Nesta última quinta
feira, das 18,00 às 19,00 horas, milhares de católicos uniram-se em uma
manifestação pacífica e civilizada, através de um "twitaço", exigindo a
retratação de um deputado, por sinal, eleito com votos de sobra, recebidos de
seu partido.
Em infeliz declaração, o
deputado, desrespeitosamente, referiu-se ao Santo Padre, o Papa Bento XVI
acusando-o de ligações com o nazismo, entre outras pérolas.
É importante salientar o
direito que nós, católicos, cidadãos deste país, temos de demonstrar
democraticamente, nossas opiniões. É interessante ver que, quando os católicos
usam deste direito, há gente que se enerva e, imediatamente, passa à agressão
verbal. Ao "twitaço", o deputado respondeu
dizendo que os católicos "são medíocres"... Já seu partido, chama-nos de
"canalhas".
O bem sucedido "twitaço",
que manteve por mais de duas horas o trend "#RetrateseDepJeanWyllys" em segundo
lugar entre os demais, (Note-se que o primeiro lugar foi ocupado, em boa parte
do dia, pelo "Megaupload") é assunto em outras partes do mundo.
Mas, vale a pena ver as
afirmações do "nobre" deputado, para que se possa avaliar sua visão, em relação
à Igreja, ao Santo Padre e aos católicos, em geral: (a ordem é
inversa...)
Em movimento crescente, a
metralhadora acusatória do deputado perde o foco inicial de atingir o Santo
Padre e passa a disparar tiros e mais tiros para todos os lados. O deputado sem
votos suficientes, arvora-se em defensor da civilização, a partir de um
conhecimento histórico viciado por uma calamitosa visão cheia de preconceitos e
erros. Pior de tudo, é que estudou... Interessante que, em um de seus discursos
em Plenário, o deputado apresenta-se como alguém que teve "participação na Pastoral da Juventude Estudantil e na
Pastoral da Juventude do Meio Popular, da Igreja Católica".
Ou seja, vergonhosamente,
cospe no prato onde comeu.
Em sua míope visão do
mundo, da história e da sociedade, a culpa de todos os males da humanidade é
debitada à Igreja. Típico discurso marxista, já sobejamente conhecido nestes
ambientes pseudo culturais por onde transita o deputado. Sua excelência parece
ter estagnado no tempo: esquece-se de que onde mais existiu preconceito
(inclusive contra homossexuais), perseguição, gulags, assassinatos em massa,
deportações e as mais cruéis violações dos direitos humanos foram nos ambientes
idilicamente sonhados como perfeitos por marxistas que sempre viveram no
Brasil.
Em relação às ofensas
perpetradas contra o Santo Padre, a meu ver, caberia no mínimo um pedido oficial
de explicações ao deputado, por parte da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil. Infelizmente, tal atitude não foi tomada.
Como Bispo da Igreja, não
posso calar-me frente à afronta vergonhosa e covarde à pessoa do Santo Padre.
Bento XVI, mais do que Chefe de um Estado com o qual o Brasil mantém relações
amistosas, é o Chefe de uma instituição que tem cerca de dois mil anos de
história a serviço da humanidade. Antes de emitir um julgamento histórico em
relação à Igreja, um parlamentar tem a obrigação de, pelo menos, não dizer
bobagens fundadas em inverdades e preconceitos.
É em nome da população
católica do Brasil, que sustenta seus representantes no Congresso (mesmo aqueles
que, de forma "biônica" a ele foram associados, ou seja, sem votos pessoais
suficientes) que exige-se, no mínimo, uma retratação do infeliz
deputado.
Como católicos, temos o
direito de nos manifestar e expressar nossas opiniões e nossas discordâncias. O
Santo Padre tem o direito de ensinar publicamente a Doutrina de Cristo e da
Igreja, em questões doutrinais, disciplinares, morais etc.
O laicismo preconizado
pelo deputado é, na verdade, autoritário, antidemocrático e fundado em
ideologias sobejamente conhecidas, cerceadoras da verdadeira liberdade. Se
depender deste deputado, vamos voltar às catacumbas.
+ Antonio Carlos Rossi
Keller
Bispo de Frederico
Westphalen (RS)
Visto em: Encontro com o Bispo
Nenhum comentário:
Postar um comentário