O porta-voz vaticano, padre Lombardi, indicou que poderiam tratar-se de «alguns pontos de detalhe», como a «plena harmonização com outro documento relacionado com o Conclave, o “Ordo Rituum Conclavis”»
Alessandro Speciale Roma
«O Papa está considerando a publicação de um Motu proprio, nos próximos dias, obviamente antes de que comece a sede vacante, para esclarecer alguns pontos particulares da Constituição Apostólica sobre o Conclave (“Universi Dominici Gregis”, ndr.) que, durante os últimos anos, lhe foram apresentados».
Segundo Lombardi, as indicações do Motu Proprio poderiam se relacionar com «alguns pontos de detalhes», como a «plena harmonização com outro documento relacionado com o Conclave, quer dizer o ''Ordo Rituum Conclavis''», que regula as orações e a as fórmulas recitadas para a eleição de um novo Papa, «De qualquer maneira – concluiu – a questão depende da avaliação do Papa, pelo que, se fará um texto novo, ou se indicará da maneira oportuna».
Durante um encontro que houve esta manhã no Vaticano, o Vice-Prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana, Ambrogio Piazzoni, explicou que, à luz da legislação atual, «se os cardeais chegam a Roma antes dos 15 dias de espera previstos, não há nada que esperar», e, neste caso, a reunião dos cardeais poderia dar-se antes do prazo estabelecido pela“Universi Dominici Gregis”.
A Constituição estabelece, no parágrafo 37, que a partir do momento em que a Sé Apostólica está legitimamente vacante, os Cardeais eleitores devem esperar durante quinze dias aos ausentes; ademais, o Colégio dos Cardeais tem a faculdade de retardar, se existem motivos muitos graves, o início da eleição. No máximo depois de que hajam passado 20 dias do início da sede vacante, todos os cardeais eleitores presentes terão que começar a eleição.
Piazzoni sublinhou que, de qualquer maneira, «até às 19h59min de 28 de fevereiro, o Papa é o supremo legislador e pode intervir nas normas que regulam o Conclave», porque «o Santo Padre é o único que pode intervir na legislação relativa ao Conclave». Até o momento de sua renúncia, adicionou, «a interpretação da lei a pode dar somente o Papa».
Há alguns dias, o padre Lombardi tinha excluído qualquer novidade sobre a data de início do Conclave e disse ainda que a questão « foi plantada inclusive por diferentes cardeais e esperamos uma resposta autorizada, apenas que esteja disponível ». «A situação é um pouco diferente da anterior, na que a convocação aos cardeais se fez quando já estava vacante a sé, enquanto neste caso, com a comunicação antecipada da renúncia algumas semanas antes e o anúncio do começo da sede vacante antecipadamente, os cardeais, obviamente já estão conscientes e podem se preparar para vir com mais tempo» a Roma. E o jesuíta também explicou que na eventualidade de que já tenham chegado, de que não tenha que esperar a ninguém, «se pode interpretar a constituição apostólica de forma diferente. A pergunta existe, alguns têm a plantado, alguns a têm proposto. O problema segue aberto».
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