quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Solenidade do Rosário de Nossa Senhora

Era costume entre os nobres da Idade Média(e outrora o foi também entre os romanos)usar coroas de flores a que chamavam capelas.Estas coroas ofereciam-se às pessoas de distinção, a título de estima e dependência.

Senhora do Céu e da Terra, a Virgem SS.tinha, mais que ninguém, direito a estas homenagens.Por isso a S.Igreja nos exorta a que Lhe ofereçamos, como Filha do Pai, Mãe do Filho e a Esposa do Espírito Santo,uma tríplice capela de rosas de que nos mostra a incomparável beleza no Ofício de hoje a que deu o nome de Rosário.

A oração recorda-nos que o Rosário, sendo uma oração vocal, é simultâneamente mental pela meditação dos mistérios da vida do Salvador tão intimamente ligados com a vida da Senhora.

E o Evangelho ensina-nos que a fórmula principal da Ave Maria é constituída pelas mesmas palavras de que o Arcanjo Gabriel se serviu para saudar a Virgem Maria( a saudação angélica).Para recordar e agradecer a Deus à vitória de Lepanto, alcançada pelas armas cristãs sobre os turcos no dia 7  de Outubro de 1571, vitória que se deve à recitação do Rosário e em que o Islão foi completamente esmagado, para recordar este fato miraculoso instituiu a Santa Igreja a festa de hoje.

Prescrita primeiramente por Gregório XIII para certas igrejas, foi estendida por Clemente XI ao mundo católico, em ação de graças por um novo triunfo alcançado por Carlos VI da Hungria sobre os Turcos em 1716. Leão XIII, perante as dolorosas provas que a Igreja atravessava no seu tempo, criou um novo Ofício para a festa que celebramos hoje.

O rosário nasceu do amor dos cristãos por Maria.Chamada de Santa Maria da Vitória, esta memória celebrava a libertação dos cristãos dos ataques dos turcos na batalha de Lepanto, na Grécia.Oferecemos a Maria, hoje, a nossa tríplice cora de rosas que lembra sua alegria, suas dores e sua glória.

Ameaçava grande perigo à Igreja, como à Europa toda, da parte dos turcos, cujo imperador jurara exterminar a religião cristã. Pio V envidou todos os esforços, fez valer toda sua influência junto aos príncipes cristãos para conjurar essa desgraça iminente. Para obter de Deus que abençoasse as armas cristãs, ordenou que se fizessem, em toda a parte da cristandade, preces públicas, particularmente o terço, procissões, penitência. Paralelamente, em 1570, os otomanos, de notável poderio militar, apoderaram-se do Santo Sepulcro em Jerusalém e não permitiam a visita dos cristãos. O próprio Papa, em pessoa, tomou parte nesses exercícios extraordinários, impostos pela extrema necessidade. Organizou uma Cruzada, cujo comando entregou a Dom João da Áustria, que era irmão de Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano. Aconteceu a Batalha Naval no Golfo de Lepanto. A armada turca, com poderio militar que ultrapassava o dobro dos navios dos cruzados, incidiu ferozmente para destruir os cristãos. Os chefes cruzados ajoelharam e suplicaram a intercessão de Nossa Senhora. Por intercessão de Maria Santíssima, foram inspirados pelo Espírito Santo a rezar o Terço como única forma de enfrentar e vencer o inimigo e assim o fizeram. O êxito foi glorioso. A vitória dos cristãos em Lepanto (1571) foi completa.

As festas de Nossa Senhora da Vitória e do SS. Rosário perpetuam até hoje a memória daquele célebre fato. No momento em que a batalha se decidia a favor dos cristãos, teve o Papa, por revelação divina, conhecimento da vitória e imediatamente convidou as pessoas presentes a dar graças a Deus. Era seu plano organizar uma nova campanha contra os turcos, mas uma doença dolorosa não lho permitiu pô-la em execução. S.Pio V,antes, porém, havia instituído, como agradecimento pela vitória em Lepanto, a festa de Nossa Senhora das Vitórias. (Dois anos mais tarde, o Papa Gregório XIII, seu sucessor, lembrando que a vitória de Lepanto foi mais uma vitória do Rosário, mudou o nome da festa para Nossa Senhora do Rosário.)

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