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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mudanças no rito do Consistório

Em 18 de fevereiro um novo rito – um rito mais curto apresentando novas orações aprovadas pelo papa – será utilizado pela primeira vez.

A maneira como o consistório – o rito solene onde o papa “cria” novos cardeais – é celebrado acaba de ser alterada. De acordo com o Osservatore Romano, o rito atual foi “revisto e simplificado”, com a aprovação de Bento XVI. A “premiere” da nova versão deste rito será realizada em 18 de fevereiro, quando o “barrete vermelho” será conferido a 22 novos cardeais, anunciou o pontífice ontem.

“Em suma”, diz o jornal do Vaticano, “os três momentos em que o barrete é conferido, a apresentação do anel de cardeal e a designação de igrejas titulares (a igreja na diocese de Roma cujo cargo de cardeal está vinculado) foram todos unidos.” Na realidade, o papa – que é o Bispo de Roma – era tradicionalmente eleito pelos padres que eram diáconos das igrejas da cidade, ou por seus patronos, e pelos bispos “suburbicarianos” da diocese Capitolina.

Além disso, algumas das orações no rito foram alteradas e as leituras da Bíblia foram encurtadas. A primeira revisão do rito do consistório, diz o Ofício para Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, remonta à reforma litúrgica empreendida pelo Concílio Vaticano II. O primeiro a usar o novo rito foi Paulo VI em abril de 1969.

Essencialmente, o que não era em si mesmo um rito sagrado – ou seja, a criação de novos cardeais – tornou-se parte da liturgia, e dessa maneira foi “colocado em um contexto de oração, embora ao mesmo tempo se evitou qualquer elemento que pudesse dar a impressão de um ‘sacramento do cardinalato’.”

Sem dúvida o consistório, “falando historicamente, nunca foi considerado um rito litúrgico, mas sim um encontro do papa e seus cardeais para discutir o governo da Igreja.”

Em uma das novas orações do rito, usadas no passado para celebrar o aniversário da ordenação episcopal do Bispo de Roma, o Papa reza por si e pela Igreja. Quanto à unificação dos três momentos-chave para a “criação” de um novo cardeal – a concessão do barrete, a apresentação do anel e a designação de seu título –, trata-se de uma conseqüência do desaparecimento da distinção entre o consistório público e o consistório secreto, ou seja, a parte do rito onde o Papa anunciou os nomes de seus novos membros para o Colégio de Cardeais.

Por outro lado, a tradição onde o Papa celebra missa no dia seguinte ao consistório com os seus novos cardeais – uma missa “aberta com uma homenagem ao pontífice e palavras de gratidão ditas pelo mais importante dos novos cardeais em nome de todos os demais” – permanece inalterada.

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