sábado, 20 de novembro de 2010

Vestimentas dos religiosos durante a incardinação vão além do aspecto indumentário

Publicado originalmente em: Gaudium Press

Pode-se dizer que, com a Jornada de Reflexão e Oração desta sexta-feira, na qual Bento XVI se encontrou reservadamente com todos os cardeais do colégio, o Consistório Ordinário Público para a incardinação de 24 novos cardeais já teve início. Mas é mesmo somente amanhã que a cerimônia presidida pelo Papa, com a imposição do barrete e a entrega dos aneis, criará os novos purpurados para a Igreja.


Os cardeais se caracterizam por suas vestes de cor vermelho púrpura, da qual deriva a expressão com a qual são chamados, "purpurados".

Os cardeais se caracterizam por suas vestes de
cor vermelho púrpura,
da qual deriva a expressão
com a qual são chamados, "purpurados".
E para esta importante ocasião para a Igreja e os candidatos, cada um precisa estar devidamente aparamentado, seguindo os ditames e os simbolismos da "moda" cardinalícia. Mas quais são os detalhes desta "moda" - moda em um sentido litúrgico, não estético - ? Gaudium Press esteve com um dos alfaiates eclesiásticos de Roma, durante a prova da roupa do arcebispo brasileiro Dom Raymundo Damasceno Assis, um dos 24 novos cardeais.

A informação da nomeação pontifícia é dada poucos dias antes do anúncio público que acontece um mês antes da cerimônia do Consistório. Os "preconizados" são informados pela Secretaria de Estado se se encontram em Roma; caso contrário, são informados pela Nunciatura Apostólica dos próprios países. Assim, os novos nomeados têm um mês para preparar as novas roupas.

Os cardeais se caracterizam por suas vestes de cor vermelho púrpura, da qual deriva a expressão com a qual são chamados, "purpurados". A maior parte deles vai a alfaiatarias romanas, especialistas há séculos em roupas eclesiásticas. O que devem preparar? Mudam as cores das vestes corais e das batinas. Por este motivo devem mandar fazer uma nova veste coral e uma nova batina toda em vermelho, com botões forrados de seda púrpura. As roupas são 100% de lã.

O Consistório Ordinário Público, de fato, é um evento de dois dias com diversas cerimônias. No primeiro dia acontece a cerimônia de entrega dos títulos e das diaconias aos novos cardeais. É o momento no qual o Papa impõe o barrete aos novos cardeais que antes professaram a fé "diante do povo de Deus" e juraram "fidelidade e obediência ao Santo Padre e a seus sucessores". Nesse momento, os purpurados devem estar vestidos com a batina coral vermelha, com um roquete de linho com ou sem punho vermelho, murça vermelha de lã e uma cruz peitoral, presa a um cordão dourado.

No segundo dia, que geralmente é um domingo, os novos cardeais, junto a todos os membros do Colégio Cardinalício, celebram a Santa Missa presidida pelo Santo Padre com o ritual de entrega do anel cardinalício. Também nessa cerimônia os purpurados devem estar vestidos com a batina coral vermelha.

O vermelho simboliza o martírio - os cardeais são chamados ao maior serviço à Igreja dedicando a própria vida. Fazem parte da indumentária do cardeal ainda o solidéu vermelho e a faixa, também vermelha, sobre a cintura.

Aparamentados nos melhores alfaiates eclesiásticos ou não, o Brasil, a partir de amanhã, contará com 9 purpurados, entre os quais 5 eleitores.

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