1. O inferno é um lugar destinado, pela justiça divina, a punir com suplícios eternos os que morrerem em pecado mortal. Uma das penas que os condenados a sofrerem no inferno é a dos sentidos: são atormentados por um fogo que queima horrivelmente sem nunca diminuir a intensidade. Fogo nos olhos, na boca, em todas as partes. Oh! inferno, inferno! Como são infelizes os que caem em teus abismos!
2.Considera além disso, ó cristão, outra pena que experimenta a consciência dos condenados: é o remorso que lhes atormenta a memória, a inteligência e a vontade. Recordarão contínuamente o motivo de sua perdição, isto é, por ter querido segundar alguma paixão. Esta lembrança será como um verme que lhes rói continuamente a consciência. Recordarão o tempo que Deus lhes deu para evitar a perdição, os bons exemplos dos outros, os propósitos feitos e não cumpridos. A vontade nunca alcançará o qe sofrerá indizivelmente refletindo no grande bem que perdeu. Quem poderá resistir a tais tormentos?
3. Ó alma, que agora não te importar em perder o teu Deus, e o paraíso, como então perceberás a tua cegueira quando vires tantos conhecidos teus, mais ignorantes e mais pobres que tu triunfarem e gozarem no reino dos céus, ao passo que tu serás amaldiçoada por Deus e serás arrojada para longe da pátria feliz, do gozo do emesmo Deus, da companhia da Santíssima Virgem e dos Santos? Eia, pois, faze penitência; não esperes para quando não houver mais tempo; entrega-te a Deus. Quem sabe se não é este o último chamado? E, quem sabe Deus não te abandona,se não te deixar cair naqueles eternos suplícios? Ó meu Jesus, livrei-me dos tormentos do inferno! Virgem Santíssima, pelas vossas dores, não permitais que eu fique separado de vós na eternidade.
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