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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bispos trabalham nas propostas a apresentar ao Papa, que podem incluir a inclusão dos Patriarcas Orientais nos participantes do Conclave

Os trabalhos do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente prosseguem à porta fechada, em pequenos grupos, para a elaboração da lista de propostas que vão ser apresentadas ao Papa no final da assembleia.


Entre os temas em debate, à espera de consenso, está a ideia de integrar os Patriarcas Orientais entre a lista dos membros do colégio eleitor de um novo Papa, no Conclave, situação hoje reservada aos Cardeais com menos de 80 anos de idade.

Além de Jerusalém e dos territórios palestinianos, o Sínodo para o Médio Oriente destina-se aos católicos de 16 Estados: Arábia Saudita, Bahrein, Chipre, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Jordânia, Iémen, Irão, Iraque, Israel, Kuwait, Líbano, Oman, Qatar, Síria e Turquia.

Uma região de 7,18 milhões de quilómetros quadrados, com mais de 356 milhões de pessoas e 5,7 milhões de católicos em 20 milhões de cristãos.

Católicos de rito latino (comum à maior parte dos países ocidentais, como em Portugal), somam-se nestes países a seis Igrejas orientais católicas com autonomia própria, “sui iuris”, lideradas por um Patriarca próprio, em comunhão com Roma.

Coptas, sírios, greco-melquitas, maronitas, caldeus e arménios dão vida a uma variedade de tradições, espiritualidade, liturgia e disciplina, sublinhada desde o início do Sínodo.

Nesta assembleia participam nove Patriarcas do Médio Oriente: Nasrallah Pierre Sfeir (Cardeal), Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Líbano; Ignace Moussa I Daoud (Cardeal), Patriarca emérito de Antioquia dos Sírios; Emmanuel II Delly (Cardeal), Patriarca de Babilónia dos Caldeus, Iraque; Antonios Naguib, Patriarca de Alexandria dos Coptas, Egipto; Ignace Youssif III Younan, Patriarca de Antioquia dos Sírios; Gregorios III Laham, Patriarca de Antioquia dos greco-melquitas, Síria; Nerdes Bedros XIX Tarmouni, Patriarca de Cilícia dos Arménios, Líbano; Fouad Twal, Patriarca latino de Jerusalém e Michel Sabbah, Patriarca latino emérito de Jerusalém.

Os participantes no Sínodo devem ainda propor uma “forma nova” do exercício do primado dos Patriarcas que não prejudique a relação com o Papa.

O relatório intermédio dos trabalhos sinodais reconhece que este é um tema delicado, que pode merecer a criação de uma comissão multidisciplinar.

O documento sugere também uma espécie de "banco de sacerdotes" e um "banco para os leigos", de modo a haver sempre "pessoas prontas a irem até os fiéis presentes nas áreas em dificuldades".

As propostas de cada grupo são entregues à secretaria-geral do Sínodo. Quarta-feira, 20 de Outubro, não haverá trabalhos, dado que o relator, o secretário especial e os relatores dos grupos (círculos menores) procedem ao trabalho de “unificação” das propostas.

O elenco final das mesmas é apresentado no dia 21 e, após discussão na aula sinodal, votado a 23 de Outubro, antecedendo a missa de encerramento, no próximo Domingo, que será presidida por Bento XVI na Basílica de São Pedro, Vaticano.

A 24ª assembleia do Sínodo dos Bispos, primeira para esta região, tem como tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho. «A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma»”.

O Sínodo pode ser definido, genericamente, como uma assembleia consultiva de bispos que representam o episcopado católico, convocados para ajudar o Papa no governo da Igreja, dando o seu próprio conselho.

Fonte: Agência Ecclesia

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