Lisboa, 17 abr 2013 (Ecclesia)
– O superior da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), fundada por
D. Marcel Lefèbvre (1905-1991), revelou numa carta que o diálogo com a
Santa Sé para o reconhecimento canónico, iniciado com Bento XVI, está
encerrado, sem sucesso.
“A
Fraternidade encontrou-se numa delicada posição durante grande parte do
ano 2012, em razão do último movimento feito por Bento XVI que
procurava normalizar a nossa situação. As dificuldades provinham das
exigências que acompanhavam a proposta romana – as quais não pudemos e
não poderemos nunca subscrever”, escreve D. Bernard Fellay, em missiva
divulgada na internet.
Em junho de 2012, a Santa Sé revelou que
tinha proposto a criação de uma prelatura pessoal para a FSSPX depois de
ter pedido aos seus membros a aceitação de um preâmbulo que apresentava
“certos princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina
católica necessários para garantir a fidelidade ao magistério da
Igreja”.
Entre as questões que separam as duas partes destacam-se
a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério
pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o
ecumenismo ou a liberdade religiosa.
D. Bernard Fellay confirma
ter recebido uma carta do próprio Bento XVI “a manifestar claramente e
sem ambiguidades as condições que eram impostas para uma normalização
canónica”.
“Estas condições são de ordem doutrinal: recaem sobre a
aceitação total do Concílio Vaticano II e da missa de Paulo VI.
Portanto, como escreveu D. Augustine Di Noia, vice-presidente da
Comissão Ecclesia Dei, numa carta dirigida aos membros da Fraternidade
São Pio X em fins do ano passado, no plano doutrinal permanecemos no
ponto de partida, tal como se estava nos anos 70” do século passado,
acrescenta o texto.
Em março de 2009, Bento XVI enviou uma carta
aos bispos de todo o mundo, para explicar a remissão das excomunhões de
quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo
arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.
Na
altura, o agora Papa emérito escreveu que "enquanto a Fraternidade não
tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não
exercem ministérios legítimos na Igreja (...) enquanto as questões
relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui
qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros (...) não
exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja"
Fonte: Blog do Pe.Valderi
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