Agência Ecclesia
A santa Sé revelou que as suas contas de 2011 registaram um resultado negativo de 14,8 milhões de euros, enquanto a Cidade-Estado do Vaticano teve um lucro de 21 milhões.
Os prejuízos registados nas estruturas de governo da Igreja Católica, em contraste com os resultados positivos de 2010 (10 milhões de euros), são justificados com as despesas ligadas aos 2832 empregados dependentes da Santa Sé, mais 26 do que no ano anterior, aos meios de comunicação social e ao “andamento negativo dos mercados financeiros mundiais”.
Os membros do Conselho de Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizativos e Económicos da Santa Sé reuniram-se terça e quarta-feira no Vaticano, sob a presidência do secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone.
No documento divulgado esta manhã, os responsáveis apelam à “prudência e contenção de despesas”, elogiando ainda a “transparência dos dados apresentados”.
A Cidade-Estado do Vaticano fechou o ano com um saldo positivo de 21,8 milhões de euros, resultado muito próximo do que registou no ano anterior e que se deve ao crescimento do número de visitantes dos museus, cerca de 5 milhões, que geraram receitas na ordem dos 91 milhões de euros.
A nota de imprensa sublinha que o governo do Vaticano tem uma administração “independente dos contributos provenientes da Santa Sé” e provê autonomamente às “necessidades relativas à gestão do Estado”, empregando 1887 pessoas.
A Santa Sé informa ainda que as doações relativas ao “Óbolo de São Pedro” em 2011 ultrapassaram os 69 milhões de dólares norte-americanos (55 milhões de euros), verba superior ao ano anterior.
O fundo é constituído pelo conjunto de ofertas entregues ao Papa pelas Igrejas particulares, comunidades religiosas, fundações e fiéis em nome individual, sobretudo durante a festa de São Pedro e São Paulo, que a Igreja Católica assinala a 29 de junho.
A contribuição dos bispos para a Santa Sé, que deve ser feita de acordo com as possibilidades das dioceses, rendeu 32,1 milhões de dólares (25,5 milhões de euros) em 2011, um aumento face a 2010.
O Instituto para as Obras Religiosas, entidade conhecida como ‘banco do Vaticano’, doou cerca de 39 milhões de euros ao Papa para “apoio ao seu ministério apostólico e de caridade”.
O Conselho de Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizativos e Económicos da Santa Sé deixou um louvor ao “generoso” contributo de muitos fiéis e instituições eclesiais num momento de “persistente crise económica”.
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