O jornal The Daily Telegraph denunciou o caso de Asia Bibi, uma mãe de família de 45 anos de idade que professa a fé cristã e que esta segunda-feira foi condenada a morrer na forca no Paquistão sob a polêmica Lei de Blasfêmia, usada para perseguir as minorias religiosas.
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Um dia mais tarde Bibi foi atacada por um bando, denunciou o caso à polícia e foi levada a uma delegacia de polícia para sua segurança. Uma fonte citada pelo jornal inglês explicou que a polícia recebeu pressões "da máfia muçulmana, incluindo clérigos, que pediram para a Asia a morte porque (supostamente) tinha falado mal do profeta Maomé".
Foi assim que a polícia registrou um caso de blasfêmia contra ela e ainda a mantém na prisão. Desde sua reclusão ela disse aos investigadores que é perseguida por ser cristã e negou ter insultado Maomé.
Seu marido Ashiq Masih pediu ajuda para a Asia e seus cinco filhos. "Não informei a duas de minhas filhas mais jovens sobre a decisão do tribunal. Perguntaram-me muitas vezes sobre sua mãe, mas não tenho o valor de dizer-lhes que o juiz a condenou à pena capital por um crime que nunca cometeu", explicou.
O que é a Lei de Blasfêmia?
A Lei de Blasfêmia agrupa várias normas contidas no Código Penal do Paquistão para sancionar qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão, que seja denunciada por um muçulmano sem necessidade de testemunhas ou provas adicionais. Sua aplicação pode supor o julgamento imediato e a posterior condena à prisão de qualquer pessoa.
Segundo a associação católica Ajuda à Igreja que Sofre, cada ano a lei se aplica em mais de 80 casos, "a maior parte dos quais sem fundamento jurídico, provoca graves injustiças, limita a liberdade de cidadãos inocentes e inclusive gera apedrejamentos, incêndios de casas e assassinatos de cristãos, cujo único delito é querer viver sua fé em liberdade".
Os católicos no Paquistão representam 0,7 por cento do total da população, estimada em 160 milhões de habitantes. Os cristãos e católicos constituem a classe social mais baixa em um país com o 98% de população islâmica.
Os cristãos devem ganhar o sustento com os trabalhos mais penosos, majoritariamente no entorno rural, sofrem exploração trabalhista e são discriminados inclusive no acesso à educação superior.
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