Scola recebeu particular apreço de Bento XVI, que o transferiu da sede patriarcal de Veneza para Milão. Uma decisão inédita considerada um indício por muitos. E não é segredo que o Papa Ratzinger, de acordo com a sugestão do cardeal Camillo Ruini, também pensou nele, em 2007, para o cargo de presidente da Conferência Episcopal Italiana. Na ocasião, foi o recém-nomeado secretário de Estado, Tarcisio Bertone, quem se opôs à nomeação, que fracassou. Scola é visto como distante da Cúria Romana e da gestão que a tem caracterizado nos últimos anos. Por causa de seu renome internacional ele poderia ser um dos dois mais fortes candidatos já no primeiro escrutínio do Conclave que começa na próxima semana.
O outro candidato que, até o momento, espera-se começar com um bom número de votos, é o brasileiro Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que tem uma longa experiência tanto na Cúria quanto no Vaticano e teria o apoio de alguns cardeais influentes da Cúria, desde o ex-prefeito da Congregação para os Bispos, Giovanni Battista Re, até o decano, Angelo Sodano, que não participará da votação por limites de idade.
É preciso ver quanto pesarão as discussões destes dias, as críticas à gestão da cúria e o desejo de renovação. E também quantos serão os votos que obterão outros candidatos, como o canadense Marc Ouellet, o húngaro Peter Erdö, os latino-americanos Bergoglio, Robles Ortega e Rodríguez Madariaga, os outsiders Ranjith, Tagle e O’Malley (que tem uma boa amizade com Scola).
Todas as possibilidades estão abertas. Mas os equilíbrios poderiam mudar durante o segundo dia do Conclave, como aconteceu na segunda eleição de 1978, e uma surpresa poderia emergir.
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