O "Filho do Homem" foi ungido sacerdote, no próprio momento em que, baixando do céu ao ventre da Virgem, deu cumprimento ao inefável mistério da Incarnação.Na festa da Anunciação, se comemora o aniversário da Consagração de Cristo, o "Ungido", por excelência. Mas foi sobretudo no Calvário e na última Ceia, que Jesus, sacerdote e vítima, consumou o ato supremo de seu sacerdócio. E a, seguir, no dia da Ascenção, em memória do sumo-sacerdote que entrava no verdadeiro Santo dos Santos,com o sangue das vítimas, Ele entrou no verdadeiro Santo dos Santos da Jerusalém celeste, fazendo patentes ao Pai as suas gloriosas chagas, etornando-se nosso eterno mediador.
Mas se no "altar dourado" de sua santa humanidade, no dizer de São João, a Deus oferece os méritos da cruz, no "altar de pedra" das nossas igrejas, Ele se oferece também, pelo ministério dos sacerdotes, sob as espécies do pão e do vinho que figuram a separação do Corpo e Sangue na Cruz. É por sua divina virtude que se opera o admirável mistério da transubstanciação; é por Ele também que os sacramentos logram eficácia, porque Jesus Cristo, embora oculto a nossos olhos, é deles agente principal, e mediador eterno entre Deus e os homens.Os sacerdotes são apenas instrumentos, causas segundas com eficiência ministerial, cuja dignidade é a participação do sacerdócio segundo a ordem de Melquisedec, de que Cristo teve a plenitude.
Mas esta participação tem seus graus.O caráter sacerdotal que, muito de perto, assemelha o homem ao Mediator Dei, não se imprime na alma duma só vez, mas, a espaços; alcança suprema perfeição no Episcopado, e, entre os bispos, o Papa tem todo o poder de jurisdição. Estes diversos graus de iniciação ao sacerdócio de Jesus Cristo mantêm entre si diferenças, porque se associam mais ou menos de raiz aos divinos mistérios o participante, deputado ao Santo Sacrifício da Missa, em que se oferece a Deus o corpo real de Cristo, morto na Cruz, e aos sacramentos em que se aplica os frutos da Redenção a seu Corpo Mísitico.
A transmissão deste sacerdócio faz-se por ritos adotados pela Igreja no curso dos séculos, e dividem-se atualmente em três ordens.
[...]"E começastes a preparar-vos, começastes a caminhar para a sua realização. O caminho para o sacramento da Ordem, que hoje recebeis das minhas mãos, passa através de uma série de etapas e ambientes, de que fazem parte a casa de família, os anos da escola elementar e preparatória, como também os estudos superiores, o ambiente dos amigos, a vida paroquial. Antes de mais, porém, encontra-se neste caminho o Seminário eclesiástico, ao qual todos nos dirigimos a fim de encontrar uma resposta definitiva à pergunta respeitante ao chamamento para o sacerdócio. Cada um de nós ali vai, no intuito de que, ouvindo tal resposta, cada vez mais claramente se possa preparar, ao mesmo tempo de maneira sistemática e profunda, para o sacramento da Ordem.
Hoje, tendes já sobre os ombros todas estas experiências. Já não perguntais como o jovem do Evangelho: Bom Mestre, que devo fazer? (Mc. 10, 17). O Mestre ajudou-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos a encontrar a resposta. Apresentais-vos para que a Igreja possa imprimir, nesta resposta, o seu selo sacramental."[...]
[...]"Este selo imprime-se mediante toda a liturgia do Sacramento da Ordem. Imprime-o o Bispo, que age com a força do Espírito Santo e em comunhão com o seu presbitério.
A força do Espírito Santo vem indicada e transmitida pela imposição das mãos, seguida primeiro do silêncio e depois da oração. Como sinal da transferência desta força para as vossas mãos jovens, estas serão ungidas com o Santo Crisma, de modo a tornarem-se dignas de celebrar a Eucaristia. As mãos humanas não podem celebrar de outro modo senão na força do Espírito Santo.
Celebrar a Eucaristia quer dizer reunir o Povo de Deus e construir a Igreja na sua mais plena identidade."[...]
Homilia do Santo Padre o Papa João Paulo II, no dia 24 de junho de 1979, dia de São João Batista, no qual ordenou sacerdotes.
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