Nesta segunda-feira, 12 de dezembro, dia da memória litúrgica da Virgem de
Guadalupe, Bento XVI presidiu, na Basílica de São Pedro, uma Missa especial para
a América Latina, por ocasião do bicentenário de independência dos Estados do
que a formam.
“A terra deu seus frutos”, iniciou o Papa em sua homilia
que, falando em espanhol, desenvolveu essa citação do Evangelho: “A terra é
Santa Maria, que vem da nossa terra, de nossa linhagem, deste barro, desta lama,
de Adão [...] A terra deu seu fruto: primeiro, produziu uma flor [...]; depois
esta flor se transformou em fruto, para que pudéssemos comê-lo, para que
comêssemos sua carne. Querem saber qual é este fruto? É O Virgem que procede da
Virgem; o Senhor, da escrava; Deus, do homem; o Filho, da Mãe; o fruto, da
terra”.
O Pontífice prosseguiu, falando sobre a Virgem de Guadalupe: “A
venerada imagem da Morenita del Tepeyac, de rosto doce e sereno, impressa no
manto do índio São Juan Diego, se apresenta como ‘a sempre Virgem Maria, Mãe do
verdadeiro Deus por quem se vive’ ”, disse o Papa. E, explicando suas palavras,
descreveu-a: “Ela evoca a mulher vestida de sol, com a lua sob seus pés e uma
coroa de doze estrelas sobre sua cabeça: a mulher está grávida e assinala a
presença do Salvador a sua população indígena e mestiça. Ela nos conduz sempre a
seu divino Filho, que se revela como fundamento da dignidade de todos os seres
humanos, como um amor mais forte que os poderes do mal e a morte, sendo também
fonte de alegria, confiança filial, consolo e esperança”.
Bento XVI
abordou também os aspectos políticos da América Latina, e ressaltou que estamos
avançando no caminho da sua integração da sua projeção no cenário internacional.
“Nestas circunstâncias – disse o Santo Padre -, é importante que seus diversos
povos salvaguardem seu rico tesouro de fé e seu dinamismo histórico-cultural,
sendo sempre defensores da vida humana desde sua concepção até sua morte
natural, e promotores da paz; devem tutelar igualmente a família em sua genuína
natureza e missão, intensificando ao mesmo tempo uma vasta e capilar tarefa
educativa que prepare corretamente as pessoas e as conscientize de suas
capacidades, de modo que enfrentem digna e responsavelmente seu destino.”
O Santo Padre destacou também a Missão Continental e Aparecida: “A
partir da minha responsabilidade de confirmar na fé, também eu quero encorajar o
afã apostólico que atualmente impulsiona e pretende a "missão continental",
promovida em Aparecida, para que "a fé cristã se enraize mais profundamente no
coração das pessoas e dos povos da América Latina como acontecimento fundador e
encontro vivificador com Cristo” (V Conferência Episcopal Latino-Americano e do
Caribe, o documento final, 13).
No final da sua homilia, para a alegria
dos fiéis da América Latina, o Papa confirmou a sua intenção de realizar uma
Viagem Apostólica, ainda antes da Santa Páscoa, ao México e a Cuba. Segundo suas
palavras: “para ali proclamar a Palavra de Cristo e confirmar a convicção de que
este é um tempo precioso para evangelizar com uma fé firme, uma esperança viva,
e uma caridade ardente”.
E Bento XVI também falou em português: “O
Magnificat, que proclamamos no Evangelho, é «o cântico da Mãe de Deus e da
Igreja, cântico da Filha de Sião e do novo Povo de Deus, cântico de ação de
graças pela plenitude de graças distribuídas na Economia da Salvação, cântico
dos ‘pobres’, cuja esperança é satisfeita pela realização das promessas feitas a
nossos pais» (Catecismo da Igreja Católica, 2619). Em um gesto de reconhecimento
ao seu Senhor e de humildade da sua serva, a Virgem Maria eleva a Deus o louvor
por tudo o que Ele fez em favor do seu povo Israel. Deus é Aquele que merece
toda a honra e glória, o Poderoso que fez maravilhas por sua fiel servidora e
que hoje continua mostrando o seu amor por todos os homens, particularmente
aqueles que enfrentam duras provas.”
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário