domingo, 28 de novembro de 2010

Advento: Esperança da vinda do Salvador.



No século V a data inicial do Ano litúrgico era a festa da Anunciação. Celebrada, a princípio, em março, esta festa foi transferida depois para dezembro. Conforme o que se pratica em outras partes, diz o Concílio de Toledo em 665, a esta festa da Anunciação seria celebrada no dia 18 de dezembro, pois acontece muitas vezes vir a cair na Quaresma ou no dia da Páscoa. No século X começava o Ano do primeiro Domingo do Advento, isto é, poucas semanas antes do Natal do Senhor. Desde 380, um Concílio de Saragoça ordenara uma preparação para a festa de natal. Mais tarde no Concílio de Tours de 563 menciona-se o Advento como um período litúrgico com ritos e fórmulas próprias.

Na liturgia nestoriana (VI séc.) o Advento abrangia quatro domingos, chamados da Anunciação, e nas liturgias ambrosiana e mozárabe compreendia 6 domingos. Na liturgia romana, o Advento abrangia a princípio 5 semana; atualmente resume-se a quatro.O primeiro domingo do Advento é o que vem a cair mais próximo da festa de Santo André (30 de novembro).

A alegria de vermos aparecer em breve Cristo na Terra é uma das notas predominantes deste tempo litúrgico. Discreta a princípio, expande-se pouco a pouco, tornando-se no Natal um hino de exultação. A ideia da purificação das almas intimamente ligada à do regresso de Cristo, encontra-se neste tempo, com as profecias de Isaías e São João Batista. Neste tempo litúrgico somos convidados como na Quaresma a mudarmos de vida, tanto é que na Idade Média era obrigatório o jejum e se cobriam as imagens com panos roxos como no Tempo da Paixão, era a chamada "Quaresma do Advento". Hoje porém, ainda ficaram resquícios destes tempos, como por exemplo, na cor que continua sendo o roxo (salvo no domingo Gaudete, 3° do Advento pode-se usar o róseo). No Advento não se canta ou reza o Glória (salvo na festa da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria).

Durante o Advento relembramos três figuras especiais, que nos levarão a entrar no Mistério da Salvação, estas são: o Profeta Isaías, São João Batista e a Virgem Maria.

ISAÍAS

É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados.

As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos. Anuncia a chegada do Messias esperado, sendo portanto o próprio Filho de Deus, o grande Rei e libertador que vencerá Satanás, que reinará eternamente sobre o seu povo, e a quem todas as nações obedecerão.
JOÃO BATISTA

É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).

A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.

João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA

Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.

Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

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