No ano que vem, “se Deus quiser”, está previsto o quarto
consistório de Bento XVI, com a criação de novos cardeais. E graças a estas
novas entradas o número de purpurados votantes de nomeação “ratzingeriana”
superará pela primeira vez aqueles de nomeação “wojtyliana” no colégio de
eleitores do papa.
A data mais provável do novo consistório será o fim de
semana que precede 22 de fevereiro, festa litúrgica da Cátedra de são Pedro:
festa tradicional associada aos consistórios, mas ao próximo ano não será utilizada,
porque coincide com a quarta-feira de cinzas.
Em todos os outros três precedentes consistórios de Bento
XVI - acontecidos em 24 de março de 2006, 24 de novembro de 2007 e 20 de
novembro de 2010- o anúncio oficial foi dado cerca de um mês antes e sempre ao
final de uma audiência geral das quartas-feiras: respectivamente em 22 de
fevereiro, 17 de outubro e 20 de outubro daqueles anos. Se este tempo padrão
virá a ser mantido também desta vez, se pode supor que os nomes dos novos
cardeais a serem criados em 19 de fevereiro poderiam ser divulgados ao final da
audiência de 18 de janeiro.
Até agora Bento XVI criou 62 cardeais, 12 dos quais ao
momento de receberem a púrpura já haviam superado os oitenta anos. Atualmente
estão vivos 57 e aqueles com direito de voto são 46, que passarão a ser 45 em
13 de janeiro próximo, quando o chinês cardeal Joseph Zen excederá a idade que
não consente mais a um cardeal participar de um conclave.
De acordo com as regras estabelecidas por Paulo VI em 1973 e
confirmadas por João Paulo II o número máximo de cardeais eleitores - que são
aquelas firmadas em 1970 com o motu proprio “Ingravescentem aetatem” havendo
menos de oitenta anos têm o direito de participar de um eventual conclave - foi
fixado em 120.
Atualmente os cardeais são 192. Aqueles com menos de oitenta
anos somam 109, que reduzirão a 107 em 19 de fevereiro (sobre Zen, de fato,
haverá completado 80 anos, em 6 de janeiro, também o português José Saraiva
Martins). Isto quer dizer, ao próximo consistório os novos purpurados serão, ao
menos 13, mas mais provavelmente 15, e mais, visto que nos meses sucessivos de
2012 outros onze purpurados farão oitenta anos.
Bento XVI até agora tem superado o limite de 120 cardeais
(aconteceu em 2007 e 2010). Desta vez, em seguida, as nomeações podem ser
ligeiramente mais numerosas, porém sempre muito inferiores aquelas de João
Paulo II quando se chegou – depois dos consistórios de 2001 e 2003 – ao número
recorde de 135 cardeais eleitores.
No Palácio Apostólico já se começam a circular as listas dos
novos cardeais, mas aquela definitiva virá, como sempre, poucos dias antes do
anúncio. No consistório de 2010, metade
dos cardeais são dirigentes da cúria e de outros ofícios eclesiásticos romanos
que prevêem um purpurado no cargo. Para 2012 as expectativas de nomeação dos
italianos são Fernando Filoni (prefeito da Propaganda Fide), Domenico Calcagno
(presidente da APSA), Giuseppe Versaldi (prefeito dos assuntos econômicos) e
Giuseppe Bertello (presidente do governatorato do Estado da Cidade do
Vaticano), o brasileiro João Braz de Aviz (prefeito da congregação para os
religiosos), o estadunidense Edwin F. O’Brien ( grão-mestre da ordem equestre
do Santo Sepulcro) e o espanhol Santo Abril y Castello (arcipreste de Santa
Maria Maior). A estes poderão se juntar Francesco Coccopalmerio (presidente do
pontifício conselho para os textos legislativos) e/ou Rino Fisichella
(presidente do conselho pela nova evangelização). Por enquanto para as dioceses
tradicionalmente guiadas por um cardeal, poderá ser respeitada a prática que
prevê não criar um novo cardeal se ainda houver um emérito com menos de oitenta
anos. Uma exceção poderá ser feita para Timothy Dolan, de Nova Iorque, e para o
dominicano Dominik Duca, de Praga, os quais emérito completarão 80 anos,
respectivamente, em 2 de abril e 17 de maio próximos.
Na lista deverão entrar os novos
arcebispos de Berlim (Rainer Maria Woelki), de Toronto (Thomas C. Collins) e de
Utrecht (Willem J. Eijk), o bispo de Hong Kong (John Tong) e no Líbano o novo
patriarca maronita Bechara Raí e na Índia o novo arcebispo maior dos
siro-malabares George Alencherry. Mais complexa a questão das sedes episcopais
nas quais o cardeal emérito não está aposentado, mas foram chamados para a
cúria romana. É o caso de Florença, de Toledo e do Quebec, em que os arcebispos
eméritos (assim define o Anuário Pontifício) são agora, respectivamente,
presidente do pontifício conselho para a família (Ennio Antonelli), prefeito da
congregação para o culto divino e disciplina dos sacramentos (Cañizares
Llovera) e prefeito da congregação para os bispos (Marc Oullet). Em 2010, a prática de estar
presente na mesma sede a dois cardeais votantes foram rigorosamente aplicadas
em casos semelhantes. Para 2012 não se sabe quando se tomará uma decisão definitiva,
também se prevalece a confirmação desta aplicação rígida. Os que deverão
esperar mais uma vez serão os arcebispos de Los Angeles, Filadélfia,
Westminster, Malines-Bruxelas, Turim, Sevilha, Rio de Janeiro, São Salvador da
Bahia, Santiago do Chile, Bogotá, Quito, Jacarta, Manila.
Além dos nomes escolhidos, a
verdade é que durante 2012 – com o novo consistório e com os treze novos
cardeais que passarão de 80 anos, dois deles criados durante o atual
pontificado (Zen e o filipino Gaudencio Rosales) – o colégio dos eleitores do
papa será pela primeira vez composto de purpurados de maioria criada por Bento
XVI.
Entende-se, naturalmente, que papa
Ratzinger poderá criar um ou mais cardeais “ad honorem”, isto é, que superaram
os oitenta anos de idade.
Fonte: chiesa.espressoonline.it
Retirado de: SACRIS SOLEMNIIS
Traduzido por: Santa Igreja
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