Cidade do Vaticano, 20 mar (RV) – Neste domingo, como tradicionalmente, o Santo Padre, da janela dos seus aposentos, rezou a oração mariana do Angelus junto aos milhares de fiéis e peregrinos que, provenientes de todo o mundo, estavam reunidos na Praça São Pedro. Bento XVI fez um apelo pela proteção da população na Líbia.
“Nos últimos dias – disse o Santo Padre -, as preocupantes notícias que chegaram da Líbia suscitaram também em mim muitas dúvidas e temores. Dediquei a isso especialmente minhas orações ao Senhor durante essa semana de Exercícios Espirituais.”
O Pontífice continuou o apelo, pedindo para que todos os que têm responsabilidade política e militar dediquem especial cuidado à segurança dos cidadãos e ao seu acesso às ajudas humanitárias. O pedido vem na esteira dos últimos acontecimentos. Na tarde de ontem, uma coalizão internacional, seguindo a resolução 1973 das Nações Unidas, iniciou as hostilidades contra as forças que, para manter o Presidente Muamar Kadafi no poder, estão usando extrema brutalidade contra os rebeldes.
O Papa ainda manifestou sua comovida proximidade à população e assegurou-a de suas orações, “pedindo a Deus que um horizonte de paz e de concórdia surja, o quanto antes, para a Líbia e para toda a região do norte da África.
Minutos antes, em sua mensagem – que antecedeu a oração do Angelus -, Bento XVI falou sobre este segundo domingo de Quaresma, que “é também chamado o domingo da Transfiguração, porque – explicou o Papa - o Evangelho narra esse mistério da vida de Cristo”. Citando a passagem do Evangelho segundo São Mateus, disse: “Jesus, após ter anunciado aos seus discípulos a sua paixão, tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz”.
O Santo Padre continuou: “de acordo com os sentidos, a luz do sol é a mais intensa que se conheça na natureza, mas, segundo o Espírito, os discípulos viram, por um breve momento, um esplendor ainda mais intenso, o da glória divina de Jesus, que ilumina toda a história da salvação. São Máximo, o Confessor, diz que ‘suas roupas brancas traziam o símbolo das palavras da Sagrada Escritura, que se tornaram claras, transparentes e luminosas´” (Ambiguum 10: PG 91, 1128 B).
Bento XVI frisou que “a Transfiguração não é uma mudança de Jesus, mas é a revelação de sua divindade, a íntima compenetração de seu ser com Deus, que se torna pura luz. Em seu ser um com o Pai, Jesus mesmo é Luz da Luz” (Jesus de Nazaré, Milano 2007, 357).
Após discorrer sobre essa passagem, o Pontífice afirmou que “também nós participamos dessa visão e desse dom sobrenatural, dando espaço à oração e à escuta da Palavra de Deus”. “Invoquemos a Virgem Maria para que nos ajude a escutar e seguir sempre o Senhor Jesus, até a Paixão e a Cruz, para também participarmos da sua glória”, concluiu.
Após saudar, em suas diversas línguas, os fiéis e peregrinos presentes, o Santo Padre concedeu a todos a sua Benção apostólica. (ED/SP)
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