segunda-feira, 22 de março de 2010

Liturgia Oficial da Forma Odinária do Rito Romano IV

Conforme ao altar e seus objetos :














Liturgia Oficial da Forma Odinária do Rito Romano III

Conforme as Inclinações :









Liturgia Oficial da Forma Odinária do Rito Romano II

Conforme à comunhão :


Liturgia Oficial da Forma Odinária do Rito Romano I

Conforme a Incensação :










Cardeal enumera atitudes atuais de um sacerdote bom pastor



Dom José Policarpo proferiu catequese no quinto domingo da Quaresma



LISBOA, segunda-feira, 22 de março de 2010 (ZENIT.org).- Um desafio do Ano Sacerdotal é “fazer com que os sacerdotes sejam, em tudo e sobretudo, pastores do Povo que lhes foi confiado”.


Essa foi a indicação dada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, ontem, na Sé Patriarcal, na catequese do quinto domingo da Quaresma, em que o purpurado discutiu a atitude sacerdotal de Jesus Cristo ligada à imagem do Bom Pastor.


“Tanto no Antigo como no Novo Testamento a designação de Deus como Pastor do seu Povo exprime, em linguagem tocante e significativa, o intenso amor de Deus pelo seu Povo, define a salvação e o sacrifício que no-la mereceu como ato de amor, de um amor intenso e levado ao extremo”, explica o cardeal.


Cristo “é Sacerdote porque nos salvou; e salvou-nos porque nos amou até ao limite, até ao dom da própria vida. Ele é o Sumo Sacerdote do novo Povo de Deus porque é o seu Bom Pastor”.


Segundo Dom José Policarpo, ligar o sacerdócio de Cristo ao seu amor de Bom Pastor “ajuda a viver cada momento sacerdotal da Igreja como expressão da intensidade atual do amor com que Deus nos ama, em Jesus Cristo”.


“Esta perspectiva do Pastor pode inspirar toda a renovação pastoral na forma de exercer, atualmente, o ministério sacerdotal. Essa pode transformar-se na grande interpelação do Ano Sacerdotal: fazer com que os sacerdotes sejam, em tudo e sobretudo, pastores do Povo que lhes foi confiado.”


O Patriarca de Lisboa enumerou “as atitudes atuais de um sacerdote bom pastor, até para as transformarmos em prece, quando rezamos pelos nossos sacerdotes”.


Um bom pastor “é alguém que guia, que tem a coragem de indicar, à luz da fé, o caminho a seguir. Sabe dizer a verdade com amor. Um bom pastor é um amigo da vida. Ele deve abrir para os outros as fontes da vida eterna”.


“Um bom pastor é aquele que não fica prisioneiro daqueles que o rodeiam sempre, mas vai à procura dos que se desviaram ou nunca vieram; é aquele que, sem desprezar ninguém, dá um lugar especial no seu coração aos pobres, aos pequeninos, aos mais fracos.”


“Um bom pastor é alguém que vigia, está atento, avisa dos perigos; um bom pastor não se apascenta a si mesmo, não usa o seu ministério para proveito próprio; um bom pastor conhece as suas ovelhas.”


“É sobretudo quando celebramos a Eucaristia e damos atualidade à ação sacerdotal de Cristo, que somos os pastores que Ele deseja para o seu Povo. Isso exige que, na nossa vida, nos tornemos ‘modelos do rebanho’”, afirma Dom José Policarpo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O garbo do Cardeal Giuseppe Siri


O Cardeal Giuseppe Siri nasceu em Gênova,na Itália, em 20 de maio de 1906,e faleceu na mesma em 02 de maio de 1989.

De tendência conservadora foi ordenado sacerdote em 28 de setembro de 1928, e em 1944 foi nomeado bispo auxiliar de Gênova ,em 1946 quando do falecimento do arcebispo Boetto, tornou-se arcebispo.Foi arcebispo de Génova de 1946 a 1987, e foi elevado a cardeal em 1953 pelo Papa Pio XII, então participou em quatro conclaves: 1958, 1963, e os dois de 1978. Participou no Concílio Vaticano II (1962-1965) e revelou-se céptico em relação ao aggiornamento,ou seja expressão do desejo de que a Igreja Católica saísse actualizada do Concílio Vati­cano II.Por outras palavras, o aggiornamento é a adaptação e a nova apresentação dos princípios católicos ao mundo actual e moderno, sendo por isso um objectivo fundamental do Concílio Vaticano II, e às reformas propostas pelo Concílio.


Siri é um Papa?

Alguns católicos tradicionalistas acreditam que o Cardeal Giuseppe Siri foi de facto eleito Papa no conclave de 1958, mas que teve que dar o seu lugar a Roncalli (Papa João XXIII) devido às ameaças dos comunistas (nomedamente dos soviéticos). Os apoiantes desta teoria afirmam também que esta suposta resignação do Cardeal Siri era ilegal, por isso eles acreditam que Siri é que era o verdadeiro e legítimo Papa (eles até acreditam que Siri escolheu o nome papal de Gregório XVII). Eles acham por isso que João XXIII era só um mero usurpador ilegal da cátedra de São Pedro.Mas, existem também muitos estudiosos, entre os quais católicos tradicionalistas (ex: Hutton Gibson), que defendem que esta teoria é falsa e foi baseada em interpretações confusas e distorcidas dos factos e de certas notícias em língua italiana.

Entrevista com Pe.Paulo Ricardo-Parte I


Prosseguindo a nossa série de entrevistas sobre a situação litúrgica atual do Brasil e do mundo, após a nossa entrevista com Dom Antonio Keller (Bispo de Frederico Westphalen-RS), nosso entrevistado agora é o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.Ele é Reitor do Seminário Cristo Rei, de Cuiabá (MT), além de ser o único brasileiro que é consultor do Vaticano para assuntos de catequese. Tornou-se muito conhecido nos últimos anos pela sua participação frequente na programação da Canção Nova e pelo site que mantém - http://www.padrepauloricardo.org/ -, onde podemos acessar suas palestras e artigos.Segue a entrevista abaixo...
1. Como V. Revma vê hoje a questão da Liturgia no Brasil e no mundo?
Nós estamos vivendo uma fase nova na história da Liturgia. Nós tivemos durante todo o século 20 um movimento litúrgico extraordinário de retorno as fontes; um progresso imenso no estudo da liturgia. Depois, com execução da Reforma Litúrgica do vaticano II, houve infelizmente uma aplicação muito errada da Reforma. Ela foi, de certa forma, positiva, mas muito mal aplicada. Agora vivemos uma terceira fase: a fase em que retomamos aquilo que poderíamos chamar de o “bonde perdido", retomamos o "trem perdido". Nós estávamos no movimento litúrgico, que foi interrompido por um processo revolucionário da década de 70 e 80, e agora estamos retomando aquele processo litúrgico anterior, para colher os frutos de um verdadeiro movimento litúrgico. É isso que o Papa Bento XVI, pelo menos espera colocar em ato, e aquilo que ele prevê no seu livro "introdução ao Espírito da Liturgia".
2. O saudoso Papa João Paulo II, na sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, falava de "sombras" no modo com a Santa Missa é celebrada. Como interpretar essa expressão?
A meu ver essa sombras são exatamente isso: são frutos da má aplicação da Reforma Litúrgica. Nós vemos que, de alguma forma, entrou dentro do processo litúrgico da Igreja Católica uma mentalidade estranha e alheia a Igreja, que nós poderíamos chamar de mentalidade revolucionária, onde as pessoas fazem a Liturgia subjetiva, a partir dos seus gostos, de suas veleidades subjetivas. O Papa alerta para isso, e é necessário então nós retornarmos a forma tradicional da Igreja celebrar a Liturgia, mesmo que tenhamos os ritos litúrgicos do Vaticano II. Mas a Reforma Litúrgica do Vaticano II deve ser executada em sintonia com a tradição de 20 séculos.
3. Qual a importância do latim na celebração litúrgica? E do canto gregoriano?
A Liturgia só tem sentido quando ela é recebida do passado. Nós precisamos compreender que um rito litúrgico é algo recebido da tradição, recebido dos nossos pais. E é essa a importância do latim e do canto gregoriano. Ao se fazer orações em latim na Liturgia e ao se cantar cantos que foram cantados por gerações e gerações de cristãos antes de nós, nós tomando a consciência de que estamos vivendo algo que não foi inventado por nós, mas que nos une a uma multidão de santos e santas que viveram antes de nós, e que santificarem com aqueles textos e com aqueles cantos; se eles chegaram a se salvar e estar junto de Deus, também nós podemos fazer.
4. É possível resgatar um uso mais regular da língua latina mesmo na forma ordinária do Rito Romano, ou seja, na forma aprova pelo Papa Paulo VI? Como dar os passos para isso?
Não somente é possível como é desejável. Aliás, o próprio Papa Paulo VI e o Concílio Vaticano II sua constituição Sacrassanctum Concilium pediam isso: que os fiéis soubessem recitar e cantar orações em latim e usando o canto gregoriano. Agora, é evidente que tudo isso pode e deve ser feito dentro um processo, de um movimento gradual. Eu costumo sempre dizer que eu odeio tanto revoluções que as rejeito até quando elas são a meu favor. Uma revolução que de repente coloque tudo em latim e em gregoriano seria tão detestável quando a revolução da qual nós estamos querendo nos livrar. O povo de Deus não se move por decreto. O povo de Deus deve ser respeitado e educado lenta e gradualmente, trazido para a plenitude da fé católica e da beleza da Liturgia Católica, porque do contrario seria violentar o povo.
5. Quanto a Santa Missa “orientada” ou celebrada em “Versus Deum” (“Voltados para Deus”, isto é, com sacerdotes e fiéis voltados para a mesma direção), que o Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, recomenda que se faça no seu livro “Introdução ao Espírito da Liturgia”: essa disposição pode ser utilizada mesmo na forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI? Qual o seu significado?
Na verdade as rubricas do Missal aprovado por Paulo VI foram escritas pensando nas duas possibilidades: a Missa voltada para o povo ou a Missa voltada para Deus (também chamada de Missa orientada, já que as Igrejas eram construídas de tal forma que o sacerdote pudesse celebrar voltado para o lugar onde nasce o sol). Muita gente fala da Missa voltada para o povo como sendo uma das “conquistas” do Vaticano II. A verdade é que os documentos do Concílio nem tratam do assunto.A Missa voltada para o povo foi uma adaptação introduzida pelos padres alemães celebravam assim em seus acampamentos com jovens e escoteiros. Isto que era uma situação completamente excepcional tornou-se regra quando da implantação da Reforma Litúrgica. Na minha opinião a Missa voltada para o povo não tem nenhum fundamento teológico, psicológico ou pastoral, se considerarmos a verdadeira natureza da Missa. Sendo assim, a situação atual rompe completamente com a tradição de dois mil anos. Não há nenhum outro Rito Litúrgico que tenha este tipo de prática.A Missa orientada tem a importante “missão” de tirar o sacerdote e colocar Deus no centro da celebração. Todos voltados para a mesma direção, sacerdote e assembléia, dirigem-se como Igreja para Deus e oferecem a ele o Divino Sacrifício Eucarístico.O que fazer então? Segundo o Papa Bento XVI, no livro que você citou, a caminho de retorno, sem que o povo sofra violências, é colocar a cruz de volta no centro do altar. Desta forma o sacerdote celebrante pode olhar claramente para o Crucificado durante a Liturgia Eucarística e não dar ao povo a errada impressão de que está falando com a assembleia.
6. O Santo Padre Bento restaurou, recentemente, a Comunhão de joelhos e na boca em suas Missas celebradas em Roma. Muitos se surpreenderam com essa atitude do Papa. O que pensar disso?
Eu devo confessar uma coisa: eu, durante vários anos como padre, insisti terminantemente que as pessoas comungassem na mão, devido aos meus estudos. Eu estudei as catequeses mistagógicas de São Cirilo, e lá ele ensina a comungar na mão. E eu insistia nisso, porque afinal das contas, são os Santos Padres que estão nos ensinando; é a volta às fontes. E eu insistia nisso, e ficava até com raiva quando um seminarista vinha comungar na boca. Mas vejam: eu sou canonista, e também sabia que o seminarista tinha o direito de receber a comunhão na boca. Por isso, eu não proibia, só ficava incomodado. Tudo isso era o que eu lutava e cria até a pouco tempo atrás, até que Bento XVI me deu uma rasteira.Bento XVI começou a dar a comunhão na Liturgia do Papa para os fiéis de joelhos, num genuflexório e na boca. Eu fiquei inicialmente chocado com aquilo, até que eu fui estudar. Por que ele é Papa! Se ele está tomando uma atitude, alguma razão tem. Então eu fui estudar quais são as razões, e como é que surgiu a comunhão na mão.A primeira coisa que me espantou: descobri que a comunhão na mão - que é algo que podemos fazer, porque foi permitido – ela é uma excessão, segundo a lei canônica; ou seja, canonicamente a forma normal, comum, corriqueira , de se comungar, é na boca. É isso que foi colocado na legislação por Paulo VI e está nas várias legislações de João Paulo II. Mas desde que Paulo VI concedeu a comunhão na mão, ela é claramente uma exceção, permitam-me a redundância, excepcionalíssima. Vamos ficar com a verdade: a atual legislação da Igreja diz que a comunhão normal é na boca. No Missal de Paulo VI , quando ele foi aprovado em 1969 e 1970 – são as primeiras aprovações do Missal que nós celebramos – não existe nenhuma referência à comunhão na mão. A coisa surgiu depois. E investigando, eu descobri que nos países do Norte da Europa – Holanda, Alemanha... – o pessoal começou a comungar na mão por iniciativa própria, por desobediência. O Papa ficou sabendo, e o Vaticano disse: parem com isso! Mas o pessoal continuou. Então chegou uma hora em que, para não ter uma rebelião em massa, o Vaticano deu uma autorização as Conferências Episcopais – como a CNBB, aqui no Brasil, por exemplo – para que elas, se acharem oportuno, peçam permissão a Santa Sé e a Santa Sé então dá permissão para a Conferência receber a comunhão na mão; mas o normal continua sendo a comunhão na boca. E isso eu descobri lendo um livro de um Arcebispo que foi responsável por toda a Reforma Litúrgica: Dom Annibale Bugnini (La Riforma Liturgica 1948 – 1975, Roma: CVL). Foi ele o chefe da comissão responsável por elaborar o Missal que nós temos hoje. E isso ele disse claramente, é ele que narra; eu não ouvi isso de uma fofoca. Quais são as razões de Bento XVI agora estar dando a comunhão na boca e de joelhos? O Papa já falou algumas vezes, quando ele era cardeal, e ultimamente ele tem falado através dos seus ajudantes. Portanto, as informações que vou passar aqui são de ajudantes do Papa, como seu mestre de cerimônias, Mons. Guido Marini; o ex-secretario da Congregação para o Culto Divino, Dom Ranjith, e o atual Prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal Cañizares. O Papa acha que nós estamos correndo um risco muito grande de perder a devoção e a fé na Eucaristia. Infelizmente, em alguns lugares da Igreja, a Presença Real de Jesus na Eucaristia está se tornando uma piada: ninguém acredita mais. São Cirilo de Jerusalém, em suas Catequeses Mistagógicas, recomendava aos seus fiéis que recebessem a comunhão nas mãos, e eu não estou recriminando isso: não é pecado receber a comunhão na mão. Mas São Cirilo não vive nos nossos dias, e eu duvido que na época dele houvesse esse tipo de escândalo que existe hoje, de gente que perdeu a fé na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Isso é muito grave e nós precisamos fazer alguma coisa. Não é uma questão de arqueologia litúrgica: se formos fazer arqueologia, é evidente que a comunhão na mão é muito mais antiga, é muito mais tradicional, do que a comunhão de joelhos e na boca. Mas o problema é que nós estamos em uma época em que a Presença Real de Jesus na Eucaristia está sendo esquecida, deixada de lado, e isso mudou a minha opinião: o Papa tem razão. Uma pessoa que recebe a comunhão de joelhos está se inclinando diante da Majestade de Deus: Deus é Deus, eu não sou nada. A pessoa que está recebendo a Comunhão na boca porque até a migalha mais pequenina da Hóstia Consagrada é preciosa; não somente é pedagógico, mas é verdadeiramente adoração, é verdadeira devoção eucarística, é verdadeira entrega a Deus. Nos tempos que correm, nós não podemos nos dar ao luxo de arqueologismos litúrgicos. No primeiro milênio não tinha comunhão na boca, mas também não tinha herege que não acreditava na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Nós estamos em um tempo diferente, e a Igreja evolui também na sua forma de demonstrar devoção a Cristo. Foi de mil anos para cá que começaram aquelas heresias que negaram a Presença de Cristo na Eucaristia que culminaram com a reforma protestante, que a negou de vez, e agora estamos nessa situação.O Papa está nos dando exemplo de devoção eucarística, de verdadeira união a tradição da Igreja, mas uma tradição que sabe evoluir ao longo dos tempos; a Igreja sabe, como mãe e mestra, colocar o remédio certo na hora certa. E em um tempo em que, infelizmente, acontecem abusos e padres que perdem a fé na Presença de Jesus na Eucaristia, a Igreja como mãe e mestra quer renovar essa fé.
7. Em muitas dioceses há sacerdotes e ministros extraordinários que negam ministrar a Comunhão para o fiel que deseja comungar de joelhos, fazendo que os fiéis passem por situações constrangedoras e gerando escândalo. Como V. Revma. esse fenômeno, e o que fazer em relação a isso?
Eu sou professor de Direito Canônico, e uma das observações que eu faço em aula para os meus alunos é o seguinte: que de uma forma geral os padres e bispos tem alergia ao Direito Canônico, exatamente porque 90% das normas canônicas estão lá para defender os fiéis, os sacramentos e a Palavra de Deus do alvitre dos padres e bispos. Então é evidente que aqueles que são os mais tolhidos pelo Direito Canônico são aqueles que mais recalcitram contra ele. No entanto, o Direito Canônico é necessário. A Igreja dá poder aos padres e bispos, e ao mesmo tempo se apressa em limitá-lo. Porque sabe que pelo nosso pecado original nós temos uma tendência de abusar do poder. Negar a comunhão ao fiel que legitimamente deseja recebê-la de joelhos e na boca é sem dúvida alguma um abuso de poder. Para resolver o problema, eu recomendo aos fiéis prudência e determinação. Prudência para ver se com 10 mil homens você consegue vencer um exercito que vem contra você com 20 mil. E determinação para não abandonar a reverencia e a sacralidade da forma com nós recebemos a Sagrada Comunhão. Penso que é importante que os fiéis insistam num movimento litúrgico em que o verdadeiro espírito da Liturgia seja resgatado, mesmo que esse movimento tenha que pacientemente esperar décadas.
8. E quanto à forma extraordinária do rito romano, a ”Missa Tridentina"?
Como vê V. Revma. esse aumento dos pedidos dos leigos para que se a celebre?
O Missal anterior aquele que nós celebramos hoje é um Missal que santificou gerações e gerações de cristãos. As pessoas vêem que existe algo de errado na forma de se celebrar hoje em dia, e por isso tem a tendência de imputar essas dificuldades ao Missal de Paulo VI. Ou seja, se a Liturgia vai mal, é porque o Missal de Paulo VI é mau. Eu respeitosamente discordo dessa opinião. Eu acho que se nós executássemos o Missal de Paulo VI, se nós obedecêssemos a ele, teríamos uma Liturgia esplendorosa e magnífica. O problema é que não o fazemos. Então existem muitos equívocos com relação ao Missal de Paulo VI. Nós vemos, por exemplo, na internet, com freqüência, abusos litúrgicos que são fotografados e colocados dizendo: “Vejam o Missal de Paulo VI!” Quando isso é incorreto, ou seja, aquilo não é o Missal de Paulo VI, aquilo é o abuso dele. Não posso imputar ao Missal de Paulo VI os atos daqueles que estão destruíndo este Missal. Agora, esses pedidos que aumentam cada vez mais de se celebrar a Liturgia conforme o Rito Extraordinário são pedidos de pessoas bem intencionadas que querem voltar a tradição da Igreja, e por isso devem ser valorizados e respeitados, ao mesmo tempo em que essas pessoas deveriam ser esclarecidas, para que se compreendesse que a atual situação de desrespeito da Liturgia não é devida ao Missal, mas exatamente a ausência de respeito ao Missal.
9. Dizem que nas dioceses e instituições que prezam pela Liturgia bem celebrada, de acordo com as normas liturgias, com incentivo ao canto gregoriano, ao latim, mesmo ao canto popular mais sóbrio, e mesmo em vernáculo celebrada de forma decorosa e solene, haveria um aumento de vocações. Isso é verdade e como podemos analisar este fenômeno?
Eu concordo com o falecido cardeal Hans Urs von Balthasar, que dizia que o homem moderno será atraído para Deus não tanto pela verdade da fé, ou pela bondade do caminho moral cristão, mas pela beleza. Cita-se com freqüência a frase de Dostoiévski “a beleza salvará o mundo”. De alguma forma, é verdade que o homem moderno, se sente muito mais atraído para Deus, para a verdade da fé, e para a bondade do caminho cristão, se esta verdade e esta bondade forem apresentadas de forma bela. Este é o caminho que atrairia muitas pessoas a Deus. E atraindo essas pessoas com a celebração litúrgica bela, bonita e decorosa, certamente, entre elas, haveria muitas vocações. Eu não tenho duvida que uma celebração conforme a tradição da Igreja é fonte de vocações para a Igreja, e que celebrando mal, teremos menos padres, celebrando bem, teremos numerosas vocações.
10. O clero brasileiro percebe a importância do latim, do canto gregoriano, e assim por diante?
É necessário distinguir. Existe uma nova geração que está acordando para isto. A nova geração de padres e seminaristas está resgatando aquilo que a geração anterior jogou fora. Infelizmente esses padres jovens e seminaistas não tem nem poder e nem influencia suficiente para mudar substancialmente o contexto eclesial no qual eles vivem. Mas chegará o dia em que eles estará amadurecidos e prontos para assumir o comando, e então veremos uma situação melhor. Por isso eu diria que o clero brasileiro, de alguma forma, está dividido entre uma geração mais antiga, que viveu a revolução estudantil de 1968, os desmandos da aplicação inicial da reforma litúrgica, a revolução sexual, o secularismo, e todo o tipo de reação adversa ao cristianismo e à Igreja. Esta geração mais antiga é a geração que nos governa atualmente, eles são muito temerosos e resistem a querer enfrentar o mundo moderno. Já a geração mais nova é de uma outra lavra. Eles já nasceram dentro do secularismo, e portanto o rejeitam e não tem medo de enfrentá-lo. O único problema desta nova geração é que muitas vezes ela não tem formação e nem orientação suficiente para notar a sua vocação de transformação e reforma da atual situação de Igreja.
11. Como reitor de seminário, quais os meios que V. Revma. vê para formar seminaristas totalmente ortodoxos em matéria litúrgica ?
Existem inúmeros meios. Uma das coisas que nós fazemos em nosso seminário é não supor que o rapaz que acaba ingressar no seminário é cristão e é católico. A fé ela deve ser transmitida. Então é necessário receber o candidato que ingressa no seminário transmitindo a ele a fé da Igreja, o Catecismo da Igreja Católica, a Tradição da Igreja através de um conhecimento da história da Igreja, sobretudo da história da Igreja antiga, dos Santos Padres e dos primeiros concílios, transmitir a ele o sentido da correta interpretação das Sagradas Escrituras na Tradição da Igreja, e finalmente transmitir também o respeito as normas e aos textos litúrgicos. Se nós edificarmos esse rapaz em todo esse contexto geral de eclesialidade, ele irá, depois, obedecer as normas litúrgicas. A dificuldade que eu vejo sempre na obediência dos padres jovens é muitas vezes a dificuldade da ignorância. Eles não sabem o valor daquilo que estão jogando fora.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Papa visitará Santiago de Compostela e Barcelona em novembro


Confirmam os arcebispos de ambas dioceses

BARCELONA/SANTIAGO DE COMPOSTELA, quarta-feira, 3 de março de 2010- Bento XVI viajará a Santiago de Compostela a 6 de novembro, com motivo do Ano Jacobeu 2010, e no dia seguinte consagrará a igreja da Sagrada Família, em Barcelona.
Foi o que anunciaram na manhã desta quarta-feira os arcebispos de Barcelona e Santiago de Compostela, Dom Lluís Martínez Sistach e Dom Julián Barrio, em coletivas de imprensa.
Muito sorridente, o arcebispo Barrio confirmou a visita do Papa ante numerosos jornalistas, após informá-la às autoridades locais.
O prelado explicou que Bento XVI expressou seu desejo de viajar a Santiago “como peregrino da fé”.
O anúncio da visita a Santiago de Compostela realizou-se dois dias depois da audiência privada no Vaticano, com o Papa, do presidente da Junta da Galícia, Alberto Núñez Feijoo e o arcebispo de Santiago.
A visita de novembro será a segunda de Bento XVI à Espanha, depois da realizada em 2006 a Valência, para presidir o Encontro Mundial das Famílias, e antes da que tem prevista para 2011 a Madri, para presidir a Jornada Mundial da Juventude.
Até agora, a única peregrinação de um Papa a Santiago de Compostela no Ano Jubilar foi realizada por João Paulo II no Ano Santo de 1982.
Por outro lado, a última visita de um Papa a Barcelona aconteceu em 1982, quando João Paulo II, em sua primeira viagem à Espanha, presidiu a uma missa em Montserrat, visitou a igreja da Sagrada Família e se dirigiu a milhares de pessoas no Camp Nou.
A consagração, pelo Papa, do templo idealizado por Antonio Gaudí terá lugar no mesmo ano em que finaliza a cobertura da nave.
Na nave central da Sagrada Família, Bento XVI também celebrará uma missa multitudinária para cerca de 10 mil pessoas.
No dia 17 de fevereiro, o cardeal Lluís Martínez Sistach já adiantava o interesse de Bento XVI em acolher o convite de consagrar a igreja de Gaudí.
“O Santo Padre acolheu o convite com interesse pelo que significa a Sagrada Família, como igreja do gênio universal do arquiteto Antoni Gaudí, que tem a causa de canonização em trâmite”, disse.
Extraído: Zenit

terça-feira, 2 de março de 2010

Para Refletir...
















Em cinco anos, pontificado de Pio XII será aberto a pesquisadores


Diretor do Arquivo Secreto Vaticano nas Jornadas de História em Canárias

LAS PALMAS DE GRAN CANARIA, terça-feira, 2 de março de 2010- O diretor do Arquivo Secreto Vaticano, Dom Sergio Pagano, afirmou nessa segunda-feira, na inauguração das XIII Jornadas de História da Igreja, nas Ilhas Canárias, que o pontificado de Pio XII se abrirá em cinco anos para todos os pesquisadores”.
Segundo o diretor, a abertura da documentação do pontificado de Pio XII depende de aspectos técnicos e da decisão do Papa. Pelo momento, o setor está fechado, mas quando quando se abrir aos estudiosos, não haverá nenhuma censura.
Atualmente se trabalha sobre milhões de cartas de Pio XII do período de 1939 a 1958, ano da morte do pontífice.
“A Santa Sé tem todo interesse em abrir amanhã mesmo, porque não há medo. Mas ainda não estamos preparados por motivos científicos, há que numerar, protocolar, conservar e registrar, pôr em ordem todas as cartas.”
“Conhecemos também a história por outros documentos de arquivos de países europeus. Quando se abrir o pontificado de Pio XII, haverá precisões, contextualizações, mas não se espera nada de misterioso nem surpresas. Ver-se-á muito bem o que Pio XII fez em relação aos judeus”.


Fonte: Zenit
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...