, ao seu “bon plaisir”, ao seu beneplácito (cf. ibid., livro IX, cap. I). No ápice da união com Deus, além dos repentes de êxtase contemplativa, coloca-se aquele refluir de caridade concreta, que atenta para todas as necessidades dos outros e que ele chama de "êxtase da vida e das obras" (ibid., livro VII, cap. VI).

Adverte-se bem, lendo o livro sobre o amor de Deus e ainda mais as outras tantas cartas de direção e de amizade espiritual, aquele conhecedor do coração humano que foi São Francisco de Sales. A Santa Giovanna di Chantal escreve: "[…] Eis a regra da nossa obediência que vos escrevo em letras maiúsculas: FAZER TUDO POR AMOR, NADA POR FORÇA - AMAR MAIS A OBEDIÊNCIA QUE TEMER A DESOBEDIÊNCIA. Deixo-vos o espírito de liberdade, não enquanto aquele que exclui a obediência, porque essa é a liberdade do mundo; mas aquele que exclui a violência, a ânsia e o escrúpulo" (Lettera del 14 ottobre 1604). Não por acaso, na origem de muitas vias da pedagogia e da espiritualidade de nosso tempo, re-encontramos exatamente a marca desse mestre, sem o qual não haveria São João Bosco nem a heroica "pequena via" de Santa Teresa de Lisieux.

Queridos irmãos e irmãs, em uma época como a nossa, que busca a liberdade, também com violência e inquietudes, não deve escapar a atualidade deste grande mestre de espiritualidade e de paz, que entrega a seus discípulos o "espírito de liberdade", aquela verdadeira, no cume de um ensinamento fascinante e completo sobre a realidade do amor. São Francisco de Sales é um testemunho exemplar do humanismo cristão; com o seu estilo familiar, com parábolas que têm às vezes o bater das asas da poesia, recorda que o homem traz inscrita no profundo de si a nostalgia de Deus e que somente n'Ele encontra a verdadeira alegria e a sua realização mais plena.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pe.Pedro dos Santos falece hoje em hospital em Itaguaí-RJ


Na manhã de hoje, recebi a triste notícia que Padre Pedro dos Santos, pároco da Igreja de Santa Terezinha de Piranema, havia falecido em um hospital. Internado por vontade própria sábado(26/02) ficou até o falecimento está manhã. Não se tem muitas informações. Mas seus filhos espirituais que muito saudosos ficam aqui nesta terra rezando por sua alma, são eles: Allyson Vidal, Leonardo Marques, Giovani Ballione, Junior Teixeira, Rodrigo Luna, Dayan Kirsem, e eu, Paulo Roberto.


Há notícias que a Missa de corpo presente será celebrada na Paróquia de Santa Terezinha de Piranema, dia 01/03/2011 às 07h, logo após a Missa, o seu corpo segue para São Gonçalo(RJ) cidade de seus familiares, onde será sepultado.
Fica aqui o nosso muito obrigado, não só de nós filhos, mas de todos que mesmo sem o conhecer direito sabiam do santo sacerdote que era.


Rezemos um Pai Nosso e duas Ave Marias pela alma do padre que a 5 anos servia a Deus.

Cardeal Ranjith: Comunhão deve ser recebida de joelhos e na boca

O Cardeal Arcebispo Malcolm Ranjith prefaciou este livro, que a NLM sente-se feliz em apresentar uma tradução não oficial que aqui se segue. (nossos sinceros agradecimentos a um amigo do NLM por ter-nos disponibilizado o link para este prefácio que originalmente foi divulgado pela Associazione Luci sull'Est)

Sem maiores delongas, passemos ao prefácio do Msgr. Ranjith, Secretário Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos:

No Livro do Apocalipse, São João relata como viu e ouviu o que foi a ele revelado e prostrou-se em adoração aos pés do anjo de Deus (cf. Apoc 22, 8). Prostrar-se, ou abaixar-se sobre os próprios joelhos ante a majestade da presença de Deus em humilde adoração, era um hábito de reverência que Israel apresentava constantemente perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica, levantou-se de diante do altar do Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levantadas para o céu. De pé, abençoou toda a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55). A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos diante do altar.

A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos ante a Jesus (cf. Lc 5, 8); quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41), quando o Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando Maria, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vida de seu irmão (Jo 11,32). A mesma atitude de prostração diante da revelação da divina presença é amplamente conhecida no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).

Intimamente relacionada a esta tradição era a convicção de que o Templo Sagrado de Jerusalém era o lugar da morada de Deus e, portanto, no templo era necessária a preparação da própria disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humildade e reverência na presença do Senhor.

[Continue lendo]

Mesmo na Igreja, a profunda convicção de que nas espécies Eucarísticas o Senhor está verdadeiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo Sacramento em tabernáculos, contribuiu para a prática de ajoelhar-se numa atitude de humilde adoração do Senhor na Eucaristia.

[...]

.. fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já pertencia a essência da fé da Igreja Católica e era uma parte intrínseca do Catolicismo. Estava claro que não podíamos edificar a Igreja se esta fé fosse minimamente afetada.

Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo, Deus entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência e uma imensa atitude de humilde adoração. O Papa Bento XVI ... esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ... somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).

Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar ações e atitudes de corpo e espírito que facilitem [entrar em] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e disse, ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.” (Lc 5, 8)

Atualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé, mesmo durante a elevação e adoração das [Sagradas] Espécies. É irônico que tais medidas tenham sido tomadas em [algumas] dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja.

Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio, mudando aquela antiqüíssima prática, tornando-a uma prática regular em toda a Igreja. Algumas dioceses justificaram a mudança dizendo que ela melhor reflete o Evangelho ou a antiga prática da Igreja... Outras, para justificar essa prática, referem-se às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc 14, 22; Mt 26, 26).

Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignorar o que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído para um gradual enfraquecimento da atitude de reverência para com a sagradas espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-se melhor o sentido de reverência. Naquela, ao invés, surgiu uma alarmente ausência de recolhimento e um espírito geral de descaso. Presenciamos pessoas que comungam e com freqüência retornam para os seus assentos como se nada de extraordinário tivesse acontecido... Em muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de seriedade e de silêncio interior que deve ser o sinal da presença de Cristo na alma.

Há ainda aqueles que levam as sagradas espécies para tê-las como souvenires, aqueles que vendem, ou ainda pior, que as levam para dessacralizá-las em rituais satânicos. Mesmo em grandes concelebrações, também em Roma, várias vezes as espécies sagradas foram encontradas jogadas no chão.

Essa situação nos leva a refletir não apenas sobre uma séria perda da fé, mas também sobre as ofensas ultrajantes...

O Papa nos fala da necessidade em compreender não apenas o profundo e verdadeiro significado da Eucaristia, mas também em celebrá-la com dignidade e reverência. Ele nos diz que temos que estar conscientes dos “dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística.” (Sacramentum Caritatis, 65). Falando ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão ele pede a todos para “que façam o possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento.”(Sacramentum Caritatis, 50).

Neste sentido, o livro escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, intitulado Dominus Est, é significativo e estimado. Ele vem trazer uma contribuição ao debate corrente sobre a presença real e substancial de Cristo na espécies consagradas do pão e do vinho... a partir de sua experiência, que lhe provocou uma profunda fé, deslumbramento e devoção para com o Senhor presente na Eucaristia, ele nos apresenta uma esclarecedora consideração histórico-teológica de como a prática de receber a Sagrada Comunhão na língua e de joelhos foi aceita e praticada na Igreja por um longo período de tempo.

Agora eu penso que é o momento ideal para se rever e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Sacrosanctum Concilium nem pelos Padres da Igreja, mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em algum países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação de ajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a fim de que se fortaleça a vida da Igreja e a defenda em meio as perigosas distorções da fé que esta situação continua causando.

As razões para esta mudança não devem ser tão acadêmicas, mas pastoral-espirituais assim como litúrgicas - em resumo, o que melhor edifica a fé. Neste sentido Mons. Schneider apresenta uma coragem louvável por ter sido capaz de apreender o verdadeiro significado das palavras de São Paulo: “que isto se faça de modo a edificar.” (1 Cor 14, 26).

Cardeal MALCOLM RANJITH
Secretário Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos

Fonte: http://cristoreinosso.blogspot.com/
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