sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Visita papal marcará relação entre monarquia, Igreja e papado


Segundo o presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales


A visita do Papa ao Reino Unido, de 16 a 19 de setembro, "marca uma nova fase na longa e complexa história das relações entre os monarcas desta terra e o papado", afirmou o presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales e arcebispo de Westminster, Dom Vincent Nichols, em um artigo publicado na edição de hoje do L'Osservatore Romano.

Na opinião do prelado, a visita do Papa ao Reino Unido "é, sem dúvida, um evento histórico. O convite ao Papa foi feito pela rainha Isabel II e será precisamente ela quem o receberá em sua chegada, no dia 16 de setembro, em Edimburgo", recorda.

Segundo Dom Nichols, "o Pontífice e a rainha compartilham algumas profundas preocupações: o bem-estar dos povos do mundo, o papel do ensino e dos valores cristãos, a importância de ter instituições estáveis em benefício da sociedade".

Universidade de Saint Mary

No dia seguinte, Bento XVI viajará a Londres, onde terá um encontro com diversas realidades sociais, que "celebra a educação católica e o papel que esta tem no sistema de ensino deste país", comenta o arcebispo.

Da Universidade de Saint Mary, em Twickenham, o Papa se dirigirá a cada escola do território, graças à internet, e convidará todos os alunos a acompanharem os eventos da sua visita e a sustentá-lo com suas orações.

Esta universidade também é sede de treinamento para os próximos Jogos Olímpicos de 2012. Na opinião de Dom Nichols, "isso acrescentará outra dimensão ao evento, ressaltando o interesse pelo esporte, comum a muitas pessoas".

Depois, "Bento XVI se encontrará com diversas personalidades responsáveis por diferentes setores e empresas, homens e mulheres de fé, pertencentes às diversas confissões presentes neste país".

O arcebispo de Westminster revela que o Pontífice "falará com eles da importância de Deus como guia formativa a inspiradora do bem comum".
Diálogo

O programa da viagem inclui um discurso de Bento XVI aos líderes políticos, civis, diplomáticos e empresariais do Reino Unido, no dia 17 à tarde, no Westminster Hall, a grande sala histórica no coração de Londres, lugar em que S. Tomás Moro foi condenado à morte em 1535 por ter aderido à fé católica.

O arcebispo de Westminster está convencido de que este "evento terá uma grande ressonância, não somente por seu valor histórico, mas também por sua atualidade".
Ao anoitecer, na abadia de Westminster, o Papa recitará a oração das Vésperas junto a todas as comunidades cristãs do Reino Unido e rezará, com o arcebispo da Cantuária, frente ao túmulo de São Eduardo, o Confessor.

O prelado explica que este rei da Inglaterra, falecido em 1066, refundou a abadia de Westminster e "representa as profundas e comuns raízes cristãs destas terras".

Também indica que, no dia seguinte, o Papa celebrará a Missa na catedral de Westminster, fará uma visita a um instituto que oferece cuidados a idosos e moribundos e rezará no Hyde Park, grande espaço aberto no coração de Londres.

"Momento importantíssimo"

O bispo destaca que a celebração da Missa em Birmingham, com a beatificação do cardeal Newman, "é um momento importantíssimo da visita".

"A beatificação do cardeal Newman coloca diante da presença da Igreja um estudioso de grande altura, um escritor e poeta de méritos consideráveis, um sacerdote de paróquia profundamente amado por todos aqueles que o conheciam", opina.

E acrescenta, em referência ao purpurado inglês: "Era um homem que compreendia como mente e coração devem caminhar juntos nas grandes empresas da vida, a maior das quais é a busca de Deus e da relação salvífica com Ele".

Também cita palavras do cardeal sobre sua busca interior pessoal: "Se eu olhasse para um espelho e não visse meu rosto, experimentaria o tipo de sentimento que efetivamente se apodera de mim cada vez que examino este mundo frenético e não vejo o reflexo do seu criador".

Esperança

Dom Nichols conclui expressando "a esperança geral que temos com relação a esta visita".
"Desejamos que a presença iluminadora e as palavras de Bento XVI ajudem muitos em nossas terras a compreender que a fé em Deus não é um problema a ser resolvido, mas um dom a ser redescoberto", afirma.

E explica: "Para muitos, em nossa sociedade, a fé se converteu em um problema, em algo que deve ser escondido ou eliminado da vida pública".

"No entanto, a verdade é muito diferente: a fé em Deus traz grande riqueza e alegria às pessoas - acrescenta. É a libertação e a guia que buscamos, motivo de inspiração e perseverança, fonte de perdão e compaixão."


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