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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Réquiem aetérnam dona eis, Dómine.

A Morte do Justo e a Morte do Pecador
 "[...] Mas se morrermos com Cristo, temos fé que também viveremos com Ele, sabendo que Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre, a morte não tem mais domínio sobre ele.Porque, morrendo, ele morreu para o pecado uma por todas; vivendo, ele vive para Deus.Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus [...]"(Rm 6,8-11).

Sabemos que ao morrermos teremos um lugar reservado no Céu, cabe somente a nós irmos ou não.Se tivermos fé ressuscitaremos com Cristo, e viveremos para sempre com Ele e NEle, porque a morte não terá domínio nenhum sobre o nosso Deus. Ao sermos batizados nós morremos com Cristo, e ressuscitamos ao mesmo tempo, ou seja, morremos para o pecado e renascemos para a vida eterna. Após a Ressurreição de Nosso Senhor, as portas do Céu foram abertas para nós, em seu amor poderemos ser salvos.

"[...]Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal, sujeitando-vos às suas paixões; nem entregueis vossos membros, como armas de injustiça, ao pecado; pelo contrário, oferecei-vos a Deus como vivos provindos dos mortos e oferecei vossos membros como armas de justiça a serviço de Deus. E o pecado não vos dominará, porque não estais debaixo da Lei,mas sob a graça.E daí? Vamos pecar, porque não estamos mais debaixo da Lei mas sob a graça?De modo algum![...]Porque o salário do pecado é a morte, e a graça de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.[...]".(Rm 6,12-15;23)

A Libertação do cristão, que Paulo fala, significa a libertação pela morte, pois a morte liberta da vida anterior e de suas servidões.Unido pela fé e pelo batismo ao Cristo morto e ressuscitado, o cristão está morto ao pecado, para viver sob a graça do Espírito Santo.Da mesma forma que o liberto pertence a seu novo senhor, assim também o cristão ressuscitado em Cristo  não vive mais para si mesmo, mas para Cristo e para Deus.O cristão está morto para a Lei, como para o pecado, pelo "corpo de Cristo", morto e ressuscitado.

A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois "santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que "a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que écompletamente distinta do castigo dos condenados" (Catecismo da Igreja Católica).


Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, "o Céu não tem portas" (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial 'ante-sala'.

"As almas do Purgatório, diz o Concílio de Trento, podem ser socorridas com os sufrágios dos fiéis e de modo particularmente eficaz com a Santa Missa".A razão disto reside no fato que no Sacrifício, o sacerdote oferece ao Pai debaixo das espécies eucarísticas, a Deus oficialmente o resgate das almas, quer dizer, o Sangue de Jesus Cristo, e em que o mesmo Senhor Jesus Cristo se oferece ao Pai no ato da Missa, salva as almas que padecem no Purgatório, dando-lhes o refrigério da luz e da paz.

Não há pois dia, em que a Igreja não recorde dos fiéis defuntos.Visitemos os cemitérios neste dia, pedindo a Deus que se complete para os nossos mortos a vitória sobre o pecado e som a morte, e que no dia final sobre o tocar das trombetas, ressurjam revestidos de glória imortal para cantar os louvores de Deus para sempre.

"Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!"

Festa de Todos os Santos


 A Igreja é indefectivelmente santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santificá-la; por isso todos, na Igreja, são chamados à santidade (cf. LG 39). A Igreja prega o mistério pascal nos santos que sofreram com Cristo e com Ele são glorificados; propõe aos fiéis seus exemplos que atraem todos ao Pai por meio de Cristo, e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus (cf. SC 104). Hoje, numa só festa, celebram-se, junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida (cf. Ap 20,12). Começou-se a celebrar a festa de todos os santos, também em Roma, desde o século. IX.

Que é um Santo?
Compõe-se dos que na Terra andaram pelos passos de Jesus, dos pobres de espírito, dos mansos, dos aflitos, dos que sofreram fome e sede de justiça, dos misericordiosos, dos puros, dos pacientes, dos que foram perseguidos pelo Nome de Jesus.Alegrai-vos, lhes dizia o Mestre, porque a vossa recompensa será grande nos céus.Entre estes milhares de justos que foram na terra discípulos fiéis de Cristo encontramos muitos dos nossos  parentes, amigos e familiares, filhos de nossa terra, os quais já participam da glória do Senhor, Rei dos reis e coroa dos Santos.

Ao assistirmos à Missa neste dia, lembremo-nos que o sacerdócio de Cristo Jesus na Terra, exercido invisivelmente nos nossos altares se identifica com o que visivelmente exerce no Céu.Os altares da terra onde reside o Cordeiro de Deus e o altar do Céu onde o mesmo Cordeiro se ostenta de pé e em estado de vítima são um e o mesmo altar. Toda a missa procura despertar em nós esta presença do Céu, e quer que a cada vez que vamos assistir ao Santo Sacrifício tomemos mais ainda o gosto de querer ser Santos. Através do prefácio e da coleta coloquemos os nossos pedidos ao nosso Deus, através dos Santos, e Anjos que adoram inesgotavelmente a majestade suprema de Nosso Senhor.

Apocalipse de São João

Antigamente os reis marcavam os servos e os soldados com o sinete real. Diz S.João que o Senhor tem também um sinete e que assinala com ele os bons para indicar que Lhe pertencem.Os 144.000 assinalados com este sêlo divino (número simbólico resultante dos 12.000 multiplicados pelas 12 tribos) representam os convertidos do judaísmo.A multidão, os outros povos vindos do paganismo.Os Anjos unem os seus louvores com os dos homens e todos, em formoso conjunto, dão glória a Deus e a Jesus Cristo Nosso Senhor.


Eu, João, vi um outro anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo e gritava, em alta voz, aos quatro anjos que tinham recebido o poder de danificar a terra e o mar, dizendo-lhes:“Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus”.

Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas
e traziam palmas na mão. Todos proclamavam com voz forte: “A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”. Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono e dos Anciãos e dos quatro Seres vivos e prostravam-se, com o rosto por terra, diante do trono. E adoravam a Deus, dizendo:“Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém”. E um dos Anciãos falou comigo e perguntou: “Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde vieram?” Eu respondi: “Tu é que sabes, meu senhor”. E então ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.

Solenidade de Todos os Santos


Kyrie, eleison (Kyrie, eleison.)
Christe, eleison (Christe, eleison.)
Kyrie, eleison (Kyrie, eleison.)

Pater de caelis, Deus, (miserere nobis.)
Fili, Redemptor mundi, Deus, (miserere nobis.)
Spiritus Sancte, Deus, (miserere nobis.)
Sancta Trinitas, unus Deus, (miserere nobis.)

Sancta Maria, (ora pro nobis.)
Sancta Dei Genetrix, (ora pro nobis.)
Sancta Virgo virginum, (ora pro nobis.)

Sancte Michael Gabriel et Raphael, (orate pro nobis.)
Omnes sancti Angeli, (orate pro nobis.)

Sancte Abraham, (ora pro nobis.)
Sancte Ioannes Baptista, (ora pro nobis.)
Sancte Ioseph, (ora pro nobis.)
Omnes sancti Patriarchae et Prophetae, (orate pro nobis.)

Sancte Petre et Paule, (orate pro nobis.)
Sancte Andrea, (ora pro nobis.)
Sancte Ioannes et Iacobe, (orate pro nobis.)
Sancte Matthaee, (ora pro nobis.)
Omnes sancti Apostoli, (orate pro nobis.)

Sancte Marce, (ora pro nobis.)
Sancta Maria Magdalena, (ora pro nobis.)
Omnes sancti discipuli Domini, (orate pro nobis.)

Sancte Stephane, (ora pro nobis.)
Sancte Ignati, (ora pro nobis.)
Sancte Polycarpe, (ora pro nobis.)
Sancte Iustine, (ora pro nobis.)
Sancte Laurenti, (ora pro nobis.)
Sancta Agnes, (ora pro nobis.)
Omnes sancti martyres, (orate pro nobis.)

Sancti Leo et Gregori, (orate pro nobis.)
Sancte Ambrosi, (ora pro nobis.)
Sancte Augustine, (ora pro nobis.)
Sancti Basili et Gregori, (orate pro nobis.)
Sancte Benedicte, (ora pro nobis.)
Sancte Ioannes Maria, (ora pro nobis.)
Sancta Teresia, (ora pro nobis.)
Sancta Elisabeth, (ora pro nobis.)
Omnes Sancti et Sanctae Dei, (orate pro nobis.)

Propitius esto, (libera nos Domine.)
Ab omni malo, (libera nos Domine.)
A morte perpetua, (libera nos Domine.)
Per Incarnationis tuae, (libera nos Domine.)
Per sanctam resurrectionem tuam, (libera nos Domine.)
Per refusionem Spiritus Sancti, (libera nos Domine.)

Christe Fili Dei vivi, (miserere nobis.)
Qui in hunc mundum venisti, (miserere nobis.)
Qui in mortem propter nos accepisti, (miserere nobis.)
Qui a mortuis resurrexisti, (miserere nobis.)
Qui Spiritum Sanctum in Apostolos misisti, (miserere nobis.)
Qui venturus es iudicare vivos et mortuos, (miserere nobis.)

Ut nobis parcas, (te rogamus audi nos.)
Ut ecclesiam tuam sanctam regere et conservare digneris, (te rogamus audi nos.)
Ut omnes homines ad Evangelii lumen perducere digneris, (te rogamus audi nos.)

Christe audi nos, (Christe audi nos.)
Christe exaudi nos, (Christe exaudi nos.)
Christe exaudi nos, (Christe exaudi nos.)

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, (miserere nobis.)
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, (miserere nobis.)
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, (miserere nobis.)

Christe audi nos, (Christe audi nos.)
Christe exaudi nos, (Christe exaudi nos.)

Kyrie eleison, (Christe eleison.)
Kyrie eleison. Amen.



P.S. Para saber a origem da festa de todos os Santos clique no link.

domingo, 31 de outubro de 2010

O Senhor sentar-se-á como Rei para sempre.O Senhor dará paz ao seu povo.

Para saber a origem da festa de Cristo Rei do Universo, clique aqui.

Quando o Papa Pio XI proclamou a festa de Cristo Rei, ele quis dizer que Nosso Senhor não é somente o Rei dos Céus e da Terra, mas é também o Rei do homens, ou seja, instituiu um reinado social de Cristo perante todos.Mas será que deixamos Cristo ser o nosso Rei?Será que ele é o Rei das nossas famílias?Será que ele é o Rei da nossa consciência, dos nossos pensamentos, palavras e ações?Será que ele é o Rei da nossa Nação?Precisamos dizer SIM a Nosso Senhor, precisamos deixar que o seu reino entre no nosso meio.

Hino da Festa de Cristo Rei

Te sæculórum Príncipem,
Te, Christe, Regem Géntium,
Te méntium te córdium
Unum fatémur árbitrum.

Scelésta turba clámitat :
Regnáre Christum nólumus :
Te nos ovántes ómnium
Regem suprémum dícimus.

O Christe, Princeps Pácifer,
Mentes rebélles súbjice:
Tuóque amóre dévios,
Ovíle in unum cóngrega.

Ad hoc cruénta ab árbore
Pendes apértis bráchiis,
Diráque fossum cúspide
Cor igne flagrans éxhibes.

Ad hoc in aris ábderis
Vini dapísque imágine,
Fundens salútem fíliis
Transverberáto péctore.
Te natiónum Præsides
Honóre tollant público,
Colant magístri, júdices,
Leges et artes éxprimant.

Submíssa regum fúlgeant
Tibi dicáta insígnia:
Mitíque sceptro pátriam
Domósque subde cívium.

Jesu tibi sit glória,
Qui sceptra mundi témperas,
Cum Patre, et almo Spíritu,
In sempitérna sæcula. Amen

sábado, 30 de outubro de 2010

Rezemos ao Anjo Principado do Brasil


Lembrai-vos, Senhor, de Vossas Misericórdias, que sempre haveis concedido; jamais nos dominem nossos inimigos; ponde cobro, Deus de Israel, a todas as nossas angústias.A Vós, Senhor, levantei minha alma; meu Deus, em Vós confio, não serei confundido.

Não desprezeis, Senhor, o Vosso povo que chama aflito por Vós, mas por causa da glória do Vosso Nome vinde em auxílio dos atribulados.

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.


Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio

Contra o Aborto!

Tinha oito meses de gravidez e autoridades chinesas a obrigaram a abortar

O jornal Daily Mail informou que na China doze policiais pagaram uma briga de golpes contra uma mulher grávida de oito meses, levaram-na a um hospital e praticaram um aborto forçoso como parte da polêmica política populacional de um único filho por família que já cumpriu 30 anos de vigência.


Segundo o jornal inglês, o caso ocorreu perto da cidade de Xiamen um mês depois que o governo de Beijing tenha anunciado que não modificará suas leis de planejamento familiar a curto prazo.

A cidadã Xiao Aiying de 36 anos de idade recebeu repetidos golpes no ventre e foi transladada ao hospital onde os médicos injetaram nela uma substância abortiva.

O pai do bebê, Luo Yanquan, um operário de construção, denunciou que os agentes "a agarraram pelas mãos e golpearam sua cabeça contra uma parede. Logo a atiraram no chão e chutaram o seu ventre".

"Nossa filha de 10 anos estava encantada com a ideia de ter um irmãozinho ou irmãzinha. Não sei como explicaremos a ela o que ocorreu", acrescentou.

Em 25 de setembro de 1980 uma circular da Partido Comunista da China ordenou oficialmente aos seus membros e aos da Liga da Juventude Comunista que tivessem só um filho, uma norma que depois se aplicaria a toda a população. A aplicação da norma prevê abortos forçosos, multas e até cárcere para quem tenha mais de um filho.

Da: ACI Digital

Vigília da Festa de Cristo Rei do Universo


Honra, glória, louvor sempiterno
A Jesus, a Jesus Redentor!
Deus de Deus, Luz de Luz, Verbo eterno
Cristo Rei, do Universo Senhor

Jesus Rei Deus verdadeiro
O teu Reino venha a nós;
Obedeça o mundo inteiro,
Ao poder de tua voz.

Todo o orbe homenagens Lhe renda,
Aos seus pés traga o mundo cristão
De almas livres a livre oferenda
Corações para o seu coração!

Também nós Brasileiros, queremos
De Jesus a realeza aclamar!
De nossa alma os afetos supremos
São por Ele, sua lei, seu Altar!

Rubejantes emblemas que bordam
Nossos peitos, sagrados broqueis,
Sangue e ouro nas cores recordam:
Cruz e glória aos Apóstolos fiéis.

Ruja embora a inimiga coorte
Contra nós, defensores da Cruz,
Nosso brio no prélio é mais forte;
A vitória será de Jesus!

O estandarte do amor se desdobra,
Brilha aí o sinal do perdão!
Ele guia os valentes à obra
Do divino e imortal Coração.

A bandeira da pátria! ... Levai-a,
Brasileiros, aos pés de Jesus!
E a suprema homenagem! ... Curvai-a:
Ela é o símbolo da Terra da Cruz!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Papa falou e os Bispos deixaram claro: NÃO À DILMA E AO PT

Dilma segue defendendo descriminalização do aborto no Brasil com falsas cifras

Números da candidata não coincidem com o DataSUS.Nem sequer existem prisões suficientes para tantas mulheres no país, defendeu.


Depois do discurso do Papa aos bispos brasileiros do Regional Nordeste , no qual o Santo Padre recordou que seria falsa qualquer defesa dos Direitos Humanos que não compreendesse a defesa do direito à vida, a candidata do PT, Dilma Rousseff ofereceu algumas declarações à imprensa nas quais defende que as “3 milhões e 500 mil mulheres” que abortam anualmente no Brasil não deveriam ir ao cárcere. “Não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda esses milhões de mulheres”, defendeu a presidenciável. Dilma alegou que “a cada dois dias morre uma mulher nessa circunstância”, ou seja, provocando o aborto. Segundo cifras oficiais, o sacerdote Berardo Graz, o “Padre pela Vida” desmente o dado da petista.

Ao ser perguntada em Brasília sobre a mencionada alocução do Papa Dilma afirmou que não via relação entre este discurso e a sua campanha, na qual reiteradas vezes a candidata afirmou que no seu governo o aborto será tratado como tema de saúde pública.

“Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação”, afirmou.

O jornalista católico Reinaldo Azevedo criticou esta afirmação da candidata dizendo que a posição do Papa não é “a crença dele”, mas a posição da Igreja Católica.

“É a crença de mais de um bilhão de católicos no mundo inteiro, para os quais o papa é a máxima autoridade religiosa”, afirmou o blogger da Veja.


O discurso de Dilma é contraditório. A candidata se diz “pessoalmente contra” o aborto, mas defende sua despenalização, como o fez anteriormente em entrevista à Folha em 2007 e à Revista Marie Claire em 2009. A petista, em sua carta aos evangélicos, se comprometeu a manter a legislação que penaliza o aborto com reclusão de 1 a 3 anos para a mulher que realiza o aborto em si mesma ou consente que outra pessoa o faça e 3 a 10 anos de cadeia para a pessoa que faz o aborto em uma mulher sem seu consentimento, exceto no caso de estupro ou no caso de risco à vida da mãe.

No primeiro turno da campanha Dilma afirmou no debate da UOL que aborto deveria estar disponível, e portanto de forma legal, para as mulheres porque recorrem a ele “no desespero”.

Dilma alega que por ser ilegal as mulheres pobres morrem por terem que realizar o aborto de forma insegura “com agulhas de tricô” e “chás absurdos”. Na entrevista de ontem Rousseff afirmou ainda: "sei que morre a cada dois dias uma mulher nessa circunstância e não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda esses milhões de mulheres". A candidata afirmou que o número de mulheres que abortam no Brasil é de 3.5 milhões e que “outros dizem que são 5 milhões e 300 mil”. Dilma defendeu ainda que nem sequer existem prisões suficientes para tantas mulheres no país, criticando a atual legislação perante a qual o aborto é um crime.

Os números da candidata do governo não coincidem com os números do próprio governo, no DataSUS.

Se fizermos as contas com as cifras de Dilma, a candidata estaria afirmando que no Brasil a cada ano morreriam 182 mulheres (uma a cada dois dias) por aborto provocado. Em um recente vídeo o Padre pela vida, o sacerdote Berardo Graz, coordenador da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, denuncia a falsidade destes números. Segundo o “Padre Pela Vida” das 1.590 mortes maternas registradas pelo DataSUS no período 2007 “só 200” foram por causa de aborto”. O Pe. Graz faz uma ressalva explicando: “Aborto ainda não especificado, porque dentre destas 200, várias morrem por aborto espontâneo”, ou por alguma patologia da reprodução como por exemplo, a gravidez ectópica”. “Na realidade vítimas de morte por aborto clandestino ou aborto provocado não chegam a 100, ou até menos”, assevera o sacerdote, assegurando que “dentre todas as causas de morte de mulheres, o aborto é a última”.

Segundo o portal de notícias G1, “a curetagem após aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 1995 e 2007, segundo levantamento do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo. Com base em dados do Ministério da Saúde, os pesquisadores analisaram mais de 32 milhões de procedimentos nesse período”. No entanto a própria autora do estudo adverte que "as informações disponíveis no DataSUS não permitem diferenciar a curetagem resultante do aborto espontâneo da do provocado". Mesmo supondo que estes 32 milhões de aborto realizados em um período de 12 anos, foram provocados teríamos uma média de 2.6 milhões abortos anuais, quase 1 milhão a menos do que a candidata afirmou. Portanto, as cifras superiores a 3 ou até 5 milhões de mulheres citadas por Dilma, não têm fundamento nos números oficiais.

Não seria a primeira vez que membros do governo Lula, como a ex-ministra da Casa Civil e agora candidata, Dilma Rousseff, oferecem dados aumentados sobre o número de mortalidade de mulheres culpando a atual legislação pela suposta morte de centenas ou até milhares de mulheres que devem realizar o aborto na clandestinidade. Em um recente envio o boletim Situação da Defesa da Vida (SDV) afirma que estas mortes, "não são milhares, como afirma (o Ministro da Saúde) Temporão à imprensa, nem 115, 152 ou 156, como foi afirmado pela Ministra Nilcéia em documento oficial entregue ao CEDAW. (...) As mortes por falhas de tentativa de aborto provocado (às quais se referia Dilma Rousseff), as únicas realmente registradas como tais nos dados do DataSUS, foram, respectivamente nestes anos de 2002, 2003 e 2004, em número de 6, 7 e 11 mortes”, afirma o boletim do SDV.

Para ver estes números de mortalidade materna segundo o DataSUS recomendamos o seguinte vídeo:


Vídeo do Padre Bernardo Graz, o "Padre pela Vida":


Dom José Sobrinho martelo contra os abortistas!

Aproveitando o fantástico discurso de S.S. Bento XVI sobre a questão de defesa da vida e da participação de católicos na política, uma frase citada pelo Sumo Pontífice, retirada da Encíclica Evangelium Vitae, encaixa-se perfeitamente em um caso recente e polêmico acontecido no Brasil: a coragem do então Arcebispo de Olinda e Recife, que lutou sozinho contra a imensa maioria da mídia brasileira e da opinião pública para defender a vida de duas crianças que foram mortas sob um manto de enganação e desinformação.


"ao defender a vida 'não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo'"(Evangelium Vitae, 82)


Como deixar de lembrar e louvar o abnegado e incansável trabalho de D. José Cardoso Sobrinho pela preservação da vida de seres humanos ainda não nascidos? Como deixar de lembrar a onda de fúria que se abateu sobre sua pessoa e sobre a Igreja? E enfrentando esta vaga de ódio lá estava D. José, defendendo os ensinamentos da Santa Igreja com a força que vem do alto.

D. José "lutou o bom combate", jamais contemporizou com o mal para se tornar mais popular. Enquanto era incompreendido por tantos e odiado por muitos outros, lá permanecia D. José onde a Igreja precisava que ele estivesse: cumprindo sua missão de pastor, jamais conformando-se com a mentalidade deste mundo

Neste momento em que o Santo Padre esclarece mais ainda o que sempre foi ensinado pela Igreja, o que demonstra a urgência da questão da defesa da vida e a loucura dos que lhe são contrários, lembremos de D. José Cardoso Sobrinho e sua coragem de profeta.

Obrigado, Dom José!

De: Contra o Aborto

Norte do Laos prepara sua primeira ordenação sacerdotal em 40 anos

O norte do Laos prepara sua primeira ordenação sacerdotal em 40 anos: será celebrada no próximo dia 12 de dezembro, segundo anunciou o administrador apostólicos de Luang Prabang, Dom Tito Banchong.


O futuro sacerdote nasceu há 30 anos, na localidade de Phomvan, onde também será sua ordenação, segundo informou a agência AsiaNews.

Ele se chama Pierre Buntha Silaphet e compartilha o nome de Buntha com o primeiro sacerdote da região, o Pe. João Bosco Buntha, também da etnia K'hmu', que foi ordenado em 1970.

O bispo Banchong conseguiu obter todas as autorizações necessárias das autoridades para celebrar a ordenação.

As autoridades deram a entender, ainda que de maneira não-oficial, que a cerimônia deverá ser realizada sem muito realce, como uma celebração local.

Desde 1975, o vigariado de Luang Prabang não tem catedral, mas somente pequenas capelas dispersas.

O governo acompanha de perto a atividade da vida da Igreja e das comunidades minoritárias cristãs. Em 2007, em outro vigariado apostólico do Laos, Paksé, celebrou-se uma ordenação sacerdotal, a primeira de um laosiano nos últimos 50 anos.

Lá é onde se encontra o único seminário maior de todo o território nacional – aprovado, ainda que controlado pelo governo –, onde atualmente 18 seminaristas se preparam para o sacerdócio, segundo a agência Ucanews.

Durante o século XX, a missão de Laos foi perseguida com força no tempo das lutas internas pela conquista do poder e ao surgir a ditadura comunista.

De fato, com a ascensão ao poder dos comunistas do Pathet Lao em 1975, aumentou ainda mais a perseguição de missionários e catequistas; nesse ano, o novo regime comunista expulsou de Laos todos os missionários estrangeiros.

Desde aquele ano, nenhum instituto religioso internacional com membros estrangeiros pode entrar nem desenvolver seu trabalho no país.

Laos conta com 12 sacerdotes católicos e com cerca de 40 mil católicos, que representam 0,65% da população, de maioria budista.

A Igreja Católica está presente neste país asiático localizado na Indochina com 4 vigariados apostólicos: Luang Prabang, Paksé, Savannakhet e Vientiane.

Fonte: Zenit

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

São Simão e São Judas, Apóstolos


Os laços do sangue e a semelhança do apostolado juntaram na mesma festa S.Simão e S.Judas. Recordemos, na ocorrência destas festas em honra dos Apóstolos, que a S.Igreja nada tem mais a peito que a integridade da fé.É com efeito a fé do nosso Batismo, transmitida desde os Apóstolos até nós, que nos confere o privilégio de pertencer ao Corpo de Cristo e nos conserva na verdade, que é caminho para Deus.

São Simão:



Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa "zeloso".

Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia.

Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos.

Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

São Judas Tadeu:


Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: "Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?" (Jo 14,22).

Temos uma epístola de Judas "irmão de Tiago", que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente". Orígenes achava esta epístola "cheia de força e de graça do céu".

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia.

Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.

Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.

Dom Athanasius Schneider concede entrevista à Paix Liturgique.

A reforma da reforma promovida pelo Santo Padre é uma obra que vai avançando lentamente por lhe faltar, até ao momento, o necessário apoio por parte da hierarquia episcopal. Apesar de a maioria dos prelado se manter numa atitude de quem fica à espera, alguns houve que optaram por se lançar com entusiasmo e obediência na promoção do novo movimento litúrgico desejado por Bento XVI. Para nós, é uma alegria poder apresentar-lhes esta semana a primeira parte de uma conversa com um desses prelados, Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Atanásio Schneider, bispo auxiliar de Karganda, no Cazaquistão, e autor do livro “Dominus Est”, sobre o rito da Comunhão — publicado em Portugal em Setembro de 2008 pela editora Caminhos Romanos – Unipessoal, Lda. e, no Brasil, em Maio de 2009, pela editora Raboni. É precisamente sobre esta questão da Comunhão que o Senhor Dom Atanásio nos hoje vai falar.

1) Antes de mais, será que o Senhor Dom Atanásio nos poderia apresentar a ordem religiosa a que pertence: os Cónegos Regulares da Santa Cruz, também conhecidos pelo nome de Cónegos de Coimbra?


S.E.R., Senhor Dom Atanásio Schneider: A ordem foi criada no ano de 1131, em Coimbra, em Portugal, por Dom Telo e São Teotónio, o primeiro português a ser canonizado. Fundaram-na com outros dez religiosos e optaram por seguir a regra de Santo Agostinho, pondo-se sob a dupla protecção da Santa Cruz e da Imaculada Conceição. A ordem conheceu logo um rápido crescimento.

Também ele português de nascença, Santo António de Pádua, chegou a pertencer à ordem antes de se juntar aos franciscanos. Em 1834, o governo português interditou as ordens religiosas. Sem embargo disso, para a Igreja, uma ordem só se considera extinta 100 anos após a morte do último dos seus membros. Tendo em conta esta disposição, o Primaz de Portugal decidiu relançar a ordem logo após o fim do concílio Vaticano II. O seu renascimento foi aprovado em 1979 por um decreto da Santa Sé, assinado pelo Senhor Dom Augusto Mayer, que então era o Secretário da Congregação para os Religiosos.

A ordem dedica-se à veneração da Santa Cruz e dos anjos, estando particularmente ligada à obra levada a cabo pelo Opus Angelorum. Tendo nascido na Áustria, em 1949, o Opus Angelorum veio a originar em 1961 a Confraria dos Anjos da Guarda, que tinha a vocação de reunir os “irmãos da Cruz”. A fundadora do Opus Angelorum, uma humilde mãe de família austríaca, Gabrielle Bitterlich, queria trazer uma ajuda espiritual aos sacerdotes e participar na expiação dos pecados destes através da prática da adoração eucarística.

O Opus Angelorum, depois de ter sido alvo de várias intervenções por partes da Santa Sé, com o intuito de clarificar o seu funcionamento, veio por fim a tornar-se, depois de 2007, na ordem terceira dos Cónegos Regulares da Santa Cruz.

A ordem conta com 140 membros, dos quais 80 são sacerdotes, e está presente na Europa, na Ásia e na América.

No seio da ordem, a Missa é celebrada de acordo com o Novus Ordo, mas “versus Deum”, sendo a comunhão distribuída segundo a forma tradicional, a mesma que o Santo Padre pôs em lugar de honra nas cerimónias a que preside: comunhão na língua estando os fiéis ajoelhados. Com esta opção, a ordem perpetua também a memória da fundadora do Opus Angelorum, que já muito sofrera com a generalização da comunhão na mão.

2) Senhor Dom Atanásio, foi este especial respeito pela Eucaristia que o incitou a entrar na ordem?

AS: Foi. É preciso que saiba que vivi durante 12 anos, os primeiros anos da minha vida, debaixo da tirania do comunismo soviético. Cresci com amor ao Jesus Eucarístico graças a minha mãe que era uma “mulher hóstia”, isto é, uma das pias mulheres que, assim que acontecia os padres serem presos ou interrogados pelas autoridades, tratavam de guardar secretamente a hóstia sagrada para evitar que fossem praticados sacrilégios.

Compreenderá, pois, como é natural que tivesse ficado chocado, aquando da nossa chegada à Alemanha, em 1973, ao descobrir como se dava a comunhão nas igrejas. Lembro-me de, ao ver pela primeira vez a comunhão a ser dada na mão, ter dito à minha mãe: “Mãe, mas é como quando nos dão os biscoitos na escola!”

Mais tarde, quando percebi que tinha a vocação ao sacerdócio, fui em busca de um caminho que também me permitisse ser, à minha maneira, um guardião de Jesus Hóstia. Quis a Providência que isto se desse precisamente no momento em que eram relançados os Cónegos da Santa Cruz.

3) Desde a sua eleição, ocorrida em pleno ano eucarístico, Bento XVI tem reafirmado constantemente a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia. E, depois da festa do Corpo de Deus de 2008, chegou mesmo a retomar o uso de dar a comunhão na língua estando os fiéis ajoelhados. Tocados por este exemplo pontifício, muitos sacerdotes, e frequentemente entre os mais jovens, começam a duvidar dos méritos a comunhão generalizada na mão, que, além do mais, é considerada por alguns como um dos maiores estragos saídos da reforma litúrgica. O vosso livro “Dominus Est” trata precisamente deste tema. De acordo com o Senhor Dom Atanásio, será certo dizermos, como o faz bispo Malcolm Ranjith no prefácio ao livro de Vossa Excelência Reverendíssima, que a comunhão na mão veio favorecer a diminuição da fé na presença real de Cristo e, por consequência, uma falta de respeito para com o Santíssimo Sacramento? E prova disso seria o relegar dos sacrários para certos cantos escondidos das igrejas, os fiéis que já não genuflectem diante do Santíssimo Sacramento, as comunhões sacrílegas, etc.

AS: Antes de mais, gostaria de sublinhar que acredito ser possível comungarmos com grande reverência recebendo a hóstia na mão. Mas, no modo de fazer que é mais comum, em que ministro e fiel parecem ter esquecido toda a sacralidade do acontecimento, tenho de admitir que a comunhão na mão contribui para um enfraquecimento da fé e para uma menor veneração do Senhor Eucarístico. Neste sentido, estou completamente de acordo com as observações de SER, o bispo Malcolm Ranjith.

Dom Athanasius celebrando uma Missa Pontiifcal
em Lisieux, na França, em ocasião do mês missionário.

Há algumas considerações que ajudam a compreender essas observações:

- Nada há aí que assegure a veneração relativamente aos fragmentos mais ínfimos da hóstia. Dói-me muito a perda de fragmentos da Santa Eucaristia, que é agora tão frequente por causa da prática quase geral da comunhão a mão. Não compreendo como é possível uma tal indiferença, que, com o passar do tempo, conduz a uma diminuição da fé na Transubstanciação, senão mesmo ao seu desaparecimento puro e simples…

- A comunhão na mão favorece muitíssimo o roubo das espécies eucarísticas. E por causa disso, cometem-se sacrilégios que em hipótese alguma deveríamos permitir.

- Além disso, a deslocação do sacrário vem prejudicar a centralidade da Eucaristia, mesmo numa perspectiva pedagógica: o lugar onde Nosso Senhor Jesus Cristo repousa deve ser sempre visível para todos.

4) Ainda que no princípio ela não tenha sido autorizada senão mediante um indulto, a comunhão na mão tornou-se a norma, e quase um dogma, na maioria das dioceses. Como se pode explicar esta evolução?

AS: Esta foi uma situação que se impôs com todas as notas próprias de uma moda e a impressão que tenho é a de que a sua difusão correspondeu a uma autêntica estratégia. Foi um hábito que se difundiu com efeito de avalanche. Pergunto-me a mim mesmo como pudemos tornar-nos insensíveis ao ponto de deixar de reconhecer a sublime sacralidade das espécies eucarísticas, Jesus vivo dentro de nós com a Sua majestade divina.

5) Até ao momento, foram muito poucos os prelados que decidiram imitar o Santo Padre dando também a comunhão da maneira tradicional. Ao mesmo tempo, há muitos sacerdotes que hesitam em seguir aquele exemplo. Crê tratar-se somente de simples resistências conservadoras (nas coisas dadas por adquiridas depois do concílio, no “acquis” do concílio, não se toca), ou, o que seria pior, tratar-se-á de um desinteresse pela questão?

AS: Não podemos julgar as intenções, mas uma observação exterior permite pensar que há realmente uma resistência, se não chegar a ser um efectivo desinteresse, relativamente à maneira mais sagrada e mais segura de receber a comunhão. É como se uma parte dos pastores da Igreja fizesse de conta que não vê o que o Sumo Pontífice está a levar a cabo: um magistério eucarístico pela prática.

Retirado de: A VIDA SACERDOTAL

Papa a bispos brasileiros: juízo moral em favor dos direitos fundamentais

Amados Irmãos no Episcopado,


«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).
Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.
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