domingo, 22 de julho de 2012

Tradileaks: as condições da FSSPX a Roma

Circula na web uma carta assinada pelo Padre Christian Thouvenot, Secretário Geral, dirigida anteontem, 18, aos superiores de distritos, seminários e casas autônomas da Fraternidade São Pio X, em apresentação à declaração do Capítulo Geral, concluído no último dia 14. Nela, Padre Thouvenot relata que “em 9 de maio, [Dom Fellay] esteve em Roma, juntamente com o Primeiro Assistente [Padre Niklaus Pfluger], para pedir insistemente a Monsenhor Pozzo a garantia de poder continuar a denunciar os erros e os escândalos, caso a Santa Sé erija a Fraternidade canonicamente em Prelazia. A discussão fracassou, particularmente, sobre o reconhecimento da licitude do novo rito, ou seja, sobre a bondade dessa lei litúrgica e, por conseguinte, a legitimidade de celebrar segundo o rito de Paulo VI”.
 
A carta trata também da reunião cardinalícia de 16 de maio, que fez alterações ao texto do “preâmbulo Fellay”, supostamente aprovado de antemão pelo próprio Papa: “O exame do texto apresentado por Dom Fellay por uma assembléia de cardeais levou a substanciais pedidos de alterações (“além da questão litúrgica, o reconhecimento do Concílio Vaticano II e do magistério posterior para assim compreender a continuidade com o magistério anterior, a exclusão de nossa referência ao juramento anti-modernista e a introdução de referências ao novo Catecismo, etc.). Estes pedidos foram entregues ao nosso Superior Geral na quarta-feira, 13 de junho. Imediatamente, Dom Fellay respondeu que não poderia assinar tal declaração. Estamos, então, de volta ao ponto de partida”.

O Secretário Geral da Fraternidade declara ainda que o Capítulo Geral definiu os pré-requisitos para uma eventual regularização canônica:

Seriam condições sine qua non para um entendimento aliberdade para guardar, transmitir e ensinar a sã doutrina do Magistério constante da Igreja e da Verdade imutável da Tradição divina; a liberdade para defender, corrigir, repreender, mesmo publicamente, os fautores de erros ou inovações do modernismo, do liberalismo, do Concílio Vaticano II e suas consequências”. E mais: “usar exclusivamente a liturgia de 1962. Manter a prática sacramental que temos atualmente (incluindo: ordens, confirmação, casamento)”. A última condição essencial seria a “garantia de ao menos um bispo”.

Haveria ainda “condições desejáveis”. A Fraternidade gostaria de ter seus “tribunais eclesiásticos próprios em primeira instância”, assim como “isenção das casas da Fraternidade Sacerdotal São Pio X em relação aos bispos diocesanos” e uma “Comissão Pontíficia em Roma para a Tradição em dependência [direta] do Papa, com maioria dos membros e presidência para a Tradição”, pedido este já realizado pelo próprio Dom Marcel Lefebvre em 1987.
 
E conclui o Padre Thouvenot, com algumas considerações acrescentadas a pedido de Dom Fellay: “A Casa Geral está bem ciente dos problemas e inquietações — muitas vezes exageradas, que puderam ser causadas por algumas ambigüidades, ambigüidades que Roma esclareceu apenas recentemente, especialmente com a resposta da Congregação para a Doutrina da Fé em 13 de junho. Dom Fellay é, de toda forma, grato a Roma por finalmente ter esclarecido verdadeiramente a sua posição, o que permite agora lidar com os problemas mais facilmente. Que doravante nossas forças se unam, e que se pare de julgar temerariamente o próximo, assim como de se insultar uns aos outros impunemente.
 
Retirado de Fratres in Unum

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