sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Parabéns Dom Eugênio!

Uma história marcada pelo Amor em servir a Deus


Ao longo dos estudos no Colégio Marista, o aprofundamento dos conhecimentos da Igreja fez com que o menino Eugenio deixasse de lado o desejo de ser agrônomo, para entrar no seminário.

Na juventude, em 1932, começou a escrever para o jornal católico “A Ordem” divulgando a doutrina da Igreja, o que contribuiu para fortalecer o desejo pela vocação.

Contou sempre com o apoio da família, mas pessoalmente, Dom Eugenio conta que seguir o chamado ao sacerdócio foi uma dificuldade, pois foi uma grande mudança de vida. A comunhão, e especialmente a reflexão, o ajudou a fortalecer seu chamado.

Ação católica na ditadura militar

Durante o período da ditadura, Dom Eugenio mantinha o diálogo com as autoridades e acolhia muitos refugiados políticos, inclusive de outros países. O arcebispo conta que a ação católica teve um papel de destaque no fortalecimento da oposição, e suas ações eram mal vistas pelos militares. “Eu nunca entrei em choque, mas nunca cedi em razão daquilo que eu deveria fazer. Sempre agi como pastor, não como político”, enfatiza.

Contribuições para a Igreja e a sociedade

Dom Eugenio conta que foi uma surpresa receber a notícia para ser cardeal. “Nunca aspirei ser cardeal. Esperava um sacerdócio ligado à vida do interior, no meio rural. Mas Deus tem seus caminhos”, salienta o hoje arcebispo emérito que, mesmo surpreso, recebeu sua nomeação com gratidão. “Desde então, eu tenho me mantido num ritmo de trabalho para divulgar o Reino de Deus e o Evangelho, e da melhor maneira procuro aperfeiçoar os métodos para isso”, ressalta.

Sua história foi marcada com contribuições importantes para a Igreja e para a sociedade, como a criação das comunidades de base, a reforma agrária em Barra de Punaú, sindicatos rurais e a Campanha da Fraternidade. Dom Eugenio confessa que não esperava que a Campanha da Fraternidade chegasse a ter uma abrangência nacional tratando temas sempre atuais. “Sempre tivemos muita confiança em Deus, mas não esperava tanto sucesso como teve”, conta.

Ao olhar a Campanha da Fraternidade, o arcebispo, sente que é mais uma missão cumprida. “Sempre tivemos uma preocupação com a assistência aos necessitados e a desigualdade, procurando pelos caminhos do Evangelho tomar as medidas”, conta.

Para Dom Eugenio, os problemas sociais são a demostração de que algo está errado. Seu trabalho buscou sempre diminuir o sofrimento dos mais pobres e necessitados. “O homem é o ponto central da Campanha da Fraternidade, e creio que isso é fundamental na Igreja, e é um dever nosso”, explica.

O Arcebispo salienta que a criação de cursos profissionalizantes e a assistência material, tentando minorar o sofrimento dos pobres, foi sem dúvida um contributo para o país. “Nunca procurei aparecer, busquei sempre fazer meu trabalho no silêncio, aproveitando todas as oportunidades, e tendo em vista o Evangelho. As atividade que realizei foi um bem que eu pude fazer e isso contribuiu para minha satisfação também”, confessa.

Amizade com o Papa João Paulo II

Sobre sua amizade com o Papa João Paulo II, Dom Eugenio conta que buscava sempre realizar seus pedidos trabalhando no contato com os jovens e na assistência social. “Trabalhei com muita convicção e segurança, mas sempre obediente à Igreja”, ressalta.

Uma lição para todos

Diante do individualismo pós-moderno, que deixa de lado as necessidades do próximo, Dom Eugenio enfatiza que é preciso ter como diretriz a luz do Evangelho. “É preciso perseverar nesta diretriz. O desenvolvimento dos acontecimentos dará as indicações nas práticas”, aconselha.


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