Em nossa condição na vida terrena, a fé em Jesus Cristo nos leva a acumularmos, simultaneamente, os compromissos civis de cidadania terrena, como também os deveres de cidadãos e cidadãs da Cidade Celeste.
Esta é a visão com que se deve considerar a atividade política, um serviço à sociedade terrena, como também um subsídio para os que peregrinam rumo à vida eterna. Fica, portanto, muito evidente o quanto urge que as leis civis em nada venham a ferir as leis divinas, e que antecedem, com total prioridade, a qualquer legislação humana.
Aqui se situa o critério básico na escolha dos candidatos a serem votados. A Palavra de Deus nos assegura: “ Feliz o povo que tem o Senhor como seu Deus”.
É inegável que todos os males da sociedade procedem da ausência de Deus na formulação das leis, motivo pelo qual a Ordem e o Progresso tanto se distanciam do bem-estar social. Qualquer regime político, cujo procedimento concorresse para o esquecimento de Deus, há de se tornar causa de desmoronamento da autêntica sociedade civil. Os fatos comprovam o quanto a decadência da fé cristã reflete diretamente nos efeitos socialmente prejudiciais.
A criatura humana é um ser intrinsecamente religioso, e uma sociedade sem Deus, nos textos de sua legislação, sempre estará destinada a se desintegrar. Que se pode esperar, se os princípios morais e cristãos não fizerem parte da identidade de um candidato?
Afinal, se a Política direciona-se, apenas, para atividades materiais e administrativas, sem se preocupar com o projeto civilizador, na formação das consciências, não atinge sua função primordial.
Pois os distúrbios da humanidade, em sua crise no campo da ética, são a prova claríssima do rompimento entre a vida e a moral cristã, e da qual se acham carentes alguns aspectos de nossas leis, principalmente no que se refere ao respeito à vida humana, à família, à sexualidade e à justiça social.
Qualquer político, sem esta consciência crítica, definitivamente não estará capacitado para atuar na elaboração das leis ou na execução das mesmas.
Já no ano de 1890, o grande Papa das questões sociais, Leão XIII, se expressava: “ Se o Estado se esquece de Deus no governo da república ( o bem público) e não se preocupando em cuidar das leis morais, será uma detestável falsificação na construção de verdadeira sociedade humana.
Campos, 15/08/2010.
Dom Roberto Gomes Guimarães(Bispo Diocesano de Campos)
Retirado: Site da Diocese de Campos
Nenhum comentário:
Postar um comentário